Mata Atlântica: por que é o bioma mais ameaçado do mundo?

Grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da floresta.

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floresta mata atlântica com rio
Crédito Internet

Grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de desmatamento, extração e exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração do pau-brasil foi feito em 1502, o que levou o Brasil a ser conhecido como “terra brasilis”, ligando o nome do país à exploração dessa madeira, avermelhada como brasa.

Outras madeiras de valor também foram exploradas até a extinção, como por exemplo a tapinhioã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucana e vinhático. Os relatos antigos falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com populações numerosas.

No Nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e êxodo. Na Região Sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela destruição em massa da vegetação nativa. Mas na Região Sul, a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da pinheiro-do-paraná.

Além da exploração predatória dos recursos federais, houve também um significativo comércio de exportação de couros e peles de animais. Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está destruída. Seu ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia no mesmo período.

Preservação da Mata Atlântica: um desafio de todos

Existem diversos projetos de recuperação da Mata Atlântica, que esbarram sempre na urbanização e falta de planejamento do espaço, principalmente na Região Sudeste. Como por exemplo, na cidade de São Sebastião (litoral norte de São Paulo), que possui alguns trechos de áreas de preservação.

Houve diminuição na exploração do Paraná, graças à reação cultural da população e à criação de APAs (áreas de proteção ambiental), que são apoiadas por uma legislação rígida e fiscalização intensiva dos cidadãos. Essa vegetação paranaense preserva um alto nível de biodiversidade, das quais estão o mico-leão-dourado, as orquídeas e as bromélias.

A Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como patrimônio nacional, junto com a Floresta Amazônica Brasileira, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira. A derrubada da mata primária é proibida. A política da Mata Atlântica (Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica), de 1998, contempla a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas degradadas.

Água: fonte de vida e biodiversidade

As regiões da Mata Atlântica têm alto índice pluviométrico devido às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a passagem das nuvens. É comum pensarmos na complexidade de um bioma por aspectos de sua fauna e flora, mas um elemento fundamental para a existência da biodiversidade é a água.

As atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma dependem da água para a manutenção da agricultura, da pesca, da indústria, do comércio, do turismo, da geração de energia, das atividades recreativas e de saneamento.

Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre a água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da bacia hidrográfica, que é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do Sul, Doce, Ribeira do Iguape e Paraná.  As florestas asseguram a quantidade e qualidade da água potável que abastece mais de 110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil municípios inseridos no bioma.

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