24.6 C
Uberlândia
domingo, outubro 6, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosManejo fisiológico mitiga estresses nas lavouras

Manejo fisiológico mitiga estresses nas lavouras

Túlio de Paula Pires
Engenheiro agrônomo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
tuliopiresagro@gmail.com
Marina Scalioni Vilela
Engenheira agrônoma, mestra e doutora em Fitotecnia – UFLA e professora visitante – IF Sul de Minas

Em períodos de estresse hídrico e insolação, intensificado nas épocas mais quentes do ano, o manejo nutricional e fisiológico é uma das alternativas encontradas por cafeicultores para amenizar a perda de produtividade em lavouras de café.

A seca provoca a diminuição da fotossíntese, como também a energia da planta. O café perde folhas e acumula açúcares, o que favorece a entrada de patógenos. O efeito dos aminoácidos no cafeeiro é de extrema importância, principalmente a prolina, que a planta já produz de forma natural para tentar sobreviver ao déficit hídrico.

Questão de arquitetura

A arquitetura das plantas influencia diretamente na produtividade, visto que plantas com porte elevado podem se autossombrear, fazendo com que os ramos baixeiros do cafeeiro fiquem prejudicados, visto que não se desenvolvem nem produzem frutos.

Além disso, a perda dos ramos do terço inferior da planta influencia a redução da produtividade. Outro fator da arquitetura da planta que tem resposta direta na morfologia da planta é a perda da dominância apical, levando a planta a emitir mais brotações.

Logo, o manejo a ser realizado é a utilização de podas especificas do tipo decote ou capação, a fim de introduzir luz direta ou indiretamente nos ramos baixeiros.

Nutrição a favor da planta

O manejo nutricional com macro e micronutrientes tem sido uma das estratégias adotadas associada a essa aplicação. Outro componente fundamental é o potássio, que regula a abertura e o fechamento dos estômatos que controlam a perda de água para o meio.

Logo, proporcionamos regulação osmótica, ou seja, regulação do nível de água, além de favorecer o armazenamento de nitrogênio, o que é extremamente importante nesse momento.

O cálcio influencia na estrutura da parece celular, porém, relações de desequilíbrio de cálcio e potássio favorecer a incidência de cercosporiose nas plantas. Lavouras bem nutridas em magnésio são menos afetadas pelo efeito da escaldadura, por esse elemento estar presente na constituição das clorofilas.

Micronutrientes como o Zn estão presentes em várias rotas metabólicas e o Mn pode influenciar na resposta das plantas ao estímulo do metabolismo secundário, respondendo melhor ao ataque de patógenos.

Fisiologia das plantas de café

Alguns fitohormônios, bioestimulantes e aminoácidos podem contribuir para atenuar as condições de estresse do cafeeiro. A quitosana vem sendo usada como indutora de resistência nas plantas ao ataque de patógenos, promovendo a produção de fitoalexina.

Este composto secundário em questão é importante, por auxiliar na eficiência do uso da água, além de resposta a estresses físicos e químicos nas folhas. A arbolina também tem função na fisiologia da planta, atuando como regulador térmico foliar, além de proteger as folhas do efeito da incidência luminosa.

Estratégias

O manejo fisiológico deve ser adotado com as aplicações no final da estação verão e início da estação de inverno, como também em pré-florada, a fim de amenizar os estresses das plantas.

Muitas são as alternativas a serem utilizadas, devendo o produtor consultar seu engenheiro agrônomo sobre aquela que se encaixa melhor no manejo.

Isso porque as plantas são expostas a numerosas variações no ambiente onde vivem, tendo que se ajustar constantemente, seja ao frio, calor, déficit hídrico, como uma forma de sobrevivência.

Em função disso, as plantas, em geral, desenvolveram mecanismos que “sentem” os diferentes tipos de estresses abióticos, incluindo as secas, encharcamento, temperaturas altas ou baixas e a salinidade.

As secas têm sido descritas como o fator climático que mais causa danos à população em geral, sendo que sua ocorrência e duração têm sido cada vez mais crescentes em todos os continentes, podendo causar sérios riscos à segurança alimentar do planeta.

De fato, são poucas pessoas que tem esse conhecimento, ou sabem dessas tecnologias, no entanto, a busca por conhecimento e adotar novas tecnologias que já se encontram disponíveis é o caminho a ser seguido.

Atenuar os impactos causados pelas intempéries climáticas é necessário para o bom desenvolvimento da cultura, produzir mais, deixar as plantas menos suscetíveis aos estresses, oferecer melhores condições para vegetação e assim alcançar altas produtividades.

Inovações recentes

O advento dos protetores solares tem ganhado bastante espaço na cafeicultura, e estão sendo amplamente utilizados a fim de amenizar os estresses devido às alterações climáticas nas plantas.

Dessa forma, existem outras tecnologias que já estão disponíveis no mercado que nos auxilia no manejo para enfrentar tais dificuldades, como por exemplo o uso de aminoácidos, bioestimulantes e ácidos orgânicos, que de certa forma têm contribuído para o melhor desenvolvimento das plantas, assim como também amenizar os impactos causados pelo clima.

ARTIGOS RELACIONADOS

Coffee O’Melo no Anuário do Café 2022

A Coffee O'Melo está localizada na cidade produtora de Campos Altos, que pertence à região do Cerrado Mineiro. O clima é ideal para o cultivo cafeeiro de lá trouxemos uma história marcante, que o Edu Melo conta neste video e também no Anuário do Café.

IV Congresso Brasileiro de Eucalipto

Evento acontece em 07 e 08 de agosto na sede da Fieb e marca ainda o lançamento do Bahia Florestal 2019 – relatório com...

Semana Internacional do Café

16 e 18 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG)

Boro é indispensável ao cafeeiro

Dentre todos os micronutrientes utilizados pela planta, um merece atenção: o boro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!