20.6 C
Uberlândia
sexta-feira, março 29, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosProdutividade do feijoeiro

Produtividade do feijoeiro

Letícia Galhardo JorgeBióloga e doutoranda em Botânica/Fisiologia Vegetal – IBB/UNESPleticia_1307@hotmail.com

Bruno Novaes Menezes MartinsEngenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Horticultura – FCA/UNESP e professor do Centro Universitário Sudoeste Paulista (UNIFSP)brunonovaes17@hotmail.com

Crédito Luize Hess

No Brasil, o feijão é uma das principais culturas produzidas e consumidas, uma vez que está distribuído por todo o território nacional, apresentando boa adaptação às diversidades climáticas do País.

Além disso, apresenta importância nos aspectos econômicos e culturais, por ser rico em proteína, vitaminas, ferro e sais minerais na dieta básica da população brasileira. Com a intenção de elevar os níveis de produtividade do feijoeiro, algumas tecnologias vêm sendo desenvolvidas, como o uso de bioestimulantes, a fim de acelerar o desenvolvimento das plantas, resultando em acréscimo da produção.

Quem são eles

Os bioestimulantes são misturas de reguladores vegetais com outras substâncias, como sais minerais, extratos de algas, microrganismos e aminoácidos, podendo ser de origem natural ou sintética. Essas substâncias, quando aplicadas à planta, via semente ou foliar, podem trazer diversos benefícios, podendo provocar alterações estruturais e melhorias na produtividade e na qualidade do produto.

A utilização de bioestimulantes pode ser considerada uma técnica de sucesso para diversas espécies, uma vez que estas substâncias podem interferir no desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão, a diferenciação e o alongamento celular, o que proporciona melhor desenvolvimento de plântulas.

Esses compostos também podem auxiliar na absorção e eficiência dos nutrientes; no equilíbrio hormonal das plantas, para estimular o desenvolvimento do sistema radicular e favorecer a expressão de todo seu potencial genético.

Composição

Alguns bioestimulantes exibem em sua composição fitorreguladores vegetais, tais como auxinas, giberelinas, citocininas e etileno. As auxinas atuam, principalmente, na regulação do crescimento e promoção do enraizamento dos primórdios radiculares.

[rml_read_more]

As giberelinas apresentam, como uma de suas principais funções, a estimulação da divisão e alongamento celular. As citocininas estimulam, principalmente, os processos de divisão celular (citocinese); enquanto o etileno apresenta como principal funcionalidade a regulação do processo de amadurecimento de frutos e senescência de flores e frutos.

Vale ressaltar que os bioestimulantes podem ser aplicados tanto no tratamento de sementes quanto via foliar, melhorando assim a velocidade de germinação e emergência, enraizamento e incremento no crescimento, desenvolvimento e produtividade das plantas.

Manejo

Os efeitos isolados dos hormônios vegetais foram bastante estudados e já conhecidos, sendo apresentados efeitos positivos e negativos de acordo com as quantidades aplicadas, períodos de aplicação, região de aplicação e culturas.

É importante que a aplicação seja realizada no estágio de desenvolvimento recomendado para cada cultura. Quanto à dose, é necessário que o produtor siga as recomendações do fabricante do produto.

O custo por hectare de produto aplicado é relativamente baixo, uma vez que a quantidade diluída é pequena, quando comparada à quantidade de calda aplicada.

Mais produtividade

Diversos estudos vêm demonstrando o incremento na produtividade a partir do uso do bioestimulante, apresentando efeito positivo frente à produtividade. Pesquisas apontam que a utilização de bioestimulantes tem eficácia variável de acordo com o estado geral da planta, o comportamento do material, o momento e a forma da aplicação, tendo em vista o momento de maior sensibilidade dos tecidos, proporcionando ou não a entrada das substâncias no citoplasma.

Na cultura da soja houve incremento no número de vagens por planta e na produtividade de grãos, tanto em aplicação via sementes quanto via foliar, em estádios vegetativos e reprodutivos.

Em outro estudo, pesquisadores observaram que a utilização do bioestimulante incrementou o número de vagens por planta e a produtividade de grãos, e os resultados para aplicação via sementes e via foliar não diferiram entre si. Na produtividade de grãos, o tratamento com bioestimulante proporcionou aumento de 37% em relação à testemunha, sendo mais efetivo quando aplicado na fase reprodutiva.

Alguns trabalhos demonstram que a aplicação na fase reprodutiva da soja é a mais adequada para a cultura, tendo em vista que aplicações na fase vegetativa promoveram um crescimento vegetativo maior, influenciando diretamente nos gastos metabólicos de manutenção para a planta.

Na cultura do algodão, foi observado aumento na massa média do capulho e na produtividade de algodão em caroço com o uso do mesmo bioestimulante, tanto via tratamento de semente quanto via foliar.

Na dose certa

Alguns pesquisadores analisaram doses de produto bioestimulante composto por citocinina, ácido indolbutírico e ácido giberélico em aplicação via sementes em algodoeiro, e observaram incremento na área foliar, altura e crescimento inicial de plantas.

O bioestimulante aplicado via sementes foi capaz de originar plântulas mais vigorosas, com maior comprimento, matéria seca e porcentagem de emergência em areia e terra vegetal proporcional ao aumento de doses do produto.

A aplicação foliar de bioestimulante aumentou a massa de vagens e a massa de grãos do feijoeiro cultivar IAC-Carioca Tybatã, mas não foram observados efeitos significativos para o número de vagens por planta. Outro estudo mostrou que, quando aplicado o produto durante o período de floração e pós-floração, houve aumento no número de vagens por planta.


Confira os erros mais fatais:

– Concentrações inadequadas.

– Estádio de desenvolvimento da planta, ou seja, a época de aplicação.

– Temperatura e a umidade do ambiente determinam a velocidade de secamento da solução aplicada à superfície foliar.

– Ângulo de contato entre a solução e a superfície foliar: diz respeito ao maior ou menor molhamento da folha pela solução. Deste modo, quanto mais espalhada for a gota da solução, maior será o contato dessa com a superfície foliar e, portanto, maior será a possibilidade de absorção da mesma.

ARTIGOS RELACIONADOS

O cooperativismo em Minas Gerais movimenta a cadeia produtiva do café

Em 1o de outubro é celebrado o Dia Internacional do Café. A data foi escolhida, em 2015 ...

Mais resistência com o silício

Celso Auer Álvaro Figueredo dos Santos Pesquisadores da Embrapa Florestas O silício é reconhecido devido à sua influência na resistência das plantas em resposta a ataques de...

Ubyfol: Aumento de produtividade

O setor sucroalcoleiro no Brasil vem passando por alguns desafios e exigindo dos produtores ...

Bioestimulantes e indutores de resistência no manejo de estresses em plantas

Felipe M. de Quadros Mestrando em Ciências/Recursos Genéticos Vegetais - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Mateus B. de Freitas Doutor em Ciências/Recursos Genéticos Vegetais " UFSC Marciel...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!