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Novas tecnologias revolucionam tratamento de sementes

 

Sementes 29 - Crédito Ana Maria Diniz (06-2014)
O tratamento de sementes contra doenças fúngicas ou pragas tem como objetivo proteger as sementes por um determinado período de tempo (antes do plantio até os primeiros dias de emergência), evitando ataques iniciais, os quais poderiam reduzir o número de plantas na área cultivada e comprometer o potencial produtivo da lavoura – Crédito Ana Maria Diniz
Elmar Floss
Elmar Luiz Floss é doutor em Agronomia, consultor, professor e diretor do Instituto Incia
Sementes 126 - Crédito Marcelo Madalosso (03 - 2014)
O tratamento industrial das sementes (TSI), com máquinas de alta tecnologia e performance hoje disponíveis, permite um controle mais efetivo dos patógenos e das pragas – Crédito Marcelo Madalosso
Sementes tradadas - Crédito Elmar Floss
O inseticida e fungicida é colocado uniformemente em cada semente e na quantidade adequada, com baixo volume de calda, que evita o enrugamento das sementes e a perda do poder germinativo, devido ao aumento da taxa respiratória das sementes, reduzindo o vigor das mesmas – Crédito Elmar Floss
Soja 178 - Crédito Shutterstock
Os bons fungicidas e inseticidas, por si só, já permitem um melhor enraizamento, pois evitam os danos dos patógenos e pragas – Crédito Shutterstock
Soja 181 - Crédito Shutterstock (01 - 2014)
Quando se associa o biorregulador, há um estímulo ao maior número (citocininas) e maior elongação das raízes (auxinas). Quanto maior o volume de raízes em contato com o volume de solo, maior é a eficiência na absorção de água e nutrientes pelas plantas – Crédito Shutterstock

A busca por altos rendimentos, em qualquer cultura, começa com a escolha do cultivar de maior potencial de rendimento e adaptado à região de plantio, para cada época de semeadura, continua com a adoção de sementes de alto vigor e bem tratadas com inseticidas, fungicidas, bioreguladores, cobalto, molibdênio e inoculante, e culmina em adequadas práticas de manejo.

Esse alto rendimento pode ser afetado por muitos fatores durante o ciclo de cultivo, destacando-se a frequência de ocorrência e danos causados por doenças e pragas, que comprometem os cultivos, independente da região brasileira em que a cultura esteja estabelecida, desde a germinação até a emergência de plântulas, passando pelos estádios vegetativos e reprodutivos e atingindo a fase de maturação dos grãos.

Desde a semente

Segundo Elmar Luiz Floss, doutor em Agronomia, consultor, professor e diretor do Instituto Incia, muitos microrganismos que causam moléstias podem estar associados às sementes (infectando-as ou infestando-as), ou ainda presentes no solo e, como resultado, causam apodrecimento de sementes, morte de plântulas, emergência desuniforme e/ou redução na população de plantas e menor enraizamento das plantas.

Estes, ainda, podem ser transmitidos à parte aérea da cultura já nos estádios iniciais do cultivo, antecipando as epidemias nas lavouras e, em muitos casos, elevando os custos de produção pelo maior número de aplicações de fungicidas necessárias aos órgãos aéreos.

Ainda, várias pragas de solo podem causar danos às plântulas, especialmente reduzindo o enraizamento.

Tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas

A medida de controle mais empregada para promover a erradicação de patógenos na semente e proteger a planta do ataque de patógenos presentes no solo é o tratamento de sementes. “Esta é considerada uma medida amplamente recomendada em todos os cultivos, principalmente considerando-se custo-benefício, menor impacto ambiental e segurança dos agricultores“, pontua Elmar Floss.

Atualmente, continua o especialista, uma grande gama de produtos está sendo comercializada para uso via semente, tornando esta atividade muito importante e complexa, já em fase da industrialização, saindo da mão do agricultor.

Também o diagnóstico correto de cada situação (moléstias necrotróficas de maior ocorrência e mantidas na palhada e teste de sanidade das sementes), que conduza a necessidade do tratamento de semente é de suma importância, a fim de que esta prática seja eficaz e traga cada vez mais benefícios ao agricultor.

O mesmo vale para o controle inicial de pragas – determinadas as pragas de maior ocorrência na lavoura, Elmar Floss recomenda que se escolha o inseticida mais eficiente no controle. “Além de evitar a destruição de raízes, esses produtos podem proteger as plântulas na fase inicial de crescimento. E alguns inseticidas disponíveis no mercado também estimulam o maior enraizamento das plantas“, afirma.

Tratamento de sementes industrial (TSI)

Além da escolha do fungicida e inseticida mais eficiente no controle dos patógenos e pragas detectadas, é de fundamental importância o adequado tratamento das sementes, uma operação nem sempre precisa, quando realizada nas propriedades, podendo ocorrer sub ou superdoses.

Elmar Floss alerta que sementes sem tratamento ou com subdoses vão gerar plântulas com moléstias. Já na superdosagem podem ocorrer danos por fitotoxidez. Portanto, mesmo com o uso de fungicidas e inseticidas adequados, o controle dos patógenos e pragas pode não ser eficiente devido à forma inadequada de tratamento das sementes na propriedade.

“O tratamento industrial das sementes (TSI), com máquinas de alta tecnologia e performance hoje disponíveis, permite um controle mais efetivo dos patógenos e das pragas. O inseticida e fungicida é colocado uniformemente em cada semente e na quantidade adequada, com baixo volume de calda, que evita o enrugamento das sementes e a perda do poder germinativo, devido ao aumento da taxa respiratória das sementes, reduzindo o vigor das mesmas. Plântulas de baixo vigor enraízam, afilham (gramíneas) e ramificam (soja) menos, afetando o rendimento das culturas“, detalha.

Ainda segundo ele, os equipamentos disponíveis no mercado apresentam um custo alto, necessitando de escala no tratamento de sementes para serem viáveis economicamente. Na Europa, já existem várias empresas de prestação de serviços, com caminhões equipados com essas modernas máquinas de tratamento industrial de sementes. Nesse caso, o caminhão se desloca de propriedade em propriedade, como relata o especialista.

Os atuais cultivares modernos, de alto potencial de rendimento e menor ciclo, produzem mais em menos tempo. Outra vantagem é a baixa estatura de plantas, que reduz a possibilidade de acamamento e são mais responsivas à adubação. Entretanto, tendem a formar um sistema radicular mais superficial. “Esse problema é agravado em solos compactados, e a eficiência de absorção de água e nutrientes é uma relação entre volume de raiz (número x comprimento) e o volume de solo“, adverte Elmar Floss.

Tratamento industrial com biorreguladores

Além do tratamento das sementes com os melhores inseticidas e fungicidas, o manejo para altos rendimentos das culturas exige também a inclusão no tratamento de sementes com biorreguladores.

Elmar Floss explica que a germinação uniforme das sementes e o crescimento inicial vigoroso das plântulas depende da concentração de biorreguladores como giberelinas, citocininas e auxinas ou seus precursores.

“As giberelinas, juntamente com a água, constituem os dois fatores mais importantes para desencadear a germinação das sementes de forma rápida e uniforme. O conceito moderno de vigor de uma semente não é apenas uma maior quantidade de reservas na semente, mas também teores adequados desses hormônios, diretamente envolvidos com os processos germinativos e a emergência adequada“, aponta.

O tratamento das sementes com biorreguladores é especialmente indicado quando o vigor das sementes não é o ideal, em solos argilosos e compactados. Quando as sementes têm alto vigor e os solos apresentam boa estrutura física, os biorreguladores podem ser aplicados juntamente com os herbicidas, para ativar a ramificação lateral da soja e reduzir a fitotoxidez temporária causada pela aplicação do glifosato, especialmente em cultivares transgênicos.

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