23 C
Uberlândia
domingo, março 16, 2025
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiPasso a passo sobre a produção de mudas de couve

Passo a passo sobre a produção de mudas de couve

Carlos Antônio dos Santos

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia pela Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRRJ)

carlosantoniods@ufrrj.br

Evandro Silva Pereira Costa

Engenheiro agrônomo edoutor em Fitotecnia -UFRRJ

Margarida Goréte Ferreira do Carmo

Engenheiraagrônoma e doutora em Fitopatologia e professora na UFRRJ

gorete@ufrrj.br

Crédito Carlos Antônio dos Santos
Crédito Carlos Antônio dos Santos

A produção de couve (também conhecida como couve-manteiga, couve-comum, e couve-de-folha) é realizada nas diferentes regiões produtivas, desde hortas domésticas a cinturões verdes, sendo largamente consumida e apreciada pela culinária brasileira. O seu cultivo apresenta elevada importância econômica e social, sendo que, somente no Estado do Rio de Janeiro, o faturamento com a cultura no ano de 2016 foi superior a R$ 61 milhões, segundo a Emater-Rio.

Para os cultivos que visem à obtenção de alta produtividade, torna-se necessário a adoção de uma série de cuidados no manejo da adubação e irrigação, por exemplo. No entanto, o sucesso do cultivo começa com a obtenção de mudas de boa qualidade que originarão plantas uniformes e com alto potencial produtivo.

O primeiro passo para a produção de mudas por meio de sementes é a escolha de cultivares adaptadas à  região - Crédito Mariana Fernandes
O primeiro passo para a produção de mudas por meio de sementes é a escolha de cultivares adaptadas à  região – Crédito Mariana Fernandes

A escolha de sementes

A couve pode ser cultivada praticamente durante todo o ano em grande parte das regiões. Entretanto, nas regiões mais quentes, o melhor desempenho se dá no outono-inverno.

Sua propagação pode ser feita por sementes ou de forma vegetativa (utilizando brotações). No segundo caso, as mudas são obtidas a partir de brotos laterais de plantas sadias e enraizadas em canteiros, antes de serem transplantadas para o local definitivo. Atualmente, devido à necessidade de maior uniformidade e praticidade na produção de mudas nos sistemas profissionais, tem se dado prioridade a sua produção via sementes.

Escolha das sementes

O primeiro passo para a produção de mudas por meio de sementes é a escolha de cultivares adaptadas à  região em que se deseja produzir. Deve-se dar prioridade para aquelas que apresentem características desejáveis, como alta precocidade e produção de maços, além de boas características da folha (tamanho, coloração, textura), e conservação pós-colheita.

Semeadura

A semeadura deve ser feita em bandejas de isopor ou de plástico rígido, devidamente sanitizadas, e preenchidas com substrato de boa procedência, isento de propágulos de plantas daninhas e de fitopatógenos.

Após o preenchimento das células com substrato, deve ser feito um pequeno orifício de 0,5 a 1,0 cm de profundidade no centro de cada célula com auxilio de marcadores ou material perfurante, sendo, em seguida, colocadas de duas a três sementes em cada uma. Ao final, os orifícios são cobertos com substrato peneirado.

A emergência se dá de três a cinco dias após a semeadura. Recomenda-se que, posteriormente, seja feito o desbaste (deixar apenas uma planta por célula) e a repicagem visando maior uniformidade nas bandejas.

 A couve pode ser cultivada praticamente durante todo o ano em grande parte das regiões - Crédito Ana Maria Diniz
A couve pode ser cultivada praticamente durante todo o ano em grande parte das regiões – Crédito Ana Maria Diniz

Bandejas

Usualmente são utilizadas bandejas de 128, 200 e 288 células, a depender dos critérios do produtor ou viveirista. As bandejas com menor número de células requerem mais espaço dentro da estufa e maior gasto com substrato para seu enchimento.

No entanto, seu uso pode ser interessante em algumas situações devido ao favorecimento do sistema radicular das mudas, o que beneficia o “pegamento“ e desenvolvimento inicial das plantas no campo, principalmente em situações de estresses e adversidades climáticas nessas fases.

Cuidados

Recomenda-se que as bandejas sejam mantidas em estufa fechada, preferencialmente com as laterais cobertas por tela anti-insetos, uma vez que as mudas estão vulneráveis ao ataque de mariposas, moscas-brancas, tripes e pulgões, o que diminui a sua qualidade e compromete seu desenvolvimento.

Ainda, é necessário que as bandejas estejam sempre suspensas no interior na estufa e posicionadas de forma que a luz incida de forma homogênea, evitando problemas de estiolamento.

O indicador de uma boa muda de couve são plantas uniformes e bem desenvolvidas - Crédito Luize Hess
O indicador de uma boa muda de couve são plantas uniformes e bem desenvolvidas – Crédito Luize Hess

Irrigação

Para a irrigação deve-se, obrigatoriamente, utilizar água de qualidade, já que ela pode ser um veículo para a disseminação de fitopatógenos. A prática da irrigação deve ser de duas a três vezes ao dia, a depender das condições climáticas da região.

Não se deve irrigar em excesso. Uma irrigação ideal é aquela que não “lava as bandejas“, ou seja, que não ocorre escoamento de água pelos orifícios das células. Esta lavagem com o excesso de água promove a lixiviação dos nutrientes contidos no substrato e o seu empobrecimento.

A irrigação em excesso também pode facilitar a ocorrência de doenças, como o míldio nas folhas e podridões radiculares. Estas doenças comprometem a qualidade da mudas e geram falhas no estande ou problemas de “pegamento“ no transplantio.

Adubação

A falta de atenção com a quantidade de água irrigada ou o prolongamento do tempo de produção da muda pode acarretar no empobrecimento dos nutrientes no substrato, causando sintomas de deficiência nas mudas, o que reduz a sua qualidade.

Para estas situações, torna-se necessário a reposição desses nutrientes, que pode ser feita por meio de fertilizantes foliares próprios para a produção de mudas, fertilizantes solúveis dissolvidos em água ou, até mesmo, esterco curtido peneirado.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Bioestimulante – Alternativa para fortalecer as plantas

Considera-se bioestimulante qualquer substância ou microrganismo aplicado nas plantas visando melhorar a absorção e o aproveitamento dos nutrientes, a tolerância a estresses abióticos e a produção e sua qualidade, independentemente de seu conteúdo nutricional.

Campanha institucional “Vou com Jacto“ ganha série especial na TV

  A Campanha “Vou com Jacto“, que apresenta os trabalhos institucionais da Jacto com a visita a famílias de agricultores ao redor do mundo vai...

Estresse hídrico é o vilão das produtividades no campo?

Toda safra, agricultores buscam forma de se proteger e garantir rentabilidade, seja pelas oscilações nos preços dos insumos, na estratégia de comercialização, entre outros aspectos que são...

Bioamino® Extra – Maior tolerância da cana às adversidades climáticas

Renato Passos Brandão Gerente Especialista em Nutrição Vegetal Luiz Marin Gerente de Produtos Biofertilizantes Raphael Bianco Roxo Rodrigues Gerente Técnico de São Paulo e Sul de Minas O Brasil é...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!