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Solo ideal para altas produtividades agrícolas

Autores

Antonio Santana Batista de Oliveira Filho Mestrando em Agronomia/Produção Vegetal – FCAV/UNESPa15santanafilho@gmail.com 

Myrelly Nazaré Costa NoletoGraduanda em Engenharia Agronômica – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA)myrellynoleto11@gmail.com

Adriana Araujo Diniz Professora adjunta II – UEMA/CESBAadrisolos2016@gmail.com

Milho – Fotos: Shutterstock

Do ponto de vista agronômico, solo é uma cobertura da crosta terrestre, constituído em sua fase sólida por matéria orgânica e minerais, que possui capacidade de armazenar água, ar, servindo então de suporte para o desenvolvimento de plantas. Ou seja, é um espaço físico e químico, onde há elementos essenciais para o crescimento das plantas e microrganismos fundamentais para a agricultura e o ambiente. 

O conceito de solo ideal é amplo, mas ao mesmo tempo, fácil de ser entendido. Devem ser considerados diversos parâmetros quando se trata do conceito prático de solo ideal para se obter uma elevada produtividade, pois não somente a presença de nutrientes deve ser levada em consideração, mas sim todo um apanhado de características que podem favorecer de forma significativa o desenvolvimento de diversas culturas.

Portanto, um solo ideal para obter uma boa produtividade seria aquele que apresentasse profundidade adequada para que haja o armazenamento de água e para que as raízes possam crescer e se expandir; ser composto de uma boa parte mineral, orgânica gasosa e líquida (de modo a suprir a necessidade da planta), sem que haja o excesso de elementos que possam causar toxicidade, estrutura que facilite o movimento de ar, água e raízes, com uma boa drenagem e atividade microbiana, obtendo nutrientes essenciais para o desenvolvimento da cultura (Giongo; Cunha, 2010).

Como deve ser

Um solo ideal, que apresente as características de modo a contribuir para aumento da produção, beneficia todas as culturas, independente da espécie, apesar de algumas delas terem maior resistência à falta de elementos essenciais, ou seja, conseguem se desenvolver mesmo em algumas condições desfavoráveis.

Culturas anuais, como soja e milho, são bastante responsivas ao manejo do solo, principalmente com a descompactação para o maior crescimento das raízes e a adubação com nutrientes essenciais ao desenvolvimento das culturas.

Olerícolas, em geral, também respondem bastante ao manejo adequado do solo, sendo a adubação orgânica altamente utilizada nessas culturas afim de disponibilizar nutrientes adequados às culturas.  

Técnicas

Há diferentes técnicas a fim de tornar o solo mais produtivo, porém, deve ser levado sempre em consideração a questão da preservação ambiental, buscando um manejo que agrida menos o meio ambiente. Antes de tudo, deve-se obter conhecimento das condições físicas e químicas do solo, por meio de análise de solo, para somente assim tomar atitudes relacionadas ao seu manejo.

Algumas destas são: aplicação de adubo mineral ou orgânico de modo a obter o equilíbrio entre os elementos com a necessidade das culturas, isso se o solo tiver baixo teor nutricional. Utilização de “adubos verdes”, capazes de melhorar significativamente a estrutura, contribuir para o aumento nos níveis de nitrogênio e potencializar a produção de matéria orgânica.

Aplicação de calagem, a fim de diminuir a acidez do solo, principalmente naqueles onde há o excesso de alumínio tóxico. Utilização de técnicas de curvas de nível, terraceamento e de palhada, como “mulching orgânico”, protegendo o solo da erosão. Técnicas de rotação de culturas devem ser adotadas e, por fim, técnicas conservacionistas de solo.

Retorno garantido

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Um solo ideal, aliado a diversos outros fatores de produção ofertados de forma equilibrada, de maneira a suprir as exigências das culturas implantadas, pode fazer com que a produtividade aumente de forma significativa, já que a planta vai ter condições ideais para seu crescimento e desenvolvimento.

As técnicas utilizadas para o aumento da fertilidade citadas ao longo do texto retratam que, se manejado de forma a conservar sua integridade e sem agredir o meio ambiente, o solo é um dos maiores aliados para a obtenção de elevadas produtividades, com boa rentabilidade, já que grande parte do suprimento de energia que a planta necessita vem da solução contida nesse solo.

Pesquisas

Em experimento utilizando duas espécies forrageiras submetidas a três tipos de manejo do solo (preparo conservacionista, rotação de cultura e cultivo mínimo do solo), obtiveram-se diferenças de produtividade entre os sistemas, verificando que estes influenciam na produção de matéria seca, independentemente da forrageira, frisando o fato de todos serem técnicas de manejo que visam uma maior conservação do solo (Vitória et al., 2014).

Bortolon et al. (2016) realizaram estudos em área de recuperação de pastagem degradada utilizando Sistema de Plantio Direto com soja no verão e sobressemeadura de forrageiras para alimentação animal e cobertura para o Sistema de Plantio Direto.

Nesse local, observaram-se as seguintes características no solo: maiores teores de matéria orgânica; maior retenção de água; ambientes em que a radiação solar é elevada durante a safra; ambientes em que a temperatura noturna é amena; com maior estruturação no solo e melhor desenvolvimento das culturas.

Direto ao ponto

Os erros mais frequentes no preparo de um solo ideal para altas produtividades se dão em virtude da falta de análises químicas e físicas prévias, antes do início do manejo, erros indevidos de adubação. O uso de máquinas para descompactação do solo pode levar a prejuízos para o solo, a processos erosivos e à perda de solos do ambiente, o que reduz os nutrientes e a produtividade das culturas.

Para que esses erros sejam evitados, é necessário que o produtor planeje muito bem a tomada de decisão de manejo do solo. É necessário que sejam avaliados os tipos de manejo que melhor se adéquam à área de cultivo, portanto, o planejamento é, sobretudo umas das principais características determinantes da eficiência do manejo e da minimização de erros durante o processo de manejo.

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