
Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutoranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
A produção da mini melancia sem semente, principal tipo exportado, se concentra na região do Rio Grande do Norte/Ceará. Nesta área, praticamente todo o volume produzido é destinado à exportação, majoritariamente para a União Europeia. O período de envio é, principalmente, de agosto a março, na entressafra da Espanha – principal produtor de melancias na Europa.
Segmento
Existe o mercado da mini melancia, que vem ganhando expressão pela maior demanda do consumidor, devido ao peso da fruta ser bem menor, variando de 1,5 a 4,0 kg, e muitas famílias têm procurado nos mercados hortaliças menores. Para obtenção do sucesso das culturas, é necessário implantar a lavoura em clima adequado e seguir o manejo correto, no entanto, o cultivo da mini melancia é recente.
A mini melancia apresenta grande potencial produtivo em casa de vegetação, tanto no verão quanto no inverno, dependendo do manejo dos fatores ambientais. Nesse ambiente, como forma de aumentar a eficiência do uso da área, as plantas são conduzidas no sistema vertical, o que pode gerar uma produtividade três vezes superior à obtida em cultivos rasteiros.
Contudo, para que isso seja atingido, devem ser realizados manejos culturais específicos, como poda e condução das plantas, e utilizar uma densidade de plantas que proporcione o melhor retorno econômico ao produtor.
Além disso, a condução das plantas no sentido vertical facilita a aplicação de defensivos, a ventilação entre as plantas, a distribuição da radiação solar sobre o dossel e possibilita o aumento da densidade de plantas, gerando maior número de frutos por área. O adensamento das plantas pode elevar a produtividade. Entretanto, também pode reduzir o tamanho dos frutos.
O sistema de condução na vertical promove melhor aplicação de defensivos, maior ventilação das plantas, melhorando a distribuição da radiação solar sobre o dossel da planta, assim resultando em melhor aparência dos frutos pela uniformidade da coloração. O cultivo de melancia desempenha importante papel na alimentação humana, especialmente nas regiões tropicais, onde o consumo é elevado.
O cultivo da melancia no Brasil atualmente apresenta uma grande importância econômica e social, sendo cultivada por pequenos produtores em vários ambientes, com baixo custo de produção e um bom retorno financeiro. O cultivo pode ser irrigado ou de sequeiro.
Há cultivares que manifestam colorações de polpa amarela, laranja, branca ou verde.
Os híbridos
[rml_read_more]
As mini melancias são híbridos de alta precocidade, que permitem maior adensamento no momento do plantio e possuem plantas mais compactas o que facilita seu transporte e acondicionamento. Assim, devido ao tamanho reduzido, são bastante adequadas para atender às necessidades de pequenas famílias e ocupam menos espaço na geladeira.
As melancias sem sementes são híbridos autoestéreis que produzem melancias globulares sem sementes, com polpa vermelho-vivo, de alta qualidade sensorial e que pesam de 5,0 a 8,0 kg.
A luminosidade é muito importante e interfere na produtividade e na qualidade da melancia. A queda da produtividade está relacionada com a falta de luz para a cultura. Situações de dias longos e quentes, seguidos por noites quentes, são consideradas ideais para a cultura.
Outro fator climático que influencia no cultivo da melancia é o vento, que quando são muito fortes podem ocasionar: ferimentos nas plantas, porta de entrada para microrganismos; disseminação mais rápida de doenças; abortamento floral; diminuição da polinização, devido à baixa mobilidade dos agentes polinizadores; redução das taxas de assimilação de dióxido de carbono, devido ao fechamento estomático já citado anteriormente.