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Qual o manejo adequado para cultivo da pitaia?

Crédito: Shutterstock

A pitaia possui um alto valor no mercado nacional e internacional. No Brasil, o cultivo da iguaria deu início na década de 90, com produção concentrada no Estado de São Paulo, principalmente na região de Catanduva. Atualmente o Estado ainda é o maior produtor nacional do fruto, com uma média de 850.000 kg na última safra.

O aumento do volume comercializado nas Ceasas do País, entre os anos de 2009 a 2018, aumentou cerca de 820%. O cultivo da pitaia demonstra ser muito efetivo na diversificação da produção agrícola na propriedade, e ainda uma nova fonte de renda ao produtor rural.

A colheita da pitaia no Brasil ocorre de dezembro a maio, e corresponde à reposição da produção no período de entressafra na Europa – por isso é muito indicada para exportação.

Espécies

Existem diversos tipos de pitaia, sendo agrupados em quatro gêneros: Stenocereus, Cereus, Selenicereus e Hylocereus. As principais espécies comerciais são a pitaia vermelha com polpa branca (Hylocereus undatus), pitaia vermelha com polpa vermelha (Hylocereus costaricensis), pitaia amarela (Selenicereus megalanthus), que apresenta casca amarela e polpa branca, e a pitaia-do-cerrado ou saborosa (Selenicereus setaceus), que pode ser encontrada vegetando naturalmente em regiões do Brasil.

Independentemente da espécie, a planta que produz a pitaia é perene, com longevidade e 15 a 20 anos, e trepadeira, sendo necessária o uso de um tutor que garante o suporte e a sustentação das estruturas.

Mudas por estaquia

“A prática da estaquia é feita principalmente com os cladódios, sendo a forma mais viável de multiplicação da pitaia, porque, além de ser uma forma de multiplicação de baixo custo, ela mantém as características de produção benéficas da planta matriz. Então, a estaquia pode ser feita com cladódio de qualquer tamanho, o qual será fragmentado em partes menores que 15 a 20 cm, de onde sairá a estaca. Depois da fragmentação do cladódio, coloca-se em um substrato”, explica o engenheiro agrônomo Guilherme Nacata, acrescentando que de 30 a 40 dias é o período ideal para um bom o desenvolvimento das raízes das estacas da pitaia.

Outro método utilizado para a propagação de pitaia é pela enxertia, considerado o mais eficaz por reduzir as doenças de solo, aumentar a tolerância a nematoides e reduzir o índice de enraizamento da espécie amarela colombiana.

Plantio

O planejamento do pomar é o primeiro passo. Deve-se pensar no direcionamento da área definindo o número de plantas, o tipo de solo, evitar solos rasos sujeitos a encharcamento, a ocorrência de geadas, e ainda a espécie de pitaia a ser utilizada, com a obtenção de mudas de qualidade, mercado e proximidades de centros consumidores.

“O produtor deve começar já fazendo a análise do solo, e, se necessário, após realizar a calagem, correção do pH com calcário e também a fosfatagem da área total. A calagem é recomendada de dois a três meses antes do plantio, e também 50% antes da aração e o restante antes da gradagem. Para a pitaia são necessárias duas arações profundas e duas gradagens”, explica a engenheira agrônoma Mariane Forte.

Existem vários tipos de espaçamento para o plantio da pitaia, entre eles: 5 x 3 m, 4 x 3 m, 3 x 3 m e 3 x 2 m. Após, deve-se pensar na demarcação da cova, que é relativamente grande – a medida recomendada é de 60 x 60 x 60 cm. Esse tamanho serve para que o sistema radicular da planta se desenvolva e cresça sem nenhum problema.


Adubação por cova

þ 500g de calcário

þ 200 a 300 g de superfosfato simples

þ 50 g de micronutriente

þ 20 L de esterco bovino

“A adubação orgânica na plantação de pitaia vem crescendo gradativamente, juntamente com a cama de frango, e vem trazendo resultados bastantes satisfatórios”, conta a agrônoma. Ela recomenda que o plantio da pitaia seja 5,0 m acima do nível do solo, mas também não deve ser soterrado, para a planta não apodrecer, e apertar bem para que não fiquem espaços vazios.


Pragas e doenças

O engenheiro agrônomo Márcio Rezende Ribeiro diz que a principal doença que afeta a cultura da pitaia é a podridão do cladódio ou bacteriose, que necrosa toda a parte fotossintética da fruta: “Se ela não for controlada a tempo, pode causar diminuição da produção, ou até mesmo a morte da planta”, alerta.

Quando questionado em relação à prevenção, ele explica que a estratégia é evitar solos encharcados, pois a bactéria vive em ambientes com baixa concentração de oxigênio, “então, se o solo estiver encharcado favorece muito mais para que essa bactéria se desenvolva. Entretanto, se ocorrer o ataque, a melhor forma de combate é com os fungicidas à base de cobre”, indica Márcio Ribeiro.

Outra doença que prejudica a cultura é a queima solar, que diminui a fotossíntese da planta, podendo causar a diminuição da produção.

Quanto às pragas, a cochonilha tem destaque, podendo prejudicar muito a produção de pitaia ao sugar a seiva da planta. Outros ataques também recorrentes são por pássaros ou morcegos, que podem prejudicar totalmente a comercialização do fruto. “Para todos esses tipos de ataque existe um método de prevenção, que é o ensacamento do fruto, uma técnica simples e eficiente”, recomenda o especialista.

            Fonte de consulta: Casa do Produtor Rural / ESALQ/USP

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