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Spodoptera causam perdas

Diouneia Lisiane BerlitzBióloga, doutora e sócia administrativa da DLB Soluções Biológicasdberlitz@hotmail.com

Spodoptera

O gênero Spodoptera compreende 30 espécies descritas atualmente, sendo mais da metade relatada como de importância agrícola. No caso de gramíneas como o milho, S. frugiperda pode ser considerada a principal praga desfolhadora da cultura, alimentando-se do cartucho do milho.

Essas lagartas podem se alimentar de uma grande variedade de plantas, sendo considerada uma espécie polífaga. Agrande diversidade de cultivos agrícolas no Brasil pode ser considerada como fator importante para a dificuldade no manejo da praga, especialmente pela proximidade de cultivos em um ano agrícola e pela sequência, por exemplo, do milho e depois o milho safrinha.

Nesse caso, o cultivo de milho safrinha pode ser mais atingido pela lagarta, especialmente se o inseto já está presente na área, agregado aos fatores climáticos que propiciam o bom desenvolvimento dele.

Cabe salientar que o ciclo de vida completo desse inseto é de, aproximadamente, 30 dias em condições ideais, sendo que um inseto adulto, a mariposa, sobrevive de cinco a sete dias e pode realizar a postura de 2.000 ovos nesse período. Desta forma, o crescimento da população do inseto é exponencial, caso não seja efetuada nenhuma medida de controle.

Os danos causados decorrentes da alimentação do inseto no milho podem reduzir a produção de 34 a 52% em uma única safra.

Controle

O controle de S. frugiperda ocorre principalmente através de inseticidas químicos de amplo espectro. Apesar disso, a deficiência no controle vem aumentando nos últimos anos, mas também as novas tecnologias estão agregando aos planos de manejo do inseto.

E o manejo integrado é uma prática de extrema importância. Isso quer dizer que o produtor deve buscar profissionais técnicos qualificados e com experiência nessa área para que o controle do inseto se torne eficaz e, consequentemente, de menor custo.

Esse manejo deve incorporar diferentes estratégias, seja com a utilização de insumos químicos, biológicos ou plantas transgênicas. Esse conjunto de estratégias pode reduzir a população de S. frugiperda em campo.

Leque de opções

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Em consulta ao portal Agrofit, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Brasil há atualmente 238 produtos químicos registrados para S. frugiperda em milho. Em relação aos produtos biológicos, o portal tem o registro de 15 produtos para a lagarta-do-cartucho, à base da bactéria Bacillus thuringiensis.

No âmbito da inovação tecnológica na área da virologia existem seis produtos registrados, sendo que somente em 2019 foram registrados quatro produtos, todos à base dos seguintes vírus patogênicos: Autographa californica multiple nucleopolyhedrovirus (AcMNPV) + Chrysodeixis includens nucleopolyhedrovirus (ChinNPV) + Helicoverpa armigera nucleopolyhedrovirus (HearNPV) + Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV) para o controle do complexo de lepidópteros C. includens, H. armigera, S. eridania e S. frugiperda

Ação na planta

Além dos produtos, atualmente as plantas de milho geneticamente modificadas expressam as proteínas inseticidas da bactéria B. thuringiensis, o Bt. Quando as lagartas se alimentam das folhas de milho, essas proteínas são ativadas e causam danos ao intestino do inseto, levando os mesmos à morte.

Apesar disso, a durabilidade dessas tecnologias Bt é grandemente ameaçada pela evolução da resistência desta praga-alvo, em que são relatados casos de resistência de cultivares de milho transgênico.

No controle de S. frugiperda, é importante a adoção de diferentes medidas como estas citadas no texto. Tais técnicas de manejo também possibilitam a manutenção de inimigos naturais no campo, que realizam o controle natural do inseto.

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