23.5 C
Uberlândia
sexta-feira, abril 19, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosMicronutrientes em cana-planta

Micronutrientes em cana-planta

Autores

Renato Passos Brandão
Gerente Especialista em Nutrição Vegetal
Raphael Bianco Roxo Rodrigues
Gerente Técnico de São Paulo e Sul de Minas

Conforme artigo publicado na edição anterior da Revista Campo & Negócios Grãos, normalmente os micronutrientes são relegados a um segundo plano nos programas nutricionais em cana. Entretanto, em muitos solos os micronutrientes podem comprometer o desenvolvimento, a produtividade e o ATR da cana-planta.

Os micronutrientes, também denominados de elementos traços ou elementos menores, são os elementos químicos essenciais ao desenvolvimento da cana-planta, requeridos em pequenas quantidades, na ordem de g/ha, mas de grande importância para o seu desenvolvimento.

Fornecimento dos micronutrientes à cana-planta

Se houver necessidade, os micronutrientes podem sem fornecidos à cana-planta de cinco diferentes maneiras:

º Via solo: os micronutrientes podem ser aplicados com os fertilizantes fornecedores de NPK+S ou isoladamente em pré-plantio, sulco de plantio ou quebra-lombo;

º Via herbicida: o boro é um dos poucos micronutrientes fornecidos com os herbicidas. Respeitar a solubilidade máxima das fontes do boro em água. A fonte mais usual de boro é o ácido bórico, seguido pelas soluções de boro contendo, em média, 10% do nutriente;

º Via tolete: os micronutrientes podem ser aplicados com os inseticidas e demais defensivos agrícolas na cobrição dos toletes de cana. Ocorre uma distribuição mais uniforme dos micronutrientes. Entretanto, é importante verificar a compatibilidade química com os defensivos agrícolas;

º Via foliar: é uma das formas mais usuais para o fornecimento de micronutrientes em cana-planta. Deve ser utilizada em complementações as adubações no solo ou via tolete. As pulverizações foliares com o molibdênio são usuais em grande número de usinas e fornecedores de cana. Normalmente, é realizada com o nitrogênio na época de maior demanda da cultura, antes do fechamento do canavial. Além disso, é crescente o uso dos demais micronutrientes via foliar em cana-de-açúcar.

Micronutrientes via cobrição dos toletes e via foliar em cana-planta

Conforme comentado anteriormente, há pelo menos cinco maneiras de fornecimento de micronutrientes à cana-planta. As formas mais eficientes, entretanto, são via cobrição dos toletes e via foliar. O Grupo Vittia disponibiliza fertilizantes fluidos fornecedores de micronutrientes à cana-planta com eficiência agronômica comprovada.

Em solos com baixos teores de micronutrientes, realizar a aplicação dos produtos a seguir na cobrição dos toletes:

Fertilis® Boro: 2,0 L/ha;

Fertilis® Mol: 1,0 a 1,5 L/ha;

NHT® Manganês: 2 L/ha;

NHT® Zinco: 1,0 L/ha.

Posteriormente, realizar uma complementação dos micronutrientes via foliar no início da estação das chuvas. Se possível, realizar pelo menos duas aplicações com intervalo de 30 a 45 dias.

Fertilis® Mol: 1,0 a 2,0 L/ha;

NHT® Cobre Super: 0,15 L/ha;

NHT® P-Boro-P: 1,5 L/ha.

Em solos com baixo teor de manganês, a forma mais eficiente para o fornecimento deste micronutriente é via foliar: duas aplicações de 0,3 a 0,4 L/ha do NHT® Manganês+.

Produtos do Grupo Vittia

] Fertilis® Boro: é um fertilizante fluido, fonte de boro às plantas, com uma formulação diferenciada. O boro é estabilizado com hidroxaminas, permitindo formulações com altas concentrações de boro (135 g/L).

] Fertilis® Mol: é um fertilizante fluido, fonte de molibdênio às plantas. Cada litro do Fertilis® Mol possui 132 g de Mo. O pH do produto está na faixa ligeiramente ácida, permitindo misturas com a maioria dos fertilizantes foliares.

] NHT® Cobre Super: é um fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com alta concentração de cobre. Cada litro do NHT® Cobre Super contém 385 g de Cu. O NHT® Cobre Super é produzido a partir de carbonato de cobre.

] NHT® Manganês+: é um fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com alta concentração de manganês. Cada litro do NHT® Manganês+ contém 437,5 g de Mn. O NHT® Manganês+ é produzido a partir de carbonato de manganês.

] NHT® P-Boro-P: é um fertilizante foliar fluido, fonte de boro às plantas, com uma formulação diferenciada. O boro é complexado com polióis, garantindo a maior translocação do nutriente no floema da cana e proporcionando um melhor aproveitamento desse micronutriente. Cada litro do NHT® P-Boro-P contém 105,4 g de boro.

] NHT® Zinco: é um fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com alta concentração de zinco. Cada litro do NHT® Zinco contém 1.015 g de Zn. O NHT® Zinco é produzido a partir de óxido de zinco.

Monitoramento nutricional da cana-planta

O monitoramento nutricional da cana-planta deve ser realizado pela amostragem das folhas (Tabela 2). Baseado nos teores dos nutrientes das folhas da cana (Tabela 3), se houver necessidade, realizar os ajustes necessários no manejo nutricional.

Tabela 2. Amostragem das folhas da cana-de-açúcar

Indicação Descrição
Época de amostragem Fase de maior desenvolvimento vegetativo da cana: cerca de 240 dias após a germinação.
  Tipo de folha Folha +1, primeira folha com o colarinho visível. Utilizar a parte mediana da folha, desprezando a nervura central e descartando a ponta e a parte da bainha.
Número de folhas Mínimo de 30 folhas por talhão uniforme.
Cuidados na amostragem Coletar folhas sadias, sem manchas ou ataque de pragas e doenças.
Intervalo entre a adubação de solo, a foliar e a amostragem das folhas da cana Mínimo de 20 dias.

Tabela 3. Interpretação da análise foliar na cultura da cana

Nutrientes Níveis dos nutrientes nas folhas da cana
Baixo Adequado Excessivo
Macronutrientes – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – g/kg – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
Nitrogênio <18 18-25 >25
Fósforo <1,5 1,5-3,0 >3,0
Potássio <10 10-16 >16
Cálcio <2,0 2,0-8,0 >8,0
Magnésio <1,0 1,0-3,0 >3,0
Enxofre <1,5 1,5-3,0 >3,0
       
Micronutrientes – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – mg/kg – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
Boro   >30
Cobre <6 6-15 >15
Ferro <40 40-250 >250
Manganês <25 25-250 >250
Molibdênio <0,05 0,05-0,20 >0,20
Zinco   >50

Considerações finais

A produtividade da cana – 72 t/ha – é considerada relativamente baixa em comparação ao potencial genético das atuais variedades de cana. Atualmente, há variedades que ultrapassam a produtividade de 200 t/ha. Algumas usinas e fornecedores de cana do Estado de São Paulo estão com três dígitos de produtividade, ou muito próximo. Além disso, é cada vez maior a preocupação com o aumento do ATR.

Vários fatores podem estar comprometendo o potencial produtivo da cana, dentre os quais os baixos teores de micronutrientes nos solos. Com os sucessivos cultivos e a exportação de grande quantidade de matéria seca da cana, ocorre uma diminuição gradual dos teores de micronutrientes nos solos.

A análise do solo é a 1ª etapa de um manejo nutricional sustentável para a cultura da cana. Baseado nela, realizar o manejo nutricional com a inclusão dos micronutrientes na cobrição dos toletes e via foliar, se houver necessidade. Posteriormente, realizar o monitoramento do estado nutricional da cana-planta por meio da análise foliar e, se houver necessidade, fazer os ajustes necessário

ARTIGOS RELACIONADOS

Hidroponia é a melhor opção para cultivar coentros

Com a hidroponia há uma maior aceleração no ciclo da planta, assim como benefícios em economia hídrica, elevada padrão e de qualidade das plantas e, por fim, uma grande assepsia das plantas produzidas neste sistema

Algas melhoram o teor de ºBrix do limão

Nilva Terezinha Teixeira Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro...

Algas marinhas reduzem os fungos fitopatogênicos

  Experimentos mostram que algumas espécies de algas já apresentaram resultados promissores, tanto no ataque aos patógenos quanto no estímulo à resistência das plantas.     Paulo Antunes...

Plantio de tomate exige profissionalismo

  João Roberto do Amaral Junior Engenheiro agrônomo, consultor e assistente técnico do Grupo Andrade de Monte Mor e Sumaré (SP) O plantio de tomate no Brasil...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!