Suzeth Carvalho Sousa – Engenheira agrônoma, CTV Interna SulGoiano Agro – suzecarvalho10@gmail.com

Limoeiros de todas as regiões produtoras vêm apresentando um revestimento fúngico preto que recobre a superfície de folhas, ramos e frutos, dificultando o desempenho de suas funções normais.
Esse enegrecimento é provocado por um fungo conhecido como fumagina, cujo agente causal é o Capinodium citri. A doença surge logo após as plantas serem atacadas por insetos sugadores, como pulgões, cochinilhas, mosca-branca, entre outros.
Durante sua alimentação, esses insetos succionam a seiva da planta e liberam uma substância açucarada denominada honeydew, que serve como substrato para o desenvolvimento do fungo Capnodium, que por sua vez ocasiona a produção de fumagina sobre as partes da planta.
Ao contrário do que se pensa, a fumagina não se alimenta das plantas, mas sim dos excrementos ricos em açúcares liberados pelos insetos que estão atacando o vegetal. O fungo recobre a superfície de folhas, ramos e frutos, formando uma manta miceliana relativamente espessa sobre os mesmos.
Nas folhas, essa manta é mais espessa na parte superior do que na inferior, ocasionando assim uma redução da capacidade fotossintética da planta, devido à deposição de esporos do patógeno. Quando atacados severamente, os limoeiros podem ter seu desenvolvimento comprometido e um atraso na coloração dos frutos, por isso a importância do monitoramento e controle dos insetos-praga que incidem na cultura.
Controle
O controle dos insetos que favorecem o surgimento da fumagina deve ser iniciado por inspeções periódicas nas lavouras mediante a avaliação de folhas, ramos, brotações e frutos. Ao ser constatada a presença dos insetos nas plantas, deve-se realizar pulverizações com inseticidas dos grupos químicos neonicotinoides e piretroides, ambos com registro para citros.
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Ingredientes ativos como imidacloprido e tiametoxan+lambda-cialotrina têm apresentado bons resultados no combate a pulgões, cochonilhas e mosca-branca em citros, respeitando-se o número de aplicações e o intervalo de segurança de cada um.
Do mesmo modo, produtos à base de Azadirachta indica (óleo de neem) apresentam ação inseticida comprovada cientificamente, pois, além de agir por contato e ingestão, também atua em todas as fases de desenvolvimento dos insetos.
É um produto totalmente biodegradável, sendo inofensivo ao meio ambiente e à saúde humana. A pulverização com óleos minerais é uma opção que também apresenta eficácia no controle dos insetos associados à fumagina, devido a não possuir restrições.
Da mesma forma, é recomendada para afrouxar as mantas fúngicas sobre os órgãos revestidos, facilitando assim sua posterior remoção pelos ventos e água da chuva.
No mercado, estão disponíveis para comercialização produtos com diversos preços e formulações, os quais variam conforme a embalagem e o fabricante. Alguns dos inseticidas indicados custam, em média, R$ 42,00 o litro/ha e os óleos R$ 10,00 o litro/ha, todos encontrados em casas agropecuárias, possibilitando ao produtor a escolha do melhor custo-benefício para sua lavoura.
Atenção
A eficiência no combate à fumagina está atrelada ao controle dos insetos. Para isso, é necessário realizar as atividades de monitoramento constantemente e também as pulverizações com os produtos recomendados. No caso de dúvidas, procure sempre um engenheiro agrônomo para auxiliar na escolha do melhor método de controle.