23.6 C
Uberlândia
quinta-feira, abril 25, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosPlantabilidade correta do milho safrinha

Plantabilidade correta do milho safrinha

Paulo Roberto Arbex SilvaDoutor e professor – FCA/Unesp de Botucatu (SP)arbex@fca.unesp.br

Milho – Foto: Paulo Arbex

Uma das etapas mais importantes dentro da produção do milho safrinha é a semeadura, onde estão os maiores custos e tecnologias, chegando a 70% do valor total de produção. Por isso, a importância de fazê-la sem falhas ou com o mínimo possível delas.

O maior problema de erro na semeadura é que não há como corrigir, ou seja, uma semente não depositada no solo, ou depositada de forma desuniforme, vai levar a uma falha, e essa não será mais corrigida naquela safra.

O milho é uma cultura que não tem efeito compensatório, ou seja, cada falha de semente depositada incorre em perdas de aproximadamente 200 g de grãos. Ao somar as falhas da área inteira, essas perdas se transformam em grande prejuízo.

Diversos estudos publicados nos últimos anos mostram que ainda é grande o percentual de falhas, devido aos erros de calibração e à deficiência de manutenção das semeadoras em uso no Brasil, sendo que a situação não é diferente nos demais países latino-americanos.

Entenda

O conceito de uma boa plantabilidade é a correta distribuição longitudinal das sementes no campo, na profundidade adequada, pois esses fatores contribuem para a obtenção de um estande adequado de plantas, promovendo a melhoria de desempenho do sistema e a otimização de recursos (sementes, fertilizantes, combustíveis, mão de obra, etc.).

Em suma, o bom desempenho na plantabilidade é um fator decisivo na busca pela sustentabilidade do agronegócio no Brasil.

Pilar da produtividade

Para se ter a noção da importância do conceito da plantabilidade, dados de empresas que comercializam sementes apontam que na cultura de milho, para cada 10% de aumento no coeficiente de variação do espaçamento entre sementes perde-se 1,5 saca de grãos produzidos por hectare de lavoura implantada.


Em relação a perdas, no que se refere ao uso de semeadoras-adubadoras, diversos fatores interferem no estabelecimento do estande adequado de plantas, destacando-se:

– Uniformidade de tamanho das sementes;

– Profundidade de deposição das sementes e adubos no solo;

– Velocidade de deslocamento da máquina;

– Quantidade de sementes e adubos depositados no solo;

– Distância entre as sementes na linha de semeadura;

– Pressão correta das ferramentas contra o solo, entre outras.

Por esta razão, a inspeção periódica das máquinas-semeadoras é considerada uma das ferramentas mais eficazes para a redução dos prejuízos causados por estes problemas no campo.


Pesquisa

O Grupo de Plantio Direto (GPD) da Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP de Botucatu (SP) idealizou o projeto IPS (Inspeção Periódica de Semeadoras), que tem trabalhado com pesquisa e desenvolvimento envolvendo máquinas de plantio, semeadura e adubação há 10 anos por todo Brasil, visando diminuir custos, minimizar gastos energéticos e promover a sustentabilidade na produção agrícola.

Além da avaliação de plantabilidade da semeadora-adubadora, a metodologia da inspeção é realizada por meio de check list com a identificação do proprietário, da propriedade, da máquina; características de qualidade, quantidade, segurança e tecnologia utilizada.

As inspeções (visitas) estão sendo realizadas por todo O Brasil, e o objetivo é a melhoria na plantabilidade, bem como a publicação de artigos científicos com os dados obtidos. 

O Projeto IPS se posiciona, portanto, como uma ferramenta importante na busca de possíveis soluções para os problemas comumente encontrados na operação das semeadoras-adubadoras de precisão, colaborando para a busca da racionalização do uso de energia e insumos, com reflexos na sustentabilidade do sistema de produção.

ARTIGOS RELACIONADOS

Retorno ao mercado da Primaiz Sementes

A Primaiz Sementes lança híbridos de milho com alto teto produtivo e extrema tolerância as doenças transmitidas pela cigarrinha.

Nutrição: Eficiência e produtividade do milho

O milho (Zea mays L.) é a cultura mais produzida no mundo, com produção mundial de 1,1 bilhão de toneladas. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção brasileira de milho na safra 2020/21 terá projeção de 106 milhões de toneladas, em uma área de 18,7 milhões de hectares.

DuPont Proteção de Cultivos e DuPont Pioneer exibem novas soluções para soja e milho na região sul

Sementes híbridas de milho, cultivares de soja e o registro oficial do novo fungicida Vessaryaâ„¢ serão destaques do estande das empresas   A DuPont Proteção de...

Produtores gaúchos de leite ainda sofrem dificuldades por causa da estiagem

Segundo a Gadolando, falta de silagem aumenta os custos aos criadores mesmo em momento de preços mais elevados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!