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Novo sistema de manejo de nematoides em soja

 

Simples, mas muito eficiente, o novo manejo localiza os nematoides antes de fazer as aplicações de defensivos

 

Novo manejo de controle de nematoide - Crédito Miriam Lins
Novo manejo de controle de nematoide – Crédito Miriam Lins

A agricultura de precisão oferece ferramentas que permitem o controle localizado de diversos tipos de problemas, como o manejo de nematoides em soja. Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni, engenheiro agrônomo e professor da Fatec, explica que os nematoides são pragas que ocorrem em reboleiras, sintomas esses que facilitam a localização das áreas do talhão que enfrentam o problema.

“Normalmente o produtor faz a aplicação do produto na área toda, o que não é necessário, já que a praga pode estar apenas em alguns locais. O recomendado é manejar apenas a área problema, o que, além de ser sustentável, resulta em uma economia muito grande de mão de obra, defensivos e tempo. Em áreas que estamos realizando experimentos, aplicamos defensivos em 9% da área, enquanto o agricultor convencional aplicaria em 100% dela“, pontua o professor.

Com a nova técnica a praga é efetivamente controlada, pois sabe-se exatamente onde ela está e se pode ter a comprovação efetiva do controle, com redução do impacto ambiental, já que a que a área aplicada é controlada.

O experimento

Carlos Eduardo está em fase de coleta de dados de campo ainda, mas já antecipa que o manejo é muito simples, e que em breve será adotado em áreas comerciais, pois os dados iniciais oferecem segurança para ir adiante.

Nos experimentos o pesquisador tem usado nematicida químico, e com um GPS demarca a área que receberá o controle, aplicando somente naquelas onde seguramente haverá problema na safra seguinte. “Há, ainda, a possibilidade de trabalhar com volume de calda alterado, fazer zona de manejo, e assim ter um controle bem efetivo. Depois retornamos àquela área e fazemos a reavaliação do produto, para ter certeza da eficiência do controle e da metodologia utilizada“, esclarece.

Carlos Eduardo garante que, considerando o investimento que o produtor vai fazer para aderir à nova técnica, seja com equipamentos ou prestação de serviços, compensa, diante da redução de custos que terá e do maior controle da operação do manejo dos nematoides.

Reboleiras
Reboleiras

Para breve

Carlos começou o experimento em 2013, e por isso ainda não possui dados de produtividade. “Estamos desenvolvendo um equipamento para o manejo em parceria com duas empresas. Ele vai acoplado à semeadora e faz a aplicação no sulco de adubo da plantadora, que, em fração de segundos (entre a plantadeira abrir e fechar o sulco), o produto é aplicado para que seja incorporado, com maior eficiência de controle“, revela.

O equipamento em questão possui computador de bordo, que garantirá ainda mais eficiência na operação. “Inserimos o mapa dentro desse equipamento, fazemos a programação e no momento em que o produtor estiver fazendo o plantio da soja, automaticamente, por meio de coordenadas de GPS, o equipamento liga e desliga sozinho“, explica.

Funciona assim. A máquina trabalha fazendo o plantio no campo, e quando chega à reboleira demarcada no mapa, o equipamento é ligado, realiza a aplicação do produto, e quando sai da mancha ele é automaticamente desligado, e continua fazendo o plantio da soja.

Custo-benefício

O equipamento tem capacidade para 700 litros de defensivos, e custa em torno de R$ 32 mil. “Os produtores já fazem uso desse equipamento para aplicação de inoculante na soja, por isso muitos nem precisarão comprá-lo. Porém, o que está em desenvolvimento possui uma tecnologia de aplicação mais avançada. O custo-benefício dessa metodologia é muito grande, pois vai economizar insumo, com grande precisão, maior controle da aplicação e do resultado“, garante Carlos Eduardo.

Mapa de controle

Erros fatais

O pesquisador lamenta que os problemas no campo aconteçam, muitas vezes, em decorrência da tecnologia de aplicação mal feita ou mal utilizada. “Os nematoides na cultura da soja são a praga-chave em muitas regiões, com históricos de prejuízos de até 100%, em alguns talhões. Preventivamente o produtor deve tomar cuidado para não espalhar o nematoide na fazenda, contaminando áreas sadias. É bom lembrar que o nematoide não se dissemina sozinho, mas sim por meio de tudo o que leva solo, e pelas raízes contaminadas“, alerta.

Os talhões contaminados devem receber tratamento fitossanitário por último, para evitar que o equipamento contamine as outras áreas, e a máquina deve ser lavada. Com o novo sistema e os produtos certos, o produtor deve, certamente, ficar satisfeito com os resultados que colherá na lavoura de soja.

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