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Mudas enxertadas proporcionam mais uniformidade e qualidade

Débora Costa Bastos

Engenheira agrônoma, pós-doutora em Fisiologia Vegetal e pesquisadora da Embrapa Semiárido

debora.bastos@embrapa.br

Créditos Shutterstock
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Por serem mais fáceis de cuidar e se desenvolverem com rapidez, as mudas enxertadas são as mais indicadas para o plantio de mangueira. No segundo ano de cultivo, elas já produzem os frutos com as mesmas características das mangas originadas da planta-mãe.

Por outro lado, plantas provenientes de sementes levam cinco ou mais anos para frutificar e, ainda, são vulneráveis ao surgimento de mangas com características genéticas diferentes da cultivar que as originou.

Vantagens das mudas enxertadas

As mudas provenientes da enxertia possuem a mesma constituição genética da planta matriz, ou seja, a mesma qualidade. Apresentam produção precoce e porte menor, formando pomares uniformes.

Esses fatores facilitam o manejo, os tratos culturais e a colheita dos frutos. As mudas provenientes de sementes devem ser usadas em pesquisas de melhoramento genético, pois produzem plantas e frutos bem diferentes dos de origem.

O cavalo

Os cavalos ou porta-enxertos mais usados são ‘Coquinho’ e ‘Espada’. A cultivar ‘Coquinho’ apresenta germinação mais rápida, porém, a ‘Espada’ atinge o ponto de enxertia mais rapidamente e apresenta tolerância à seca da mangueira.

A ‘Espada’ é a cultivar de porta-enxerto mais utilizada pelos viveiristas. Entretanto, dependendo da região, os viveiristas utilizam as sementes das cultivares que estão disponíveis. Ressalta-se que as sementes devem estar sadias e com bom poder germinativo.

O procedimento

A enxertia consiste na união de duas partes da planta, o enxerto (garfo ou placa) e o porta-enxerto (cavalo), formando-se uma nova planta. Deve ser realizada utilizando-se plantas de cultivares diferentes, e pode ser do tipo borbulhia em “T“ invertido e borbulhia em placa e/ou garfagem de fenda cheia.

A garfagem de fenda cheia é o método mais utilizado, por proporcionar altos índices de pegamento e precocidade, além de ser de fácil execução em relação aos outros tipos de enxertia.

Créditos Shutterstock
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Quando enxertar

A enxertia pode ser realizada o ano todo, desde que se tenha material propagativo disponível (porta-enxertos e enxertos) para a sua execução. Antes da realização da enxertia deve-se fazer a semeadura das sementes (cultivar desejada) em sacos plásticos contendo como substrato o solo de barranco e o esterco (3:1 v/v), ou em canteiros.

Após seis a 12 meses da semeadura, quando o porta-enxerto estiver com 1,0 a 1,2 cm de diâmetro, faz-se a enxertia, que pode ser tipo borbulhia em “T“ invertido ou em placa e/ou garfagem de fenda cheia.

ð Borbulhia em “T” invertido: deve-se fazer um corte vertical de 3 a 5 cm em “T” invertido no porta- enxerto (cavalo) a uma altura de 15 a 20 cm do solo. Depois, um corte horizontal na base do cavalo, ajustando-se a gema e fazendo-se o amarrio com a fita plástica.

Após 40 a 45 dias da realização da enxertia ocorre a brotação da gema, quando se faz com a tesoura de poda a decapitação do cavalo à altura de 5 cm acima da região da enxertia. Após o surgimento do segundo fluxo vegetativo (cinco a sete meses após a enxertia), faz-se o corte da parte restante do porta-enxerto rente a este ponto, e amarra-se um tutor até a muda se desenvolver totalmente e estar pronta para o plantio no campo.

O período total de produção da muda, desde a obtenção do porta-enxerto até esta fase, é de 10 a 12 meses.

ð Garfagem de fenda cheia: o cavalo (porta-enxerto) e o garfo (enxerto) devem apresentar diâmetros semelhantes, entre oito e 12 mm. Deve-se fazer a decapitação do porta-enxerto, entre 10 a 15 cm do solo.

Depois, com um corte vertical, faz-se uma fenda de 3 cm de profundidade. O garfo de 10 a 15 cm de comprimento e em forma de bisel (cunha), também com 3 cm, é introduzido na fenda do cavalo, unindo-se os tecidos do câmbio pelo menos em um dos lados e fazendo-se o amarrio da região da enxertia com a fita plástica.

Em seguida, deve-se cobrir o garfo com saco plástico transparente e amarrá-lo em sua extremidade inferior, formando uma ‘câmara úmida’. O período total, desde a semeadura do porta-enxerto até a muda pronta para o plantio, varia entre seis a oito meses.

As mudas estão prontas para serem levadas para o local definitivo de plantio após três a quatro meses da realização da enxertia, quanto atingirem a altura de 50 a 70 cm. Este método de enxertia é o mais utilizado na produção de mudas de mangueira.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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