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Manejo nutricional da batata-doce

Carla Verônica Corrêa

Engenheira agrônoma, doutoranda em Horticultura na área de Fisiologia Vegetal, UNESP/Botucatu

cvcorrea1509@gmail.com

Utilizada em uma infinidade de receitas, de saladas a sopas, a batata-doce já conquistou espaço na gastronomia graças a sua grande versatilidade. Além disso, a hortaliça tem sido sucesso entre os atletas, que a adotaram como uma aliada na obtenção de energia. A boa demanda se traduz nos números do mercado atacadista da Ceasa Minas: entre 2010 e 2015, o volume ofertado aumentou 70%, acompanhado de uma valorização de 21% no preço médio.

Neste mesmo período, o volume de batata-doce passou de 12,9 mil toneladas para 21,9 mil toneladas no atacado do entreposto de Contagem. Ainda assim, o preço seguiu firme, aumentando de R$ 1,33/kg, para R$ 1,61/kg.

Nutrição

O fósforo, potássio, nitrogênio e cálcio são os nutrientes exigidos em maiores quantidades pela cultura de batata-doce. O cálcio deve ser fornecido por meio da calagem, procurando elevar a saturação por base a 60%. Aconselha-se a aplicação de calcário dolomítico para que também ocorra o fornecimento de magnésio.

O fósforo, potássio e nitrogênio são aplicados na adubação de plantio em formulações de NPK. Dentre os micronutrientes destacam-se o manganês, o boro e o zinco.

 Foto 02 -

Na falta deles

Os prejuízos dados pelo desequilíbrio nutricional da batata-doce são a formação de menor número de raízes comerciais, além de redução do peso por raiz. Consequentemente, há menor produtividade por área, o que reduz a rentabilidade por hectare. Como exemplo, a deficiência de potássio resulta em raízes finas e a deficiência de boro acarreta raízes curtas, grossas e com formação de bolhas na superfície, não havendo aceitação no mercado.

O nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio, enxofre, manganês, ferro e zinco causam redução no desenvolvimento da parte aérea. Como há redução da parte aérea, também se reduz a fotossíntese, e assim a formação de raízes fica comprometida, pois as raízes tuberosas são órgãos armazenadores de carboidratos resultantes da fotossíntese.

Dosagem recomendada

Dependendo da fertilidade do solo, verificada a partir da análise química desse solo, as recomendações de adubações podem variar de 60 a 100 kg ha-1 de P2O5; 60 a 120 kg ha-1 de K2O; 20 kg ha-1 de N; 10 kg ha-1 de S e de 01 a 02 kg ha-1 de B.

Na adubação de cobertura as recomendações são de 20 kg ha-1 de N aplicados entre 30 e 40 dias após o plantio das ramas. Nesse período ainda é possível deslocar na cultura, pois não houve o fechamento da área pelas ramas.

Em caso de solos arenosos, sugere-se aplicar apenas 50% da dose de potássio recomendada no plantio e os outros 50% em cobertura, aproveitando a aplicação de N. Isso porque em solos arenosos ocorrem perdas consideráveis de potássio por meio da lixiviação.

Quando a aplicação deve acontecer

A calagem deve ser realizada em torno de um mês antes do plantio das ramas, para que ocorra a correção da acidez do solo. A adubação de plantio pode ser realizada quinze dias antes do plantio das ramas para que não ocorra a queima da base das ramas.

Já a adubação de cobertura é recomendada entre 30 e 40 dias após o plantio das ramas, pois após esse período o manejo da adubação torna-se difícil devido ao fechamento da área pelas ramas da batata-doce.

Demanda nutricional

A duração do crescimento da cultura de batata-doce varia de acordo com as cultivares e as condições ambientais. No entanto, a formação da raiz tuberosa pode começar com quatro semanas após o plantio.

Condições favoráveis, como água, nutrientes e condições climáticas são de extrema importância no primeiro mês após o plantio, pois em torno de 80% das raízes tuberosas são formadas neste período. Além disso, dependendo da cultivar, entre oito a 12 semanas após o plantio das ramas a planta deixa de formar novas raízes tuberosas.

Depois deste período, toda a energia é direcionada para o engrossamento (acúmulo de carboidratos) das raízes tuberosas, que são o produto de interesse comercial. O crescimento da planta normalmente alcança o máximo na metade para a fase final do ciclo.

Nessa fase, a parte aérea é bastante vigorosa sendo que, após este período, a densidade foliar diminui, pois a planta passa a translocar suas reservas (carboidratos) para as raízes tuberosas.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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