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Nutrição foliar

Fabio Olivieri de NobileDoutor e professor – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (Unifeb)fabio.nobile@unifeb.edu.br

Maria Gabriela AnunciaçãoGraduanda em Engenharia Agronômica – Unifeb

Nutrição foliar – Crédito: Luciano Barreto Dosualdo

Atualmente, é aceito que a vida vegetal teve seu início na água. Neste habitat, onde hoje vive ainda a maioria dos vegetais, as plantas tinham à sua disposição todos os fatores necessários. Com a adaptação das plantas fora da água, por meio da evolução, as partes da planta se especializaram e passaram a executar determinadas funções.

As raízes se especializaram em fixação e absorção de nutrientes, as folhas em fotossíntese e respiração e o caule em transporte de solutos, ligando as raízes às folhas. Entretanto, as partes aéreas não perderam a capacidade de absorver nutrientes.

O contato entre o nutriente e a folha é feito por meio da adubação foliar, principalmente. Na adubação foliar, aplicam-se os nutrientes em solução aquosa, e estes necessitam entrar na célula para aí desempenharem suas funções.

Objetivo

O propósito da nutrição foliar é fornecer nutrientes de fácil absorção para as plantas, corrigindo imediatamente as deficiências de nutrientes como um suplemento à fertilização através do solo.

Nesse tipo de adubação, são utilizados principalmente os micronutrientes, pois o teor desses elementos no solo é pequeno, além da eficiência no fornecimento de certos micronutrientes, pelo solo, não ser tão alta quando comparada à aplicação via folhas.

Benefícios

Fertilizantes foliares são, de longe, o mais efetivo sistema de aplicar micronutrientes ou pequenas quantidades de nutrientes como suplementos dos elementos mais importantes. Trazem como benefícios o uso de menores doses, quando comparadas a aplicações via solo; fácil uniformização e distribuição; rápida resposta de absorção; correção de deficiências nutricionais no mesmo ciclo da cultura, transporte e armazenamento mais fáceis dos produtos; possibilidade de ser aplicado com outros defensivos agrícolas

Isso não significa que o uso de fertilizantes foliares substitui o uso de fertilizantes sólidos, mas o uso de fertilizantes foliares mostrou incrementar a disponibilidade dos elementos principais utilizados na sua forma sólida.

Recomendações

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Para que a adubação foliar seja realmente eficiente, com absorção dos nutrientes, alguns fatores precisam ser atendidos. Eles incluem aspectos internos das plantas e externos a elas. Podemos citar quatro fatores que, segundo a Embrapa, são essenciais para a implantação e manejo da adubação foliar.

ð Fatores relacionados à folha ou à planta: superfície foliar; composição química e permeabilidade da cutícula; idade da folha; estado iônico interno; crescimento e estádio fenológico da cultura.

ð Fatores relacionados aos nutrientes aplicados: seletividade; absorção desigual de ânions e cátions; antagonismo; inibição competitiva e não competitiva e inibidores metabólicos.

ð Fatores relacionados às soluções nutritivas: concentração e composição das soluções; pH e forma química dos nutrientes.

ð Fatores externos: luz; temperatura; umidade do ar, horário e equipamento de aplicação e quantidade de água no solo.

Além disso, deve-se levar em conta a mobilidade dos nutrientes dentro da planta, pois alguns deles podem circular por toda a planta, enquanto outros possuem uma ação localizada.

Assim, quando se aplica o nutriente via folha, não haverá contato dos nutrientes com o solo, o que aumenta a eficiência da absorção e, consequentemente, da adubação. Por esse motivo, mesmo em pequenas quantidades, a adubação foliar pode levar a ganhos de produtividade ao redor de 10%.

Pesquisas

Os trabalhos disponíveis na literatura se referem basicamente ao conteúdo dos micronutrientes nas diferentes partes das plantas de várias espécies florestais, são escassos. Um desses trabalhos foi desenvolvido por Bellote (1979), que verificou que para E. grandis, aos sete anos de idade, o manganês foi o micronutriente mais extraído e exportado, seguido pelo Fe, B, Cu e Zn.

As quantidades percentuais de boro presentes nas folhas, ramos e no caule (lenho + casca) foi de 7%, 5% e 88%, respectivamente. Já Gonçalves & Valeri (2001) constataram que a extração de boro pela madeira de um povoamento de E. grandis, aos nove anos de idade, corresponde a 81% do total.

Erros

Por parecer uma aplicação simples e fácil, e pela busca por grandes resultados, podemos cair em erros comuns e frequentemente cometidos pelos agricultores que optam pela prática da adubação foliar em substituição a alguma prática de solo. Esta deve ser tratada como uma técnica complementar, e quando ambas são feitas de forma correta, o retorno em produtividade é certo.

Outro manejo que deve ser evitado é a escolha de produtos mal formulados ou de baixa tecnologia. Adubos sólidos diluídos ou fertilizantes sem respaldo científico e agronômico podem difamar a prática como ineficiente. Lavouras pulverizadas com bons produtos nutricionais e bem recomendados geralmente apresentam incrementos na produtividade.

Investimento

É estimado que a aplicação foliar de micronutrientes fica entre R$ 50,00 e R$ 70,00/ha, mas há muitas particularidades em cada propriedade que precisam ser levadas em consideração. Sendo assim, há necessidade de se conhecer algumas informações para avaliar o custo e manutenção da adubação foliar, tais como: custo do adubo foliar (R$/L); dose recomendada (L/ha); número de aplicações necessárias; custo da aplicação por hectare (R$/ha); resposta esperada em produtividade (kg/ha); valor de venda do produto (R$/sc).

Multiplicando o custo do adubo foliar pela dose recomendada e pelo número de aplicações, o produtor terá o custo total do produto por hectare. Some o resultado dessa conta ao custo da aplicação por hectare e estará aí o custo total da adubação foliar.

Para saber se realmente esse custo compensa, estime a resposta em produtividade e o preço que venderá o produto.

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