35.6 C
Uberlândia
sexta-feira, outubro 4, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioNotíciasResiliência e modernidade: a transformação digital no agro brasileiro

Resiliência e modernidade: a transformação digital no agro brasileiro

Por Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente

Fernando Moulin
Créditos: Divulgação

É comum ouvir que o setor rural é a locomotiva do país. Não é para menos: a participação do segmento alcançou 24,8% em 2022, segundo a pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Adicionalmente, os dados recém-divulgados de PIB do país no 1T 2023 acabam de surpreender positivamente pelo crescimento, sustentado pela pujança do agro.

Mas além de impulsionar a economia e diferentemente de alguns anos atrás quando se considerava o setor como sendo conservador em seus processos de transformação, atualmente o agro está na vanguarda da aplicação de novas tecnologias, consolidando sua inserção e propagação e à frente de diversos outros setores econômicos tradicionalmente inovadores. A aplicação da revolução tecnológica no agronegócio já é uma realidade no Brasil e tem como base o uso de softwares, robótica, sistema de posicionamento global (GPS), drones, automação de dados, sensorização, satélites em alta definição, genética de plantio, 5G, IoT, rastreamento digital e diversas outras tecnologias do novo milênio.

Um levantamento da consultoria McKinsey & Company revelou que 71% dos agricultores brasileiros usam canais digitais diariamente para atividades relacionadas às fazendas. O uso de aplicativos de mensagens, portais de e-commerce e máquinas agrícolas são exemplos da mudança no comportamento do novo produtor rural.

Hoje, é possível ter os dados de uma fazenda inteira na palma da mão e com isso monitorá-la em tempo real. O agro 4.0 vem ajudando os empresários do campo a aumentar sua produtividade e está presente em cada etapa da cadeia produtiva. A aplicação de tecnologias nas lavouras e na gestão de negócios agrícolas ajudou a consolidar o Brasil como potência do setor, colocando-o entre os mais competitivos países do segmento, sendo considerado o mais automatizado do mundo.

Seguindo fortemente no sentido da inovação, o país alcançou o segundo lugar na exportação mundial de alimentos, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), deixando grandes potências para trás no ranking. É motivo de orgulho para os produtores que, safra após safra, batem recordes.

Aumento da produtividade, otimização de custos e redução de riscos são alguns dos benefícios gerados pela previsibilidade e poder de decisão proporcionados pela tecnologia. A aplicação de novas tecnologias no agro traz oportunidades e abre caminhos no país.

A atividade vem impulsionando o crescimento de cidades de médio porte em todo o interior brasileiro. É o caso de Cuiabá, MT. A base econômica do Estado é o agronegócio. Maior produtor de soja, milho, algodão e de rebanho bovino – sendo as quatro commodities responsáveis por 93,5% do valor bruto arrecado no estado –, Mato Grosso vem liderando há quatro anos consecutivos a agropecuária brasileira, e a cada ano, a produção se supera. Estive recentemente visitando a cidade e seus simpáticos habitantes, e o crescimento acelerado da cidade e de todo o estado é impressionante.

Segundo dados do Governo Federal, em quatro anos, o estado apresentou um crescimento de 69% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), com R$ 193 bilhões em 2021. Atualmente, o estado detém mais de 17% da produção agrícola nacional, seguido pelo Paraná, na 2ª posição, São Paulo, na 3ª, Minas Gerais, na 4ª, e o Rio Grande do Sul, que aparece em 5º lugar no ranking. Conforme levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária, 35 municípios do Mato Grosso estão entre os 100 mais ricos do agronegócio no Brasil. E são lavouras justamente de alta intensidade no uso de tecnologia e das mais avançadas revoluções trazidas pela inovação para o campo que estão ajudando na criação e multiplicação de toda essa riqueza.

Em resumo, a transformação digital no agronegócio traz mais consistência e previsibilidade na oferta, garante a gestão de riscos socioambientais, amplia o controle sobre alguns dos cada vez mais erráticos efeitos do clima, bem como amplia a visão do produtor acerca de todo o cicloda cadeia de suprimentos.

Ademais, possibilita o uso de soluções que monitoram, reportam, geram e analisam dados e verificam indicadores para uma cadeia agroalimentar mais produtiva, sustentável e resistente aos desafios desse tipo de negócio.

Da agricultura 1.0, rudimentar e de baixa produtividade praticada até 1950, passamos hoje para a agricultura 4.0 e caminhamos para a 5.0, com o amplo uso das tecnologias digitais e a integração cada vez mais conectada do mundo dos dados com a realidade do campo. O fato é que o agrobusiness é um dos mais importantes e inovadores setores do mundo e, mais uma vez, segue se reinventando, fazendo a diferença e transformando o perfil econômico nacional, cujo interior se torna cada vez mais a moderna mola propulsora do país.

ARTIGOS RELACIONADOS

Divisão Agrícola da Bayer apresenta prioridades de negócio para 2021

Prestes a completar 125 anos no Brasil, a Bayer reuniu pela primeira vez as principais lideranças de suas áreas de negócio no país em evento virtual nesta quarta-feira (27)

Transformação Digital no Agro Brasileiro

Descubra as tendências de inovação no agro brasileiro e como as tecnologias impulsionam a eficiência e promovem práticas agrícolas sustentáveis.

Como as questões geopolíticas afetam o agro brasileiro?

O embaixador Roberto Azevedo, ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), é o convidado do podcast Ouça o Agro dessa semana. Ele destaca como as questões geopolíticas e as tendências de consumo no atual cenário mundial afetam o agro brasileiro.

A transformação digital chegou (e já faz tempo!) ao agronegócio

O agronegócio responde por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A agropecuária se trata, portanto, de uma das forças impulsionadoras da economia nacional, com altas taxas de produção e exportação e que, assim como diversos outros setores, vem sendo fortemente impactada pela tecnologia nos últimos anos, antes mesmo da chegada da pandemia de Covid-19.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!