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Nutrição equilibrada do pepineiro

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas)

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo da Unifenas

Crédito Valter Arthur
Crédito Valter Arthur

Como qualquer planta, o pepineiro exige um suprimento contínuo de nutrientes para o seu desenvolvimento, sendo que a quantidade varia em função dos teores existentes na matéria seca produzida pela planta inteira (raízes, caule, ramos, frutos, etc.).

Portanto, a sua nutrição equilibrada depende de uma série de fatores que afeta a passagem do nutriente para a solução do solo e sua consequente absorção pelas raízes. Assim, deve-se, preferencialmente, implantar a cultura de pepino em solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e sem acidez excessiva.

Se houver necessidade de calagem, ela deve ser feita para elevar a saturação de bases a 75% e o teor de magnésio deve ser de 1cmolc dm-3. A adubação orgânica deve ser aplicada aos 30 a 40 dias antes da semeadura ou do plantio das mudas, misturando bem 10 a 20 t ha-1 de esterco bovino curtido ou composto orgânico, ou 1/4 dessas doses de esterco de galinha, suínos, caprinos, ovinos, equinos.

A adubação pode ser feita em sulcos ou covas, sempre baseada no resultado da análise da fertilidade do solo.

Adubação mineral

A adubação mineral de plantio no campo e sob cultivo protegido deve ser aplicada cerca de sete a 10 dias antes do plantio, misturando os fertilizantes com a terra dos sulcos, utilizando por hectare 40 kg de N; 200 a 400 kg de P2O5 e 100 a 200 kg de K2O.

Em solos deficientes, acrescentar por hectare 1kg de boro, 3 kg de zinco e 2 a 4 kg de cobre. De acordo com a variedade, adensamento populacional e a produtividade esperada, a adubação mineral de cobertura por hectare deve ser de 80 a 100 kg de N; 20 a 40 de P2O5 e 60 a 100 de K2O, parcelados em três a quatro aplicações, a primeira aos 10 a 15 dias após a germinação ou o pegamento das mudas e as demais adubações a cada 10 a 15 dias.

Recomenda-se irrigar logo após a adubação de cobertura, para que os nutrientes sejam rapidamente disponibilizados para as plantas.

A nutrição adequada contribui para o aumento da resistência das plantas a doenças e pragas - Crédito Claudinei Kappes
A nutrição adequada contribui para o aumento da resistência das plantas a doenças e pragas – Crédito Claudinei Kappes

Importante saber

A respeito da nutrição da cultura do pepineiro, é importante lembrar que uma das principais causas para a ocorrência e predisposição das plantas a doenças e pragas é o desequilíbrio nutricional (carência ou excesso de adubação), tendo em vista que a nutrição equilibrada irá favorecer os mecanismos de defesa das plantas.

A influência do nitrogênio, do fósforo, do potássio e dos micronutrientes merece destaque neste contexto. O excesso de nitrogênio na planta pode favorecer a germinação de esporos de fungos e a atividade dos insetos.

Deve-se evitar a aplicação foliar indiscriminada de fertilizantes nitrogenados, especialmente na forma de ureia, nas hortaliças em geral, principalmente se os teores de Mo e Mn forem inadequados. Teores adequados de P e K favorecem o decréscimo no ataque de fungos e reduzem a suscetibilidade às doenças e pragas, de forma geral.

O adequado fornecimento de micronutrientes em muito pode contribuir para o aumento da resistência das plantas a doenças e pragas, devido a sua participação num número grande de compostos e reações.

Dentre os micronutrientes, o Cu, o B e o Mn, que às vezes são negligenciados em sistemas de produção, são importantes para a formação de vários compostos que favorecem a defesa vegetal. O boro, devido a sua dinâmica no solo, deve ser fornecido via solo, em pré-semeadura (ou na semeadura), mediante o uso de fontes de solubilidade média; ao passo que o Cu e o Mn deverão ser aplicados via foliar, no início da fase de franco crescimento vegetal e no início do florescimento da maioria das espécies cultivadas.

O Zn, cuja deficiência é bastante comum na agricultura brasileira, quando fornecido em doses elevadas e sem critério técnico definido, poderá interferir no aproveitamento e metabolização de outros nutrientes, bem como favorecer a proliferação de fungos.

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

Demanda nutricional

A cultura do pepino, por ter o sistema radicular mais superficial, apresenta sensibilidade ao excesso de sais, por isso, o produtor deve tomar muito cuidado com a adubação, principalmente na fase inicial de desenvolvimento, para não prejudicar o desenvolvimento das plantas com adubações em excesso.

No plantio da cultura tutorada, geralmente é recomendada a aplicação de 50 kg ha-1 de N, 250-400 kg ha-1 deP2O5 e 100-180 kg ha1deK2O. Quando se utiliza a fertirrigação, é recomendado o maior número de parcelamento da adubação para as doses de nitrogênio e potássio, e a dose de fósforo deve ser toda aplicada no plantio, optando sempre por fertilizantes com índice salino menor.

As cultivares que são conduzidas em cultura rasteira exigem menos nutrientes, sugerindo-se aplicar no plantio metade das doses recomendadas para as culturas tutoradas.

A adubação em cobertura deve ser parcelada em três ou mais aplicações, utilizando 100-150 kg ha-1 e 50-80 kg ha-1de K2O. A primeira adubação em cobertura deve ser feita no início do crescimento da planta, após o desbaste ou transplante da muda, sem aplicação de K. A segunda adubação de cobertura ocorre no início da floração, incluindo a aplicação com K e as demais durante o período de colheita, também incluindo o K.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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