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Semeadura antecipada da soja é tendência

Paulo Sérgio de Assunção

Engenheiro agrônomo, produtor e proprietário da PA Consultoria Agronômica, Pesquisa e Agricultura de Precisão

pauloassuncao@paconsultoriaagronomica.com.br

Crédito Shutterstock
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A semeadura antecipada da soja é uma estratégia utilizada para reduzir a incidência de doenças e pragas no final do ciclo ou para semear o milho de segunda safra em sucessão à soja o mais cedo possível.

A janela ideal de plantio de soja na região do Mato Grosso, por exemplo, se dá no final de setembro, mês de outubro e primeira dezena de novembro (sendo a última já de risco de ferrugem e mosca-branca).

Quanto à semeadura antecipada, acontece entre o dia 15 de setembro, quando encerra o vazio sanitário, a início de outubro. Neste último caso, o produtor tem como vantagens: favorecer a janela de plantio de algodão, de milho safrinha ou outra cultura na segunda safra (girassol, sorgo), reduzir o risco de pressão de ferrugem e mosca-branca no final do ciclo na cultura da soja. Ainda, e não menos importante, alguns produtores alcançam melhores preços da soja no mês de janeiro.

 Paulo Sérgio de Asunção, engenheiro agrônomo e produtor rural - Crédito Arquivo pessoal
Paulo Sérgio de Asunção, engenheiro agrônomo e produtor rural – Crédito Arquivo pessoal

Cuidados

Em primeiro lugar, ao se optar pela semeadura antecipada, o produtor deve efetuar um bom tratamento de sementes para protege-las de fungos de solos e pragas iniciais.

É imprescindível, ainda, ter atenção com a umidade ideal e suficiente para uma boa germinação, estar alerta às pragas iniciais que se encontram nos restos das coberturas (milhetos, cortadeiras, milhos tigueras, etc.).

De preferência, deve-se ter uma boa cobertura para reduzir a perda de água por evaporação e manter uma menor temperatura do solo, amenizando o problema com escaldadura (estrangulamento por alta temperatura no caule da planta na região em contato com o solo).

Crédito Shutterstock
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Tendência

O semeio antecipado é uma tendência, pois, como dito, além de favorecer a janela de plantio da segunda safra, também diminui o risco com ferrugem e mosca-branca no final do ciclo da soja. Dado o problema de resistência dos grupos de fungicidas existentes no mercado, essa passa a ser uma ferramenta muito importante como estratégia de manejo da doença (principalmente ferrugem).

 Nas regiões produtoras do Mato Grosso, onde chove cedo, essa prática é muito utilizada.

Fique atento

O semeio antecipado não é recomendado em solos sem umidade ou com pouca umidade, sendo esse último pior ainda. Portanto, deve-se evitar o plantio em solos arenosos, onde o risco se torna bem maior em função da baixa capacidade de armazenamento de água desse tipo de solo, que seca muito rápido.

Para plantio nesse tipo de solo precisamos ter o regime de chuvas bem estabelecido e uma boa cobertura com palhada. Também nesse tipo de solos temos mais problemas com altas temperaturas (podendo chegar a 60ºC na superfície), causando escaldadura, ou seja, um estrangulamento do caule na base da planta em contato com o solo.

Por isso, o plantio mais tarde, após o estabelecimento do regime de chuva, deixa o solo com menor temperatura, diminuindo também a incidência desses problemas.

Mesmo em solos argilosos, principalmente naqueles sem cobertura de palhada, temos o risco de danificar a qualidade da semente (cozinhar) se logo após o plantio o regime de chuva não se estabelecer e a temperatura estiver muito alta. Isso acontece em função da maior evaporação e maiores temperaturas no solo, podendo desidratar a semente e apodrece-la.

Produtividade

A produtividade não estárelacionada apenas à data de plantio, mas também em função das características das cultivares utilizadas e clima (chuva, luminosidade) durante todo ciclo da cultura.

De maneira geral, temos obtido uma boa produtividade, mas lembro que alguns materiais não aceitam esse plantio muito cedo. Portanto, é preciso conhecer bem o comportamento de cada material que será plantado nessa época.

Em geral, os plantios do final são prejudicados pela pressão de pragas e doenças, pois nessa época as plantas sofrem com a migração de mosca-branca, esporos de ferrugem oriundos de lavouras mais novas e até mesmo da poeira levantada na colheitadeira destas áreas.

 

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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