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quarta-feira, abril 24, 2024
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Safra de verão: Está na hora do plantio

Autores

Lucas Alexandre Batista lucaslabatista@gmail.com

Rafaela da Silva Muraro murarorafa@gmail.com

Engenheiros agrônomos – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Gabriel Freitag Graduando em Agronomia – UFLAfreitag.gr@gmail.com

Giovani Facco Doutor em Agronomia – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)giovanifacco2011@gmail.com

Plantio – Crédito: Shutterstock

No Brasil, a agricultura está no momento de realizar uma das ações mais importantes para a safra de verão: o plantio. É durante esse período que a população de plantas é definida, de acordo com o ajuste de cada região de cultivo.

Assim, definimos o manejo para que a cultura tenha absorção adequada de radiação solar, água e nutrientes, como também se defender de organismos nocivos, como insetos, fungos, bactérias, nematoides e evitar ou reduzir a competição com plantas daninhas, entre outros desafios naturais. O sucesso de um plantio eficiente vem do entendimento sobre os diversos fatores que estão envolvidos no processo.

Plantio da safra de verão

O Brasil possui localização privilegiada para agricultura. Apesar de ter uma extensão territorial de dimensões continentais, as estações do ano no País não são bem definidas, dando a impressão de serem apenas duas: inverno e verão.

Setembro é o início da primavera e a perspectiva para as chuvas começam, sinalizando o início do plantio de verão. No Brasil, basicamente quando termina uma safra se inicia outra, sendo complementares. E como a safra de verão é de altos investimentos, todos os cuidados devem ser tomados para um desenvolvimento inicial da lavoura.

Desafios

O clima pode ser um desafio para o sucesso da cultura. Para estabelecer o estande de plantas, por exemplo, o ambiente quente e úmido exige mais cuidados agronômicos do agricultor, que pode buscar ajuda junto a um profissional de confiança.

A chuva também merece atenção, pois os solos estão muito secos pela falta de qualquer tipo de precipitação nos últimos meses que antecedem e exigirão chuva para começar a plantar. No entanto, os modelos de previsão não são promissores no momento.

Para a safra 2020/21 está previsto um padrão de La Niña, trazendo um início tardio de chuvas no Brasil Central. Se ocorrerem atrasos no início das chuvas, como esperado, isso pode causar um transtorno para as culturas de milho e algodão de segunda safra (safrinha), que se seguem no outono e início do inverno do Hemisfério Sul.

A seca causada pelo efeito La Niña também está acontecendo em grande parte da Argentina. O extremo norte do país teve chuvas periódicas, mas a maioria das outras áreas têm sido relativamente secas.

Safra e safrinha

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A safra de verão no Brasil pode ser dividida em duas, popularmente conhecidas como safra e safrinha. No entanto, apesar de a segunda safra ser mencionada no diminutivo devido à baixa produtividade esperada desde o seu surgimento, tem demonstrado um potencial excepcional, que já se desconsidera a ideia de baixa produtividade.

No Brasil, as culturas mais plantadas no verão são soja e milho. Na maioria das vezes o produtor realiza a safra de soja primeiro, seguido por milho na safrinha, fazendo uma “casadinha” bem rentável. Aos que optam por milho na primeira safra, há opções de segunda safra de feijão, ou até mesmo algodão em algumas regiões.

Período adequado

Toda cultura é dependente de condições ambientais, desde a duração de período luminoso dos dias, taxa pluviométrica, temperaturas, entre outros fatores abióticos que interferem diretamente no desenvolvimento das plantas.

Desta forma, o órgão CONAB (2009) estabelece em um de seus manuais um calendário de semeadura à colheita de culturas aplicadas no Brasil em cada Estado produtivo e seu respectivo período indicado de aplicação, dados também obtidos por meio do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) de forma específica a cultivares e macrorregiões.

A safra de verão relacionada às culturas de maior aplicação têm semeadura entre os meses de julho a dezembro para a cultura do milho (RS, MG, PR, SC e MS), e para soja iniciando posteriormente, entre os períodos de agosto a dezembro, com exceção dos Estados de RR e PA em todo território nacional.

É importante abordar que, mesmo entre esses períodos indicados anteriormente, para a segurança de germinação e estabelecimento das culturas deve-se avaliar as condições de campo para aplicação de semeadura, como umidade de solo e temperatura, que para culturas de soja e milho indica-se dias com temperaturas entre 20 e 30°C.

Fique de olho

Partindo dos fatores abióticos para bióticos, observa-se a competição entre cultivares e plantas invasoras, tornando a época de semeadura também um fator de observação entre os Estados e seus picos de germinação de principais daninhas de ocorrência.

O período anterior da interferência (PAI) é definido como o intervalo em que a planta daninha e a cultura convivem com interferência inferior a 5% de redução de produtividade, que em média ocorre entre a emergência e o fechamento de linha das culturas.

Desta forma, condicionar melhor o ambiente para o estabelecimento das culturas plantadas e a realização de semeadura fora do período de emergência de plantas competitivas, até seu fechamento de linha, possibilita maior período de PAI e, consequentemente, menor redução de produtividade por competição.

Do plantio à colheita

O manejo para a safra de verão se inicia pela dessecação de cobertura ou colheita da safra de inverno, realizadas por meio de herbicidas e inseticidas em aplicações únicas ou sequenciais conforme a característica de campo encontrada.

Estas práticas iniciais proporcionam cobertura de solo, que reduz a oscilação térmica do perfil, aumenta a retenção de água e proporciona maior teor de matéria orgânica no solo, como também busca eliminar competidores e pragas, como plantas daninhas e insetos (adultos e lagartas), responsáveis por grande prejuízo desde o estabelecimento até a produção de lavouras.

Após a dessecação e preparo da área se inicia o processo de semeadura, com dados já estabelecidos de zoneamento agrícola, cultura a ser semeada, população de plantas desejadas, aquisição de semente certificada, aplicação de tratamento de semente juntamente a inoculantes, conforme recomendado para a cultura, local e tamanho da área, profundidade de semeadura e quantidade de adubação aplicada, realizando essa prática em dias conforme a orientação do ZARC.

Com as culturas já emergidas, os manejos para controle de patógenos, pragas e competidores se intensificam, realizando aplicações de herbicidas seletivos, fungicidas e inseticidas recomendados, visando melhor ambiente para estabelecimento e desenvolvimento da cultura.

Em culturas como o milho, além destas práticas são necessárias aplicações de nutrientes, principalmente nitrogênio, uma vez que, diferentemente das leguminosas, não se realiza a assimilação de nitrogênio atmosférico por meio de ação simbiótica com nódulos de rizóbios.

Em áreas manejadas para altos tetos produtivos, recomenda-se a aplicação de fertilizantes nitrogenados mesmo em culturas leguminosas.

Aplicações preventivas

Para o uso de fungicidas, priorizam-se produtos de maiores ações entre as primeiras aplicações, proporcionando maior sanidade e manutenção de folhas de baixeiro, recomendando-se aplicações sequenciais preventivas com produtos que atendam a incidência de doenças no campo.

Os inseticidas necessitam de avaliação a campo, podendo assim definir o melhor produto e momento de aplicação. O mesmo acontece com a utilização de herbicidas, onde se define o produto a partir da cultura e genética aplicada, seguida pela avaliação de ocorrência de daninhas e seu estádio de desenvolvimento (priorizando o controle já na fase inicial, onde há maior efetividade de controle), alterando mecanismos de ação e não causando pressão de seleção de plantas resistentes.

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