Os fungos provocam perda de estande e de qualidade pela deformação de raiz e redução do tamanho e os prejuízos podem chegar a 80% da produção. Além do tratamento de sementes, também deve realizar pulverizações com fungicidas foliares via barra.
Atualmente, todas as sementes para plantio comercial já vêm tratadas da indústria, sendo que cada empresa tem o seu tratamento, realizado especialmente com fungicidas, pois os fungos de solo são os maiores causadores de problemas à cultura da cenoura, como tombamento, deformação de raiz e podridão.
Segundo Junio Cesar Lopes, engenheiro agrônomo, coordenador do departamento agrícola do Grupo Sekita Agronegócios, os principais fungos de soloda cenoura são fusariumsolani,pythium spp., alternaria radicina, alternaria dauci.
Danos
Os fungos provocam perda de estande e de qualidade pela deformação de raiz e redução do tamanho, o que reflete diretamente no bolso do produtor.Esses prejuízos econômicos podem chegar a 80% da produção.
Como toda a semente de cenoura já vemtratada e ainda assim existe a possibilidade de prejuízos grandes, o que pode ser feito para diminuir os danos são as pulverizações com fungicidas foliares via barra. “Isso não significa que o tratamento de semente não seja eficiente. Ele é muito eficiente nas primeiras semanas, enquanto a semente está germinando, porque a mantém protegida, mas conforme ela germina, sua proteção diminui. Por isso a importância de complementar com a aplicação foliar“, esclarece o agrônomo.
Foco
O foco principal das indústrias, quando tratam a semente de cenoura, é o fusarium e a rizoctonia, que são os maiores problemas da cultura da cenoura, causando tombamento.
Mas a novidade atualmente é a peletização da semente, que traz uma proteção a mais, podendo ser usada como meio para colocar nutrientes e fungicidas ali, além de padronizar o tamanho da semente da cenoura.
Segundo o profissional, com a peletização o plantio fica bem distribuído e não há necessidade de fazer o desbaste, reduzindo o custo e semente.
Alternativas que funcionam
O ponto mais importante com relação aos fungos de solo é a rotação de culturas e uso de produtos biológicos.
Junio Cesar, que sabe disso, dá o intervalo de dois a três anos entre um plantio e outro na mesma área.Nesse intervalo, faz na área o cultivo de aveia preta, crotalária, milheto e milho. O uso de produtos biológicos para controle de fungos e nematóides vem sendo usado juntamente a rotação de culturas e complementando em áreas comercias de hortaliças como cenoura, batata, beterraba, alho e repolho.
Dicas importantes
As sementes de hortaliças miúdas de valor agregado alto plantadas no cerrado mineiro e goiano são basicamente cebola e cenoura. Por serem culturas muito caras, elas exigem um tratamento preventivo para fungos de solo.
Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Leal, o procedimento deve ser plante-aplique, ou seja, no término do plantio, após a primeira irrigação, é feita a aplicação via barra, nunca via pivô. “O produtor tem duas alternativas – ou faz aplicação de químicos ou de biológicos. Porém, os químicos têm residual de cinco a seis dias, no máximo. Não que as moléculas sejam ruins, mas porque esse é o ciclo de duração delas mesmo. Já os produtos biológicos tem ação mais eficiente“, compara.
Depois de 10 dias de plantio, no máximo, o produtor deve entrar com o pulverizador em barra e aplicar o produto biológico à base de fungo e de bactéria, os quais têm residual de 20 a 30 dias.
Os bioestimulantes
As sementes de hortaliças são plantadas em períodos chuvosos, levando falta de oxigenação a elas. E os bioestimulantes auxiliam a semente a germinar mais rápido e a formar maior quantidade de raiz. Uma semente de cenoura que germina passa por estresse de adaptação, e com o bioestimulante esse processo é acelerado.
“Existem bioestimulantes para vários fins, mas quando se faz o plantio, o que interessa nesse momento é que o produto otimize a quantidade e a velocidade de raiz.E no decorrer da vida da planta são indicados vários outros bioestimulantes, seja para estresse, após chuva pesada ou para períodos de seca“, conclui Carlos Leal.
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