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Precisão na análise de solo

 

Antonio Nolla

Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

nolla73@hotmail.com

 

Crédito Rafael Alves da Rocha
Crédito Rafael Alves da Rocha

A análise de um solo que será cultivado é considerada como a principal ferramenta utilizada pelos técnicos na avaliação da condição real de fertilidade de uma propriedade agrícola. Independente de quais sejam os métodos, princípios, fertilizantes e/ou corretivos a serem utilizados para restabelecer o potencial produtivo das plantas cultivadas, qualquer programa de recomendação de adubação e calagem tem sempre como ponto base a análise do solo.

Assim, a análise do solo representa a essência da maximização do potencial produtivo. Caso esta não seja realizada, não existe como avaliar a condição de fertilidade da área do agricultor. A análise do solo resulta em laudo de análise de solo, o qual serve como parâmetro para a recomendação de corretivos e fertilizantes.

Assim, a aplicação de insumos é racional, sendo que o fertilizante será aplicado na medida certa. Aplicando-se fertilizantes na dosagem correta, na lavoura irá ocorrer a maximização do potencial produtivo. Isso gera ganhos de produtividade e redução na compra de fertilizantes, receita certa para a economia, em que o agricultor lucra com a produtividade e economiza com a racionalização da aplicação de fertilizantes para a sua lavoura.

Profundidade ideal para retirada das amostras - Crédito Alexandre Puglisi
Profundidade ideal para retirada das amostras – Crédito Alexandre Puglisi

Passo a passo

A análise do solo deve seguir quatro passos básicos: amostragem do solo, caracterização da fertilidade, interpretação e recomendação. A amostragem é caracterizada como a coleta representativa de solo de determinada área em certos pontos, de forma a revelar a real condição de fertilidade e de acidez de um solo que será cultivado.

De posse do laudo da análise do solo, o próximo passo se refere à interpretação quanto à necessidade ou não de aplicação de corretivos. A prática da calagem e adubações devem seguir rigorosamente dois passos.

O primeiro é a interpretação da análise do solo, que se baseia na comparação entre o “real“ e o “ideal“. O real refere-se à condição do solo da lavoura que está sendo estudada, sendo que a análise do solo reflete a condição atual de fertilidade e de acidez do solo.

O ideal é o que se preconiza no solo como referência para o crescimento normal das culturas. A verificação da necessidade de calagem é confirmada quando na comparação entre o real e o ideal ocorrer uma condição na qual o solo que está sendo estudado apresentar níveis inferiores aos considerados “ideais“ para o desenvolvimento das culturas.

O segundo passo para a recomendação da calagem consiste no cálculo da dosagem de corretivo e fertilizantes a serem aplicados na lavoura para restabelecer o potencial produtivo. Assim, são utilizadas várias fórmulas para a recomendação de calcário e de adubação.

A amostragem do solo deve ser representativa das glebas - Crédito William Natale
A amostragem do solo deve ser representativa das glebas – Crédito William Natale

Importância da amostragem

A amostragem é a fase mais crítica desta etapa, porque sofre influência do clima e, principalmente, do sistema solo. Um solo que apresenta uma fertilidade natural maior certamente será capaz de produzir mais que um solo pobre em termos de fertilidade, o que certamente gera a necessidade de separar as amostras de solo que deverão ser enviadas ao laboratório.

Além disso, sistemas de manejo de solo distintos também devem ser tratados separadamente, porque solos manejados em sistemas com intensa mobilização, como o plantio convencional, devem ser amostrados de forma diferente de áreas cultivadas em sistema de plantio direto.

 O número de subamostras que compõe uma amostra composta varia de acordo com a heterogeneidade do solo - Crédito Vinicius Be
O número de subamostras que compõe uma amostra composta varia de acordo com a heterogeneidade do solo – Crédito Vinicius Be

Cuidados

Basicamente, antes de iniciar a análise do solo o engenheiro agrônomo/técnico agrícola deve separar a área em glebas que apresentam semelhança quanto à fertilidade, tipo de solo, manejo e clima. Posteriormente, deve escolher qual será o equipamento a ser utilizado.

Para o sistema de plantio convencional e cultivo mínimo a camada de amostragem é de 0-20 cm, sendo que qualquer equipamento, como pá de corte ou trados em geral podem ser utilizados, porque o solo é homogeneizado pelas práticas de mobilização como aração, gradagem ou escarificação.

Em sistemas conservacionistas, como o plantio direto, o qual prioriza a mínima mobilização, deve ser evitada a utilização de equipamentos de amostragem que possam perder solo, uma vez que a camada de amostragem deve ser de 0-10 cm. A recomendação é utilizar pá de corte e trado calador.

A amostragem do solo deve ser representativa das glebas, de forma que é necessário coletar o solo em pelo menos 10 pontos (subamostras simples) para compor uma amostra composta de cada talhão. As amostras de solo devem ser encaminhadas para um laboratório confiável e que apresente controle de qualidade.

Quando receber o laudo de análise de solo emitido pelo laboratório, o passo seguinte é a interpretação dela, que consiste em avaliar como está a situação de fertilidade do solo e quais são os nutrientes que precisam de reposição.

Esta avaliação consiste em comparar o real da área com o ideal para uma boa produtividade. Posteriormente, é feita a recomendação de adubação e calagem, na qual é recomendada uma quantidade de fertilizante/corretivo para restabelecer o potencial produtivo. É importante frisar que todos os passos da amostragem do solo devem ter o auxílio do engenheiro agrônomo de confiança do produtor.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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