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Novo controle da cercosporiose em milho

Dagma Dionisia da Silva

Luciano Viana Cota

Rodrigo Véras da Costa

Engenheiros agrônomos, fitopatologistas e pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo

 

 Crédito Carlos R. Casela
Crédito Carlos R. Casela

A cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) foi observada na safra 1999/2000 e safrinha 2000, inicialmente nas cidades de Rio Verde, Montividiu, Jatai e Santa Helena, região sudoeste de Goiás, onde causou perdas severas.

Posteriormente, foi observada em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Atualmente, praticamente todas as áreas onde se cultiva o milho têm incidência de cercosporiose. Os danos devido à ocorrência de cercosporiose são resultantes da perda de área fotossintética. Quanto mais precocemente e maior for a área foliar coberta por lesões, maior será a perda de água pela planta e ocorrerá maior deterioração do colmo e o acamamento.

Em áreas onde a doença é introduzida pela primeira vez, os danos podem ser pequenos, porém, com a manutenção de restos culturais no solo a tendência é a severidade aumentar ao longo dos ciclos de cultivo de milho, principalmente nas áreas onde as condições climáticas são favoráveis.

Perdas de produção

Em cultivares suscetíveis e condições favoráveis à ocorrência da doença as perdas podem ser acima de 80%. Os componentes de produção mais afetados são o número de grãos por espiga e o tamanho dos grãos.

As oito/nove folhas superiores da planta de milho contribuem com 75 a 90% dos nutrientes requeridos pela espiga durante o período de enchimento dos grãos. A ocorrência da doença nestas folhas cerca de 30 dias antes da maturação fisiológica pode afetar severamente a produção.

Condições para a ocorrência da cercosporiose

Temperaturas entre 25 e 30ºC e umidade relativa do ar superior a 90% são consideradas condições ótimas para o desenvolvimento da doença. Em áreas onde a doença está presente, os restos de cultura são fonte de inóculo entre as safras e entre propriedades, sendo a severidade incrementada com o plantio de cultivares suscetíveis e a expansão de área cultivada.

Prevenção

O tratamento de sementes é recomendado para evitar a entrada do patógeno na área via sementes. O uso de cultivares com resistência genética é recomendado, mesmo quando a doença ocorre com baixa severidade na área. Esta é uma forma de reduzir ou quebrar a manutenção de inóculo inicial.

Realizar os plantios na época e nas condições recomendadas pela empresa de sementes de forma a garantir que a fase que a cultura é mais suscetível ao patógeno não coincida com as condições favoráveis à doença também é importante, assim como realizar o manejo adequado, garantindo adubação equilibrada, sem excesso ou falta de nutrientes.

Realizar rotação com culturas não hospedeiras de C. zeae-maydis, como soja, sorgo, algodão, girassol, etc. No caso do sistema de cultivo atual, onde a dobradinha entre soja e milho prevalece na maior parte das áreas produtivas do país, pode haver redução na sobrevivência do fungo. Recomenda-se evitar o plantio de milho em monocultivo e realizar a rotação entre cultivares.

Curativamente

Após a doença ter se estabelecido na área, se a cultivar escolhida for suscetível e na ocorrência das condições favoráveis à doença, o produtor poderá fazer controle químico. Deve-se, no entanto, tomar a decisão de aplicar após o monitoramento da área.

Após chegar-se à conclusão da necessidade de controle químico, a dose, o horário e a tecnologia de aplicação devem ser utilizados de forma a garantir a maior eficiência do produto. Excesso ou subdosagens de fungicidas não são recomendados, pois podem favorecer a seleção para resistência aos produtos, reduzindo sua eficiência e tempo de uso.

Eficiência

A eficiência dos produtos está relacionada a diversos fatores, como suscetibilidade das cultivares, severidade da doença, época de aplicação, regulação de máquinas, doses e horário de aplicação adequado. Existem 19 produtos registrados no Ministério da Agricultura para o controle químico da cercosporiose, todos do grupo dos triazois, puros ou em mistura com estrobilurinas. Os fungicidas estão descritos na Tabela 1.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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