31.6 C
Uberlândia
terça-feira, outubro 8, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesOtimismo marca previsões para a safra de cana-de-açúcar do Brasil

Otimismo marca previsões para a safra de cana-de-açúcar do Brasil

A primeira estimativa da hEDGEpoint Global Markets para a safra de cana-de-açúcar 2023/2024 do Centro-Sul já mostrava algum otimismo em termos de recuperação. O primeiro número foi em torno de 580Mt de cana. No entanto, nossa visão mudou e estamos, atualmente, ainda mais otimistas. Dado o recente clima quente e chuvoso nas regiões de maior produção, esperamos uma grande recuperação. Portanto, revisamos nosso volume total de cana para 595Mt.

Você deve estar se perguntando por que o Gráfico 02 mostra 593Mt. Enquanto a precipitação tem sido extremamente positiva para a próxima safra, esta tem atrapalhado a moagem de cana durante 22/23. Olhando para o TCH, a safra atual mostra uma possível recuperação de 7,5%, chegando a algo em torno de 73t/ha (Gráfico 01). Isso nos levaria a cerca de 552Mt de moagem potencial de cana para o período. Porém, até a primeira quinzena de janeiro, cerca de 542Mt de cana foram moídas, restando apenas 3 usinas em operação que usam desta matéria-prima. Por sua vez, o aumento da precipitação elevou o risco de sobras (cana bisada). Mesmo considerando um início antecipado para 23/24 (por volta da segunda quinzena de março de 2023 — Gráfico 03), acreditamos que a região deverá moer apenas mais 7Mt de cana, chegando a, no máximo, algo em torno de 550Mt em 22/23.

Esse volume “extra” seria, então, incorporado no volume de cana de 23/24, elevando as 593Mt para cerca de 595Mt. No geral, esperamos que o TCH mantenha a tendência positiva atingindo cerca de 78,1 t/ha em 23/24 — pois existe esse potencial quando analisamos os números anteriores. Por exemplo, é possível comparar os números atuais com os ciclos de 11/12, 13/12 e 13/14, quando o TCH caiu 16%, recuperou 8,3% e 7% seguidos.

Observe que o clima é o maior motivo por trás de nossa expectativa de recuperação de quase 7% do TCH para 23/24. Não só as precipitações têm sido próximas da média desde agosto (Gráfico 04), como a previsão mostra que devem se manter positivas para o desenvolvimento da gramínea ao longo de fevereiro. Em março, o clima mais seco do que o normal deve contribuir para um início antecipado. No entanto, a cana pode precisar de um pouco mais de tempo para se desenvolver, pois as chuvas dificultam a concentração de sacarose e, portanto, não devemos ver moagem antes da segunda quinzena de março (Gráfico 05).

Esse otimismo fica ainda mais claro quando analisamos a umidade do solo e comparamos os valores do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (Normalized difference vegetation index – NDVI) da cana. A umidade de São Paulo e Minas Gerais, que juntos são responsáveis por quase 70% da produção da região CS, se recuperou para perto de sua média de 30 anos. Além disso, a anomalia do NDVI mostra melhorias. Enquanto a principal região produtora ficou abaixo de 100% em janeiro de 2022, este ano a medição mostra grande melhora, perto de 110%.

Porém, se o tempo surpreender, com extensão do período de chuvas e nebulosidade excessiva, pode haver retração. Se não tão intenso como em 2021, o clima inadequado faria a moagem variar entre 580 e 600Mt. Isso significa que a produção de açúcar tem uma faixa possível de 35,5 a 36,7Mt. Claro, este intervalo conta, também, com a expectativa de uma safra mais açucareira.

Conforme discutimos em relatórios anteriores, o mix de açúcar é um assunto mais delicado, pois envolve decisões governamentais em relação ao setor de etanol. Atualmente, acreditamos em uma safra com o mix de açúcar em 46,9%. No entanto, contamos com a expectativa de que o governo não favoreça o setor de biocombustíveis — e nenhuma decisão foi tomada até agora, nem sobre a gasolina ser um bem essencial e nem sobre a política de preços da Petrobrás.

Confira aqui o relatório completo

ARTIGOS RELACIONADOS

Pragas que atacam a lavoura de milho

A produção de milho no Brasil para a safra 2020/21 teve uma redução de 16,4% em relação à ...

Koppert e BUG criam a maior empresa de Controle Biológico da América Latina

Koppert do Brasil adquire a BUG Agentes Biológicos e reforça sua posição no mercado de proteção de plantas   A holandesa Koppert Biological Systems anunciou na...

Mercado de energias renováveis segue atrativo

Em 2023 já foram realizadas 24 transações de M&A envolvendo empresas de geração de energia limpa; bom desempenho do setor e regulamentação interna dos ativos ambientais devem impulsionar atração de financiamentos sustentáveis ao país.

Mercado de sementes de sorgo granífero cresceu 23% em 2023

Cereal tem custo de produção competitivo, materiais rústicos e é semeado como alternativa à sucessão da soja ou substituição do milho segunda safra.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!