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Produtividade do cafeeiro é discutida na Fenicafé

Professor Dr. Cláudio Pagotto
Crédito Divulgação

A produtividade no campo é uma das grandes preocupações do produtor. São diversos os fatores que podem afetar a produção, desde o clima até o manejo e as tecnologias empregadas. O mercado vem, cada vez mais, buscando soluções para os desafios acerca da questão, e não são poucos. Para manter a alta produtividade, os produtores precisam alcançar a máxima eficiência, o que significa aperfeiçoar os processos de forma a evitar desperdícios de recursos e da produção, além de produzir o máximo possível, sem perder em qualidade, e atender às expectativas do mercado.  “Dezenas de fatores podem afetar a produtividade do cafeeiro, muitos deles ligados à planta, ao solo, ao clima e ao manejo”, afirma o professor Dr. Cláudio Pagotto Ronchi, durante a palestra “Fatores que afetam a produtividade: época de colheita X dinâmica de carboidratos X número de frutos por roseta”, que aconteceu na Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, que acontece em Araguari, no Triângulo Mineiro. “Quanto ao manejo, pode-se elencar: irrigação, nutrição, controle fitossanitário, etc. Nossa ideia foi discutir, com uma abordagem fisiológica, um fator muito simples, que de certa forma está ligado ao manejo da cultura, mas que pode afetar a produtividade da lavoura, que é a época de colheita, época em que o produtor retira os grãos da planta. O que é de extrema importância”, explica.

A época mais indicada para se colher o café, assegurando sua qualidade, é quando na planta se tem o máximo de grãos no estádio cereja, e o mínimo de grãos nos estádios verdes e passas. “O que nem sempre é possível, em condições de campo. Se a colheita ocorrer na época certa, a planta de café pode ser favorecida fisiologicamente e produzir mais no ano seguinte, caso contrário pode ser afetada a ponto de produzir bem menos na safra subsequente. Isso é muito interessante: com um bom planejamento de colheita, o produtor que conseguir fazê-la na época mais adequada, o que nem sempre implica em aumento de custo de produção, já estará contribuindo para a safra que irá colher no próximo ano”.

O professor Dr. Cláudio Pagotto, em sua palestra, apresentou ainda evidências científicas de pesquisas realizadas, mostrando que a produtividade de uma lavoura de café na safra seguinte pode variar significativamente dependendo da época em que a lavoura é colhida no ano anterior. “Por exemplo: a safra do ano que vem – 2023 – poderá ser afetada pela época em que a lavoura será colhida agora neste ano – 2022. Isso porque, colheitas tardias concorrem para uma maior exaustão energética do cafeeiro, além da exaustão que a própria granação dos frutos já induz, comprometendo sua recuperação, ou seja, sua reserva de carboidratos, no período pós-colheita”. Associado a isso tudo, um cafeeiro mais exaurido energeticamente tende a dar poucas flores na roseta, daí poucos frutos são gerados para a safra seguinte. “Sempre que possível, operacionalmente na fazenda, devemos colher o café no momento ideal, ou até mesmo mais precocemente, mas nunca tardiamente”, explica.

Quando questionado sobre o maior desafio do produtor: produzir mais ou produzir com qualidade, Pagotto afirma que essa é uma questão bem filosófica. “Pode ser uma opinião pessoal e que não reflita de fato os verdadeiros desafios, mas produzir mais requer conhecimento e tecnologia; produzir com qualidade, também. Acho que esse é o propósito do conhecimento adquirido em feiras como a Fenicafé: mostrar a fórmula certa para produzirmos mais e melhor, de preferência eficientes. O que todos querem é produzir de forma constante ao longo dos anos, pois assim sempre terá produto para comercializar”.

A troca direta de experiência entre pesquisador e produtor é muito importante para o desenvolvimento do setor. O produtor de café certamente busca conhecimento. É inegável isso. “Tanto é que temos diversos eventos de café no Brasil, sejam de cunho nacional, regional ou local. Um bom exemplo é a Fenicafé. Já são vinte e cinco edições trazendo conhecimento para nossos produtores. Uma vez ouvi a seguinte frase: ‘a produtividade é igual à quantidade de conhecimento aplicado por hectare’, não me lembro da autoria, mas corroboro, com certeza. Nossa cafeicultura só chegou ao patamar em que se encontra hoje, graças a muito conhecimento e tecnologia e a esses momentos para difusão de conhecimento. Isso faz parte da nossa cafeicultura. Por isso existe a Fenicafé”, finaliza.

A Fenicafé se divide em três partes: o 25º Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, 22º Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada e a 24ª Feira de Irrigação em Café do Brasil.

A feira é promovida pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e a Federação dos Cafeicultores do Cerrado com apoio da Embrapa Café.

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