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Potássio melhora a frutificação do mamoeiro

Bruno Nicchio

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – ICIAG-UFU

bruno_nicchio@hotmail.com

 Crédito Brapex
Crédito Brapex

O potássio, além de ser um elemento essencial para o mamoeiro, por ser o cátion mais importante nos processos fisiológicos e funções bioquímicas, tem íntima relação com o metabolismo vegetal, na ativação de enzimas, síntese proteica, manutenção do potencial osmótico de células e tecidos, participação na fotossíntese, translocação de carboidratos assimilados e aumento da resistência da planta ao frio e a doenças.

Possui, ainda, alta mobilidade no interior da planta, sendo considerado o mais móvel dos nutrientes no sistema solo-planta-atmosfera, de tal forma que seus sintomas são observados primeiro nas folhas maduras.

Por isso, o potássio é exigido em maiores quantidades de forma constante e crescente na cultura do mamoeiro, destacando-se na fase de florescimento, frutificação e formação de frutos com maiores teores de açúcares (Mengel &Kirkby, 2001; Curi et al., 2005; Malavolta, 2005).

Além disso, de acordo com análise de solo em função da fase de desenvolvimento do mamoeiro (após o plantio, floração e segundo ano), pode-se recomendar a aplicação de adubação potássica para cultura.

Recomendação de adubação potássica para cultura do mamoeiro em função de análise química do solo

Fase de desenvolvimento K-Trocável (mmolc dm-3)
0-1,5 1,6-3,0 >3,0
  ——— kg ha-1 K2O ———
Plantio ” dias após o plantio
30 20 15 10
60 20 15 10
90 20 15 10
120 20 15 10
Início da floração aos 360 dias

Produção esperada (t ha-1)

     
30-50 220 140 60
50-70 270 180 80
>70 320 210 100
Segundo ano      
30-50 240 160 80
50-70 280 190 95
>70 320 220 110
  • Fonte orgânica. Fonte: Embrapa, 2009. Adaptado de Oliveira et al., 2004.

Fase das mudas

Para produção de mudas de mamoeiro, é importante considerar o tipo de fonte a ser utilizada. Lacerda et al. (2009) avaliou os efeitos da adubação potássica em diferentes componentes de substratos para a produção de mudas de mamoeiro (proporções de esterco bovino, terra vegetal e areia, adubados com cloreto de potássio) e verificou que o aumento da concentração do esterco propiciou maior crescimento das mudas.

Em fertirrigação, com uma dose de 180 g de KCl/planta mês-1, Anjos et al. (2015) observou maior qualidade de frutos de mamoeiro Formosa (Cv. Taimung nº1) para consumo de mesa e processamento de polpa.

Deste modo, pode-se concluir que a obtenção de elevados índices de produtividade e qualidade de frutos está intimamente ligada ao manejo de nutrição e adubação.

Em um experimento conduzido com a cultivar Sunrise Solo, onde se utilizaram doses de 40; 240; 400; 560 e 760 tha-1K2O, verificou-se maior produtividade (93,41 tha-1ano) com aplicação de 360 tha-1ano de K2O(oliveira et al., 2004).

Em associação

A associação de adubação potássica com outros nutrientes pode deixar o custo de aplicação mais compensatório. Souza et al. (2011), ao associar doses de nitrogênio (N) via ureia e potássio (K) via cloreto de potássio, verificou que as doses nos níveis de 60% de N e 140% de K2O proporcionaram maior firmeza de polpa.

Portanto, é importante considerar que o custo-benefício da adubação potássica no preparo de mudas, após plantio, florescimento (via fertirrigação ou não) e após cultivos sucessivos irá depender do nível de produção esperada, de acordo com as condições de cada produtor.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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