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O Azospirillum e a germinação das plantas

Luan Fernando Mendesluan.mendes14@hotmail.com

Damaris Eugenia Dinaeugeniadamaris@gmail.com

Graduandos em Engenharia Agronômica – Centro Universitário Sudoeste Paulista (UNIFSP)

Bruno Novaes Menezes MartinsEngenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Horticultura – FCA/UNESP e professor – UNIFSPbrunonovaes17@hotmail.com

Plantação – Crédito: Shutterstock

O gênero Azospirillum possui bactérias gram negativas classificadas como diazotróficas. Em termos gerais, significa que essas bactérias se associam simbioticamente com as raízes, auxiliando na fixação de N2. O uso dessas bactérias tem ajudado na produção, principalmente em relação à diminuição do custo da adubação nitrogenada.

Vantagens

O uso de bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs), como o Azospirillum, pode reduzir a necessidade de aplicação de insumos químicos, diminuir estresses bióticos e abióticos, e aumentar a produtividade da cultura. Inoculantes contendo Azospirillum, além de proporcionar a fixação de nitrogênio atmosférico, produzem fitormônios que melhoram o crescimento radicular e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes, aumentando a resistência à seca e deixando as plantas mais vigorosas e produtivas.

Quando associadas à bactéria Azospirillum, as plantas apresentam:

• Maior aproveitamento fotossintético das folhas;

• Melhoria no potencial hídrico;

• Melhoria no teor de água no apoplasto;

• Maior elasticidade da parede celular.

Como implantar a técnica

Quando tratamos da implementação do Azospirillum, isso pode variar de acordo com a cultura alvo e os recursos disponíveis pelo produtor. Entre as principais formas, se destacam:

Inoculação de sementes: a inoculação de sementes consiste na incorporação das bactérias no pré-plantio, sendo realizada por meio de um tratamento com inoculante líquido, podendo ser a técnica mais acessível. O principal requisito é um bom recobrimento das sementes com a calda contendo o Azospirillum.

Sulco de semeadura: a utilização no sulco de semeadura pode ser a forma mais eficiente da utilização da bactéria, pois o jato dirigido em cada linha de plantio se torna mais preciso na aplicação sobre a semente. Além de proporcionar uma umidade favorável à proliferação das bactérias, a aplicação é realizada no local ideal, pois ali as raízes irão se desenvolver e permitir a relação simbiótica. A dificuldade seria o valor a se investir na instalação dos jatos dirigidos e um tanque de inoculante na semeadora.

Pulverização: é o método menos utilizado, e consiste na aplicação do inoculante no pós-plantio, por meio de um pulverizador. O método é muito utilizado em caso de falha dos outros, e depende de uma boa umidade do solo para se tornar eficiente. 

Resultados práticos em campo

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A utilização de Azospirillum se mostra eficiente e traz resultados significantes em diversas culturas. Na cultura do trigo, a inoculação com a bactéria oferece um maior vigor das plantas, e também um aumento na produção de massa da parte aérea.

Em se tratando da cultura do milho, em parceria com a adubação nitrogenada normalmente utilizada, as bactérias podem proporcionar um aumento expressivo na massa aérea e tamanho de espigas, resultando uma maior produtividade por hectare.

Em relação às leguminosas, como a soja, a inoculação com Azospirillum apresenta resultados equivalentes à tão difundida inoculação com bactérias do gênero Bradyrhizobium, tendo uma maior eficiência, quando combinadas, aumentando assim a nodulação e, por consequência, a fixação de nitrogênio.


Erros mais frequentes

Distribuição: no caso de inoculação de sementes, a distribuição deve ser uniforme, evitando falhas no processo.

Temperatura e insolação: é necessário sempre verificar a temperatura da caixa de sementes ou tanque de inoculante durante a semeadura, pois as bactérias não suportam altas temperaturas, evitando ultrapassar os 35°C. Deve-se proteger as embalagens do produto ou sementes já inoculadas do sol.

Uso de tratamento de sementes ou mistura de tanque: as sementes já tratadas com fungicida, inseticidas e/ou micronutrientes devem receber o inoculante por último. No caso da aplicação no sulco de semeadura, é necessário atentar sempre às misturas de tanque, lavando sempre o reservatório, pois o produto biológico pode ser altamente sensível a alguns produtos químicos.

Análise de solo e acompanhamento técnico: é importante se atentar sempre às análises de solo e necessidades nutricionais da cultura, tendo isso como base para tomada de decisões. O acompanhamento técnico é de suma importância para a adequação das técnicas e melhor eficiência das operações.


Investimento x retorno

A fixação biológica de nutrientes é uma alternativa largamente utilizada e se justifica muito facilmente, seja pelo baixo investimento e alto retorno, ou pelo aumento de produtividade e diminuição de gastos com fertilizantes.

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