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terça-feira, novembro 7, 2023
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Mosca-do-broto da mandioca – Reconhecer para manejar

Igor Souza Pereira

Fitopatologista do Instituto Federal do Triângulo Mineiro – campus Uberlândia (MG)

igor@iftm.edu.br

Marcia Toyota Pereira

Fitopatologista- Universidade Federal de Lavras

mtoyotap@gmail.com

 

Crédito-Igor-Pereira
Crédito-Igor-Pereira

Tradicionalmente, a mandioca é considerada uma planta rústica, tolerando bem o ataque de pragas e doenças. No entanto, quando cultivada em grandes áreas e sob condições favoráveis, algumas pragas podem acarretar redução na produtividade, como é o caso do ataque pela mosca-do-broto da mandioca (Neosilbaperezi).

Diferente de outras espécies desse gênero de mosca, que atacam diversas culturas, as larvas da mosca-do-broto da mandioca se alimentam exclusivamente das brotações da mandioca (Manihotesculenta).

As fêmeas efetuam a postura nas folhas apicais das brotações ou em pequenas cavidades feitas pelo ovipositor na parte mais tenra do broto. O dano ocasionado por esse inseto manifesta-se por uma exsudação amarelada (quando o ataque é recente) ou marrom (quando o ataque é mais velho), que pode ser vista no ponto de crescimento da planta afetada.

As larvas eclodem em cerca de quatro dias, perfurando o tecido tenro da planta e matando a gema apical, o que retarda o crescimento normal da planta afetada e induz o aparecimento de brotos laterais, que também podem ser atacados.

As plantas mais jovens são mais suscetíveis. Ataques repetidos podem ocasionar o nanismo das plantas. Plantas com até três meses de idade e sob ataque intenso podem adquirir aspecto de vassoura, com internódios curtos e nanismo.

Erroneamente, relata-se que os danos causados por essa praga são restritos à produção de manivas, com baixo impacto à produção de raízes. No entanto, estudos indicam que em plantas jovens, dependendo da variedade plantada, há queda de produtividade de raízes comerciais variando de 30 a 70%.

Manejo da mosca-do-broto da mandioca

 

O manejo da mosca-do-broto da mandioca é feito principalmente pelos métodos culturais, visto que há poucos agrotóxicos registrados no Ministério da Agricultura. Dentre os métodos culturais, destacam-se:

ÜRetirada e destruição dos brotos atacados;

ÜPlantio de mandioca fora da época de ataque (se realmente a praga é importante na região), evitando-se períodos de seca prolongados após o plantio;

ÜPlantio intercalado da mandioca com outras culturas, como o milho, feijão e abóbora, para reduzir a incidência da praga e incrementar o controle natural.

Controle químico

As larvas da mosca-do-broto são difíceis de controlar, mas em casos em que ocorrem ataques severos em plantas com até dois meses de idade, é recomendado o uso de inseticidas. No Brasil, é registrado o inseticida de contato e ingestão do grupo das espinosinas – espinetoram.

Recomenda-se monitorar o cultivo/praga e aplicar o inseticida quando aparecerem os primeiros indícios de dano econômico pelo ataque da mosca-do-broto. Se necessário, repetir a aplicação. O intervalo entre as aplicações será determinado em função da reinfestação, devendo-se aplicar no máximo três vezes durante o ciclo da mandioca.

Outra alternativa é o uso de armadilhas confeccionadas com garrafas pet, feitas à base de substâncias açucaradas, como frutas em decomposição, caseína ou leveduras. As moscas-do-broto são atraídas para essas armadilhas, morrem por ficarem aprisionadas dentro das garrafas, reduzindo assim a população da praga.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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