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Novas ameaças de pragas ao eucalipto

Pedro Guilherme Lemes

Engenheiro florestal, doutor em Entomologia e professor de Entomologia Florestal – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

pedroglemes@hotmail.com

José Cola Zanuncio

Engenheiro florestal, PhD em Entomologia e professor de Entomologia ” Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Crédito Leonardo Rodrigues Barbosa

Os eucaliptos, desde que chegaram ao Brasil, sofrem com a ameaça de diversas pragas nativas, principalmente as formigas-cortadeiras, cupins, besouros e lagartas desfolhadoras.

Na década de 20, foi registrado a presença do gorgulho-do-eucalipto na Argentina, que posteriormente acabou migrando para os eucaliptais brasileiros. De lá para cá, outras pragas do eucalipto foram introduzidas, principalmente pelo aumento do comércio internacional de mercadorias e trânsito de pessoas.

Esse fenômeno ficou mais acentuado na década de 2000, quando em 2003 foi introduzido o psilídeo-de-concha, em 2007 a vespa-da-galha e em 2008 o percevejo-bronzeado, todos de origem australiana. Desde então, essas pragas se disseminaram rapidamente por quase todos as regiões e constituem uma das principais preocupações nos cultivos de eucalipto do Brasil.

 

Um a um

Adulto do psilídeo-de-concha – Créditos Pedro Guilherme Lemes

Psilídeo-de-concha: opsilídeo-de-concha, Glycaspisbrimblecombei (Hemiptera: Aphalaridae), é um inseto sugador nativo da Austrália, que ataca eucaliptos, principalmente Eucalyptuscamaldulensis. As ninfas desse inseto formam conchas para sua proteção a partir de excreções açucaradas que liberam, e por isso essa espécie carrega esse nome popular. As ninfas protegidas abaixo da concha sugam a seiva das folhas, o que pode levar à deformação e queda das folhas, formação de fumagina, que junto da grande quantidade de conchas pode causar redução da taxa de fotossíntese, diminuindo a produtividade. Ainda, pode causar seca dos ponteiros, super-brotação, e em casos de grande infestação, até a morte das árvores. Os principais sintomas do ataque desse inseto são as próprias conchas, que em grandes surtos recobrem totalmente a parte de cima das folhas de eucalipto, além de ponteiros desfolhados.

Vespa-da-galha: a vespa-da-galha, Leptocybeinvasa (Hymenoptera: Eulophidae), também nativa da Austrália, coloca ovos nas nervuras de folhas e ramos de eucaliptos, provocando a formação de galhas, uma espécie de tumor, onde esse inseto irá se desenvolver. Essas galhas diminuem a circulação de seiva nas folhas, deixando-as enrugadas, podendo levar a sua queda. As árvores podem ter suas gemas apicais e ramos secos e até morrer quando em grandes surtos dessa praga. O ataque retarda o desenvolvimento das plantas e reduz a produção de madeira. Outro complicador desse inseto é que ele é problema tanto em viveiros de mudas quanto no campo. A presença desse inseto no campo é facilmente observada pela presença das galhas em grande quantidade e pelas folhas enroladas das árvores ou mudas.

Percevejo-bronzeado: o percevejo-bronzeado, Thaumastocorisperegrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae), é um inseto sugador nativo da Austrália, e vive em hábito gregário, isso é, vários percevejos juntos sugando as folhas. Recebem esse nome popular não pela sua cor, mas pelo sintoma que causam em árvores de eucalipto. Ao sugar o conteúdo celular das folhas, esses percevejos deixam as folhas com aspecto de clorose, e dependendo da espécie de eucalipto, pode ir variando para uma cor prateada, e por fim uma cor bronzeada. Geralmente preferem folhas mais velhas, e em surtos severos podem provocar a queda das folhas e morte das plantas. Há estudos que estimam a queda na produção causada por essa praga entre 10 e 15% do volume de madeira.

Conchas e ninfas abaixo delas, sugando a seiva das folhas de eucalipto

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro/dezembro  de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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