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terça-feira, abril 23, 2024
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Panorama do abacate

Bruno Henrique Leite Gonçalvesbruno_lleite@hotmail.com

Adilson Pimentel Júnioradilson_pimentel@outlook.com

Aline Mendes de Sousa Gouveiaaline_mendes@fio.edu.br

Engenheiros agrônomos, doutores em Agronomia e professores – Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos – Unifio

Abacate – Crédito: Shutterstock

O abacateiro tem sua importância econômica devido à composição nutricional da polpa e suas qualidades organolépticas, rica em minerais e ajudando a prevenir doenças cardíacas e até câncer, além de outros benefícios.

O abacate é considerado o fruto mais completo em alguns países, como os europeus, que chegam a consumir 1,5 kg/habitante/ano, Estados Unidos, com 5,0 kg/habitante/ano e o México, com 8,0 kg/habitante/ano. Isso se deve ao fato de eles consumirem o abacate nas principais refeições, o que não acontece no Brasil. Contudo, devido à mudança nos hábitos alimentares, o consumo médio aumentou no Brasil, saltando de 600 gramas/habitante/ano, em 2016, para 900 gramas em 2018.

Pelo Brasil afora

O Brasil é o 6º maior produtor de abacate do mundo e o 16º em área plantada, o que significa uma produtividade de quase o dobro da média mundial. O motivo disso é a produção de abacate brasileira ser concentrada em variedades tropicais, que são frutos geralmente grandes. Em relação à exportação, o Brasil fica em 17º, representando 0,26% do total de exportações.

A produtividade do abacateiro depende das condições edafoclimáticas da região, cultivar utilizada, manejos culturais e fitossanitários. A produção vai aumentar gradativamente com a idade das plantas, atingindo seu máximo por volta dos 8 até os 20 anos. Outro fator importante no abacateiro é a produção alternada, que algumas cultivares de abacate apresentam mais do que outras, mas algumas cultivares chegam a produtividades tão altas em um ano que acaba compensado a baixa produtividade do próximo ano.

Demanda e importância econômica

A fruta tem experimentado um rápido aumento da demanda nos últimos anos, em parte devido à popularidade internacional da guacamole e seu reconhecimento global como um “superalimento”, baseado em benefícios para a saúde. O rápido crescimento da demanda e dos preços estão colocando o abacate como uma das principais safras a serem comercializadas.

De acordo com a Transparency Market Research (TMR), o mercado global de abacate foi avaliado em US $ 13,64 bilhões em 2018 e deve atingir um valor total de US $ 21,56 bilhões em 2026.

O mercado está projetado para mostrar um CAGR saudável de 5,9% ao ano durante o período de previsão de 2018-26. Nos anos anteriores, o desempenho do mercado de abacate cresceu 104% de 2000 a 2016, com uma produção total de 5,5 milhões de toneladas em 2016, e um aumento de 69% na área colhida.

O volume de abacate produzido nos últimos cinco anos teve um aumento de 65% da produção nacional, tendo saltando a produção de 157 mil toneladas, em 2014, para mais de 240 mil toneladas em 2019 (IBGE).

Isso pode ser explicado pela alta na demanda, principalmente pelo avanço das pesquisas nutricionais que desmistificaram a sua fama de vilão na saúde – por conta de seu teor de gordura – e mostram as características benéficas a saúde como fruta rica em nutrientes e “gordura boa”, alçando-o ao posto de superalimento e item essencial em todos os tipos de dieta, recomendado por profissionais de saúde e esportes.

Desafios

Desde o ano de 2020, o setor de frutas do Brasil vem encontrando dificuldades para entregar mercadoria e atender a demanda externa, consequência da pandemia do novo Coronavírus, que impôs restrições de importantes países consumidores.

O volume exportado diminuiu e o setor desde então busca maneiras de driblar tais dificuldades.

Tecnologias

Devido as novas tecnologias adotadas pelo produtor, como monitoramento remoto de pragas, soltura de inimigos naturais via drone, irrigação, fertirrigação e adubação orgânica, o produtor tem aumentando a produtividade a cada safra. Porém, um dos fatores que afeta diretamente o efeito dos atuais manejos é o clima.

No segundo semestre de 2019, por exemplo, algumas regiões produtoras de abacate sofreram com o déficit hídrico (falta de água da chuva), temperaturas elevadas e baixa umidade relativa baixa. Esses fatores favoreceram o abortamento da flor antes da fecundação, fazendo assim cair a média nacional de produção.

Contudo, no Brasil, em 2019 foram colhidos 242.932 t de abacate, tendo a região sudeste somado 90% da produção brasileira. Só o Estado de São Paulo se destaca com 122.954 t, seguido por Minas Gerais, com 69.538 t, Paraná 23.354 t e Rio Grande do Sul com 4.607 t.

Destaque especial para o Estado de Minas Gerais, pois grandes investidores estão começando a cultivar essa fruta, devido às excelentes condições climáticas, topografia e altitude, que têm sido pontos determinantes, dentre eles se destacando o avocado ‘Hass’, que tem sido um dos mais plantados.

Rentabilidade

O cultivo do abacate tem sido uma excelente opção de renda aos pequenos, médios e grandes produtores, podendo ser cultivado em pequenas escalas, e ainda assim sendo uma excelente fonte de renda ao produtor, desde o menor ao maior tecnificado, como também pode ser plantado ao redor da propriedade como quebra-vento ou intercalado com a cultura do café.

Alguns detalhes são importantes para iniciar a cultura, entre eles: escolha do tipo de solo (profundos e bem drenados), da área, preferir mudas com qualidade e originadas de viveiro certificado.

Custo

Em alguns Estados com solo muito argiloso, tem-se utilizado o levantamento de camalhão (leiras) para plantar as mudas. O custo, em média, é de R$ 1,00 o metro linear, quando levantado com retroescavadeira esta operação fica em torno de R$ 10 mil/ha, resultando no total de aproximadamente R$ 20 mil/ha.

Já em solos que não necessitam desta operação, o custo de implantação é de R$ 7,00 a R$ 12 mil/ha, já considerando preparo da área, correção do solo, frete, mudas, plantio e irrigação de plantio.

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