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Soja + café: Integração de alto valor

Uma técnica que promete revolucionar a cafeicultura é a consorciação de café com soja, pois o produtor consegue duas colheitas por ano na mesma área, ou seja, maior rentabilidade

Marcelo de Souza Silva Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Horticultura e professor do curso de Agronomia – Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral (FAEF – Garça – SP)mrcsouza18@gmail.com

Estefânia Martins Bardiviesso Engenheira agrônoma, doutoranda em Agronomia/Horticultura, coordenadora de Biossoluções e consultora comercial estefania.bardiviesso@hotmail.com

Soja e café – Créditos: Eberton de Carvalho

Uma técnica que promete revolucionar a cafeicultura é a consorciação de café com soja, pois proporciona maior rentabilidade por área e melhora as condições do solo. Essa técnica proporciona obter a produtividade da soja e do café e, ainda, disponibiliza nitrogênio para a lavoura de café. Com esse sistema inovador, o produtor consegue duas colheitas por ano na mesma área. Portanto, é uma excelente opção para aumentar a rentabilidade do cafeicultor.

A sustentabilidade da exploração agrícola em qualquer sistema de cultivo depende de forma direta do manejo da produção em evidência, cujas práticas de condução podem possibilitar incremento na produtividade, redução de custos e boa qualidade do produto colhido, desde que ocorra racionalidade e frequente ajuste na aplicação dos insumos e tratos culturais, sobretudo quando se trata de cultivos consorciados.

Desequilíbrio

Nos últimos anos, a condução do cafezal sem acompanhamento de profissional habilitado tem gerado erros frequentes no fornecimento de nutrientes e no controle fitossanitário das plantas, gerando consumo excessivo de fertilizantes e defensivos agrícolas, o que pode provocar desequilíbrio e aumento dos custos de produção do café, além de prejuízos ao meio ambiente. Sendo assim, antes da implantação do consórcio, deve-se atentar a possíveis correções no sistema de cultivo em curso, seja no cafeeiro ou na cultura da soja.

Como na maioria das vezes, em áreas de produção de café a correção da acidez do solo e a adubação são feitas apenas na área da copa das plantas, assim como a amostragem de solo para análise química, é necessário atentar-se às condições da entrelinha antes do plantio da soja, além de possíveis resíduos de herbicidas utilizados anteriormente ao plantio.

Neste sentido, além do uso racional dos insumos no sistema de condução destas culturas, o cultivo consorciado também figura como oportunidade de aumento da renda da lavoura, pelos inúmeros benefícios desse sistema de produção.

Com o plantio da soja na entrelinha, a distribuição da renda financeira no decorrer do ano se torna possível para o produtor. Esta prática cultural favorece ambas as culturas, considerando, obviamente, todos os aspectos agronômicos, econômicos e ecológicos do sistema.

Entretanto, é importante destacar que, a depender do manejo adotado no cultivo consorciado do café com a cultura da soja, o produtor poderá notar benefícios adicionais ou prejuízos indesejáveis, influenciando de maneira direta no potencial da lavoura. Sendo assim, é fundamental que a implantação e condução deste tipo de consórcio seja amparado de suporte técnico.

Dentre os principais benefícios deste consórcio, pode-se destacar o favorecimento do cafeeiro pela fixação simbiótica de nitrogênio, realizada pela cultura da soja, controle de processos erosivos, uma vez que a entrelinha estará ocupada com a cultura da soja, aumento da estabilidade da matéria orgânica na área de cultivo, reciclagem de nutrientes extraídos, incremento de efeitos residuais na sustentabilidade da cultura e redução da infestação de pragas e plantas daninhas. 

A supressão de plantas daninhas neste sistema de consórcio pode substituir ou complementar os métodos tradicionais de controle de plantas invasoras no cafezal. Com este fim, até existem as coberturas mortas como biomassa de outras culturas e restos da palha do café oriundas do beneficiamento do café colhido, por exemplo, que são utilizadas por produtores, além do uso das leguminosas, como a soja, que são coberturas vivas que contribuem para boas práticas agrícolas.

Menor competição

É importante destacar que, em cultivo solteiro, principalmente em lavoura nova, sobram espaços e recursos que facilitam a maior ocupação das plantas daninhas. Nos modelos de consórcios (café + soja), essa ocupação é muito reduzida, devido à área a ser preenchida por arranjos de espécies que exercem o controle cultural sobre essas plantas.

Contribuição

A tecnologia contribui com as demandas das lavouras novas de café e das lavouras adultas de regiões com declive acentuado, que são mais propícias à infestação por plantas daninhas.

Vale destacar ao produtor que a adoção de um único sistema de manejo de plantas invasoras é inviável, e por este motivo, a diversificação e uso de práticas dinâmicas surte efeitos mais promissores a médio e longo prazo. 

Este efeito sobre as plantas daninhas provocado pela cultura da soja não afeta o crescimento vegetativo e a produtividade do cafeeiro. Em meio a técnicas convencionais que utilizam práticas de capina com enxada, roçadas mecanizadas e controle químico para controle das plantas daninhas, os produtores que utilizam esse manejo consorciado, como parte do manejo integrado, veem no produto colhido uma alternativa adequada às demandas de cafés de base ecológica, certificados e especiais pelo mundo.

Na medida em que também está adequada aos interesses da agricultura de baixo carbono, limita o uso de produtos químicos (herbicidas) na lavoura, permite a recuperação de áreas e o aumento da área de vegetação entre cultivos perenes, como o café.

Foco no resultado

O plantio de culturas intercalares ou de ciclo curto nas entrelinhas ou ruas de café pode ocorrer tanto nas lavouras em fase de formação, quanto produção e recuperação. A finalidade deste consórcio é fazer um melhor aproveitamento da área para diminuir os custos de implantação e manutenção, principalmente em lavouras com entrelinhas abertas, que neste caso vêm sendo aproveitadas para exploração da cultura da soja, que está valorizada no mercado e pode gerar renda adicional ao produtor.

Quanto ao número de linhas da cultura intercalar, depende basicamente das características da variedade de soja a ser utilizada, no que se refere ao hábito de crescimento das plantas (determinado e indeterminado).

De maneira geral, deve-se manter uma faixa livre de plantio com largura de meio metro além da projeção da copa do café em cada lado de suas linhas. Para cultura intercalar, como a soja, recomendam-se até três linhas, para manter a mesma produção média do café.

Desafios

Embora o cultivo intercalar apresente algumas vantagens, muitas vezes esta atividade pode ser frustrante pelo impedimento da mecanização da lavoura cafeeira e pelo baixo rendimento das culturas anuais, requerendo um planejamento do sistema de produção com maior eficiência na aplicação das práticas culturais.

O plantio e colheita da soja acontecerão em épocas onde ocorrem os principais manejos fitossanitários no café, o que favorece ambas culturas. Apesar da dificuldade de mecanização, o uso de cultivares de soja com porte baixo auxilia no manejo, já que não impedirá a entrada de tratores na área.

Pode-se, portanto, destacar que entre os principais desafios do plantio consorciado da soja com o café estão os prejuízos com a disseminação de algumas pragas e doenças, concorrência por água, luz, nutrientes e efeitos negativos no desenvolvimento e na produção do café devido ao manejo inadequado, podendo dificultar ainda as aplicações foliares na cultura do cafeeiro, tendo que escolher produtos que possam ser aplicados em ambas as culturas, principalmente no caso das ferrugens. 

Adaptações

A adaptação de alguns maquinários também se faz necessário, como colhedoras adaptadas para cultura da soja. Normalmente são utilizadas colhedoras de bater feijão, que são adaptadas para colher soja. Alguns produtores também realizam o arranquio das plantas de soja após a maturação fisiológica. Com isso, os grãos presentes nas vagens secarão mais rápido e a colheita em si será realizada com um outro implemento acoplado ao trator.

Custos e lucro envolvido

Embora existam estes desafios, considerando que o custo médio de produção por hectare do café gira em torno de R$ 14.644,83 mil (quando 100% irrigado) e o gasto por hectare de soja sai em torno de R$ 3,4 mil (já considerando o arrendamento), se considerar o preço médio da saca do café a R$ 840,25 (Cotação feita em 07/07/2021 Cepea/USP), multiplicado pela produtividade média de 30 sacas por hectare, o total arrecadado seria de R$ 25.207,50, ou seja, lucro de R$ 10.562,67 por hectare.

Já na cultura da soja, o custo por hectare é de aproximadamente R$ 45,00 sacas por hectare e o produtor colhe, em média, 63 sacas. Sobram 18 sacas, a um preço médio de R$ 155,77 (cotação feita em 07/07/2021 Cepea/USP), que vão resultar em R$ 2.803,86 de lucro.

 Somando-se o lucro da soja e do café, a receita líquida seria de R$ 13.366,53. É importante destacar que esse valor poderá mudar conforme a composição do custo de produção na região que se aplique o manejo e da população de plantas da cultura da soja, que normalmente será menor no sistema consorciado. Logo, a produção por hectare também mudará.

A performance em produtividade das lavouras cafeeiras consorciadas com a cultura da soja ainda está sendo testada por instituições de pesquisas e pela iniciativa própria de muitos produtores. Mas, pode-se adiantar que esse novo sistema de cultivo tem ganhado cada vez mais adeptos, sobretudo em função da valorização de ambas as culturas no mercado e das vantagens agronômicas associadas ao consórcio das duas culturas, mesmo que necessite de adaptações pontuais em manejo e maquinários, o que reforça a necessidade do amparo técnico para os produtores dispostos a encarar esse desafio. 

Integração de cultivos

Novos desafios à cafeicultura moderna

A consorciação com soja traz vários benefícios agronômico e financeiro. A cada R$ 1,00 investido no novo sistema, colhe-se R$ 3,00 de lucro.

Paulo Celso de Almeida recebeu a doação da Fazenda Botânica em 1992. O pai de Paulo, que já era produtor de café em São Paulo e Paraná, veio para Minas em busca de maior produtividade. Desde então, o café foi a cultura principal na Fazenda Botânica.

Paulo e Eberton – Crédito: Fazenda Botânica

A ideia do consórcio surgiu da seguinte forma: “Eu tive duas chuvas de granizo muito fortes, que são coisas que fazem a gente pensar diferente, visualizar o futuro, e de certa forma pensar na sobrevivência. Na época eu já plantava feijão, e tinha desenvolvido máquinas para colher mecanicamente. Conversando com um amigo que recepou o café e plantou soja, ele me disse que colheu essa soja de forma manual, como o feijão. Naquele momento pensei – eu tenho as máquinas que colhem mecanicamente, talvez seja uma alternativa para eu plantar soja e começar a ter uma renda”, relata Paulo.

A partir daí, a soja chamou a atenção dele, por ser uma planta mais ereta, que facilita a colheita. Iniciaram as tentativas, e o produtor ficou surpreso com os resultados. “Com o feijão eu teria muitas dificuldades de colheita, em caso de chuva, mas não com a soja, que mantém sua qualidade. Uma vez plantei um feijão e a qualidade dele foi ruim, tanto que tive que vender como ração para cavalo, e a soja não tem isso”, compara.

Hoje ele acredita que existe uma sintonia entre as culturas do café e soja. “Há 15 ou 20 anos, se me perguntassem quantos hectares de soja seria preciso para conseguir o lucro de um hectare de café, a resposta seria 15 hectares de soja para ter o lucro de um hectare de café. Atualmente, os dois se equiparam, mas não sei dizer se o café diminuiu a capacidade de lucro ou se a soja aumentou”, expõe.

Quando ele começou na atividade, as dúvidas predominavam, mas hoje ele trabalha com a certeza de que esta forma de plantar é irreversível. “Tenho certeza que essa nova técnica é o futuro, e principalmente para o produtor de café, pelas dificuldades que eles enfrentam. O meio ambiente, na minha opinião, vem em primeiro lugar, que é a fixação de nitrogênio que a soja vai repondo. Esta é uma dificuldade que os produtores vêm enfrentando, e tudo isso é para os jovens entenderem que não temos outra solução a não ser o consórcio de culturas. Atualmente, já estamos trabalhando no consórcio com o alho, que é um projeto que está em andamento”, aponta.

Nelson Lobato Filho, técnico agrícola da Fazenda Botânica, conta que sim, é possível fazer o plantio do alho na entrelinha do café. “O espaçamento é ideal para o canteiro e com a técnica de gotejamento funciona perfeitamente. Na base do alho vai muito adubo, então serão colocados todos os nutrientes necessários. A maior dificuldade que observamos é a água – notamos que é necessário muita água para a cultura do alho, e por isso desenvolvemos a forma de gotejamento”.

Desafios sem fim

Eberton e Paulo – Créditos: Adrielle Teodoro

A cafeicultura e todos os monocultivos desafiam os produtores constantemente a otimizar a área. Exemplificando e simplificando, o engenheiro agrônomo da Fazenda Botânica, Eberton de Carvalho aponta que o cultivo convencional do café , deixa no mínimo, 60% da área inutilizada. “O cultivo integrado vem para otimizar e intensificar tudo isso. E o cenário foi a Fazenda Botânica que, após duas chuvas de granizo, viu a necessidade de uma nova forma de cultivo, como a integração da soja com café, que até o momento tem se comportado de forma extraordinária e rentável”, diz.

Ainda segundo ele, todos os monocultivos permitem a integração com outras culturas, mas talvez, não tenham a mesma eficiência agronômica que conseguimos com a soja, que é uma integração de alto valor.

Além da fixação de nitrogênio (N) por meio da fixação biológica de nitrogênio (FBN) e reciclagem de nutrientes, a cultura protege o solo contra erosão, reduz a temperatura e favorece a atividade microbiana. A inovação traz, também, alta rentabilidade econômica ao cafeicultor, gera mais empregos e otimiza operações agrícolas, gerando valor sustentável e uma cafeicultura de baixo carbono.

Entenda melhor

A soja é uma das plantas mais eficientes em FBN, ou seja, na simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio. Ao plantar a soja, são inoculadas junto às sementes as bactérias do gênero Bradyrhizobium, onde é estimulado todo o processo simbiótico. “Estamos tendo elevados índices de N na folha do cafeeiro, com baixa adubação mineral e acreditamos ser proveniente da fixação biológica de nitrogênio”, avalia o agrônomo.

Criamos e implantamos na propriedade, o PACI – Programa Avançado em Cultivo Integrado. Que é um programa técnico que utiliza padrões validados pela pesquisa. O manejo realizado na cultura do café não muda muito, além da introdução da técnica da soja na entrelinha. Já a adubação do café segue o mesmo padrão convencional, e a nutrição da soja é definida mediante análise química e teor de fósforo no solo. A partir daí, o produtor pode escolher a melhor variedade e a nutrição de base mais adequada para o seu ambiente de produção.

Quando plantar?

A melhor época para o plantio da soja, segundo o especialista, é no final do mês de outubro. Em Minas Gerais se estabelece o início do período chuvoso, onde há a janela de final de outubro e novembro para implantar a integração, realizando a colheita em torno de 120 dias.

Pragas e doenças

O café segue o mesmo manejo do sistema convencional. “Na Fazenda Botânica, praticamos o manejo integrado de pragas e doenças. No caso da soja, utilizamos materiais transgênicos que já embarcam um pacote biotecnológico que proporciona o controle de várias pragas e tolerância a algumas doenças. Seguimos também, um rigoroso sistema de avaliação para uma melhor tomada de decisão no que se refere ao controle fitossanitário, onde priorizamos sempre, a otimização agrícola e operações compartilhada. “O controle integrado e sustentável, sempre será o nosso foco”, esclarece Eberton de Carvalho.

Custo x benefício

A cada R$ 1,00 investido no novo sistema, colhe-se R$ 3,00 de lucro. Já o custo efetivo da integração, o agrônomo diz que seria 30% do custo convencional da soja.

“Estamos diantes de uma nova revolução agrícola. Queremos, juntos com a Revista Campo & Negócios, tornar isso público e inspirar os cafeicultores a otimizar suas áreas e, consequentemente, tornar a cafeicultura mais lucrativa e sutentável em todos os aspectos. A Duplo Agro quer intensificar suas áreas, e estamos disponíveis para prestar essa consultoria de alto valor agregado com técnica e muita responsabilidade”, reforça Eberton de Carvalho.


Duplo Agro

A Duplo Agro é a união de um engenheiro agrônomo e um produtor rural, com a mentalidade de revolucionar a cafeicultura. “Por meio de técnicas inovadoras, possibilitamos a otimização de terras, máquinas e implementos agrícolas, sempre de forma intensa, integrada e sustentável. Nossa missão é ajudar os cafeicultores a produzir mais alimentos para as pessoas e o mundo”, ressalta Eberton de Carvalho.

O café é historicamente um dos principais produtos do agronegócio brasileiro. O emprego de alta tecnologia torna a atividade competitiva e sustentável. Porém, o monocultivo tem um alto custo efetivo e imobilizado.

Na busca por soluções que viabilizam ainda mais a produção, o Duplo Agro inspira os cafeicultores a integrarem seus cultivos e a otimizarem terras, máquinas e implementos agrícolas.

Cultivo convencional do café , deixa no mínimo, 60% da área inutilizada

– Todos os monocultivos permitem a integração com outras culturas

– Soja é uma integração de alto valor. A cada R$ 1,00 investido no novo sistema, colhe-se R$ 3,00 de lucro. Já o custo efetivo da integração, o agrônomo diz que seria 30% do custo convencional da soja.

– Soja –  Além da fixação de nitrogênio (N) por meio da fixação biológica de nitrogênio (FBN) e reciclagem de nutrientes, a cultura protege o solo contra erosão, reduz a temperatura e favorece a atividade microbiana.

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