20.6 C
Uberlândia
sábado, abril 20, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiNutrição na ponta do lápis para a pimenta de cheiro

Nutrição na ponta do lápis para a pimenta de cheiro

Talita de Santana Matos

Elisamara Caldeira do Nascimento

Glaucio da Cruz Genuncio

glauciogenuncio@gmail.com

Doutores em Agronomia

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A espécie Capiscumchinense é a mais brasileira das espécies domesticadas e se caracteriza pelo aroma acentuado dos seus frutos e uma expressiva variabilidade de formatos e cores.

A pimenta ‘de cheiro’, que predomina no Norte do País, possui frutos de tom amarelo-leitoso, amarelo-claro, amarelo-forte, alaranjado, salmão, vermelho e até preto, sempre com aroma bem marcante. A pungência também é variável – são encontrados frutos doces a muito picantes.

Entre pimentas pungentes e não pungentes no Brasil, estima-se uma área cultivada aproximada de 1,9 mil ha. Apesar de sua importância, as estatísticas de produção e comercialização de pimenta no Brasil são escassas e a informação disponível não reflete a realidade econômica dessa hortaliça, visto que grande parte da produção é comercializada em mercados regionais e locais, e não faz parte das estatísticas.

A produtividade varia com as tecnologias empregadas, com a idade das plantas, densidade da copa e condições climáticas. Dependendo da cultivar e do manejo, cada pé de pimenta produz, em média, 05 kg.

Exigências nutricionais

Segundo dados da Epamig, há associação entre a absorção de nutrientes e o desenvolvimento da planta. Muitas vezes a fase de rápido desenvolvimento da cultura é acompanhada por grande aumento na absorção de nutrientes, que declina quando a taxa de crescimento diminui.

Vários pesquisadores já observaram que o período de maior extração de nutrientes em plantas de pimenta de cheiro ocorreu entre 120 e 140 dias após o transplantio (DAT), coincidindo com o maior acúmulo de biomassa seca.

O maior acúmulo de magnésio (Mg) e de cálcio (Ca) ocorreu nas folhas, enquanto nitrogênio (N), potássio (K), enxofre (S) e o fósforo (P) foram mais acumulados nos frutos.

Apenas 08 a 13% da quantidade total dos macronutrientes acumulados aos 140 DAT foram absorvidos até os 60 DAT. Dos 61 aos 100 DAT, o potássio foi o macronutriente mais absorvido (60% do total acumulado no ciclo); P, Ca e S foram mais absorvidos no final do ciclo. Os macronutrientes mais absorvidos, em gramas por planta, foram: N (6,6) > K (6,4) > Ca (2,6) >Mg (1,3) > S (1,1) > P (0,7).

Uma adubação equilibrada que contemple os nutrientes necessários para o bom crescimento e desenvolvimento da planta favorece a resistência a ataques de pragas e doenças, assim como permite uma boa produção com frutos de qualidade, gerando melhores rendimentos.

Para tal, é importante saber qual a função dos nutrientes e suas interações com outros elementos minerais, bem como a identificação dos sintomas de deficiência ou excesso destes nas plantas para que não ocorram desordens fisiológicas.

Fertirrigação em pimenta biquinho - Crédito Leandro Santos Lobo
Fertirrigação em pimenta biquinho – Crédito Leandro Santos Lobo

Manejo

As pimentas são plantas exigentes em calor, sensíveis a baixas temperaturas e intolerantes a geadas. São cultivadas principalmente em regiões de clima tropical, com precipitação pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm e uma temperatura média em torno de 25ºC.

Temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento vegetativo da planta. O solo mais recomendado é o que apresenta textura leve, com pH entre 5,5 a 6,0, e boa drenagem.

Nas regiões mais frias, o plantio deve ser feito de agosto a outubro e nas regiões mais quentes em qualquer época do ano. Uma média de 02 a03 g de sementes por metro quadrado vão primeiro para sementeiras, distribuídas em sulcos distanciados 10 cm.

Um grama contém 300 sementes. Para o plantio de 01 ha é preciso cerca de 300g de sementes. A germinação ocorrerá de 15 a 20 dias após o plantio e as mudas devem ser transplantadas para o campo, canteiros ou vasos quando apresentarem de quatro a seis folhas, com 15-20 cm de altura, cerca de 50-60 dias após a semeadura.

Recomenda-se fazer a correção da acidez do solo e adubação com base na análise química do solo. A adubação com micronutrientes como boro, zinco e enxofre é importante.

Até a fase de florescimento, as adubações de cobertura são feitas com intervalos de 30-45 dias até o final do ciclo. Normalmente utilizam-se 30 kg/ha de N e 30 kg/ha de K2O.

 

Custo x rentabilidade

O custo para implantação de um hectare de pimenta de cheiro está em torno de R$ 5.000,00, desconsiderando os gastos com a colheita. Em muitos casos, esta etapa compreende 50% das receitas obtidas com a cultura.

A rentabilidade rápida que a cultura possibilita é o que mais atrai o produtor. A pimenta de cheiro é colhida a cada 15 dias e produz durante mais de seis meses. Para um bom desenvolvimento das plantas, as mudas devem ser plantadas em fevereiro, durante o ciclo de chuvas.

Em cerca de quatro meses as plantas começam a produzir frutos e a colheita vai de junho a janeiro. Existem duas formas de escoar a produção – na bandeja de isopor e na caixa de 10 quilos.

Para quem está começando na atividade, é importante buscar orientação técnica sobre a produção e também sobre a comercialização do produto. É importante ter em mente que o produto beneficiado, na forma de conserva, agrega valor ao produto e garante que a venda será feita durante todo o ano.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

Ensaios de campo com o NHT® Humic comprovam que substâncias húmicas aumentam a produtividade

  Emanuel Alexandre Coutinho Pereira Consultor de Vendas HF da Agrozap, Uberaba/MG Renato Passos Brandão Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja Fernando Jardine Representante Técnico de Vendas do Grupo Bio...

Bioinsumos em soja: qual a sua função?

Confira no artigo da Campo & Negócios Hortifrúti para a edição de janeiro tudo sobre a função dos bioinsumos na soja.

Brócolis de verão exige resistência a intempéries

  Pâmela Gomes Nakada Freitas Engenheira agrônoma, doutora e professora da Fundação Gammon de Ensino de Paraguaçu Paulista Felipe Oliveira Magro Engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento...

Pioneiros do negócio – Redivo foca exigências do mercado agrícola

  Pela primeira vez a Redivo participou da Agrishow. A empresa se sentiu atraída pelo evento em virtude de ele ser voltado à alta tecnologia....

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!