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Substratos – O começo do sucesso da silvicultura

Claudio Roberto Ribeiro

Consultor da RR Agroflorestal

Créditos Cláudio Ribeiro
Créditos Cláudio Ribeiro

O potencial produtivo dos viveiros florestais de eucalipto brasileiros está estimado em mais de 1,3 bilhão de mudas ao ano. A evolução desses viveiros resultou na transição de sistemas de produção de mudas no solo para sistemas suspensos utilizando tubetes e bandejas.

Nesse contexto, passou a tomar posição de destaque o substrato, que vem apresentando inovações tecnológicas e contribuindo para o aumento da eficiência e qualidade na produção de mudas. Inúmeras matérias-primas estão sendo desenvolvidas para compor misturas que atendam não só às necessidades técnicas, mas também econômicas (custo/benefício) e ambientais, visto que, na maioria das vezes, esses materiais são considerados resíduos.

A escolha do substrato a ser utilizado deve ser feita de forma planejada e antecipada, visando minimizar os problemas que normalmente fazem parte do dia a dia do viveiro florestal devido à sua dinamicidade.

Importância do substrato para a produção de mudas

O substrato possui uma grande importância no processo de produção de mudas, sobretudo nos viveiros mais tecnificados. Ele está intimamente relacionado com o padrão de qualidade final das mudas obtidas, associado ao manejo de fertilização adequado. Caso sua escolha seja errada, pode-se desencadear uma série de problemas e prejuízos na produção, muitas vezes irreversíveis.

No passado, boa parte dos viveiristas acreditava que seriapreciso adquirir um substrato contendo uma quantidade de fertilizantes comuns o suficiente para disponibilizar nutrientes para um longo período da produção das mudas. Essa adubação de base apresentava Condutividade Elétrica (CE) alta, em torno de 2,0 a 2,5 mS/cm;desse modo, não dependia de muitas intervenções com adubações de cobertura por meio da fertirrigação.

Entretanto, foram contabilizadas muitas perdas nos viveiros causadas pelo excesso de adubo nos substratos, sobretudo diante da evolução do processo de miniestaquia, comparado com a produção de mudas por sementesque, por sua vez, suporta maiores concentrações salinas nos substratos. Com as pesquisas mais recentes de novas matérias-primas inertes e a diminuição da adubação de base, em que osviveiristas passaram a trabalhar com uma CE em torno de 1,0 a 1,5 mS/cm, houve uma evolução significativa no aproveitamento final da produção de mudas.

De fato, com as inovações nas misturas das matérias-primas, obtendo produtos mais inertes e com porosidade total adequada em torno de 85 a 90% (balanço do espaço entre partículas ocupado por ar e água), viu-se que é possível produzir mudas em menor tempo e com altíssima qualidade desejada pela silvicultura.

Aliada a essas características, há uma adubação de base equilibrada com calcário, adubos fosfatados e de liberação lenta. Em seguida, complementa-se com a fertirrigação nas casas de vegetação eaclimatação, bem como nos pátios de crescimento e rustificação.

Substratos para florestas

Casca de pinus - Créditos Cláudio Ribeiro
Casca de pinus – Créditos Cláudio Ribeiro
 Fibra de coco - Créditos Cláudio Ribeiro
Fibra de coco – Créditos Cláudio Ribeiro
TurfaSfagnum - Créditos Cláudio Ribeiro
TurfaSfagnum – Créditos Cláudio Ribeiro

Comumente, o que se espera da parte radicular de uma muda destinada ao plantio é que ela apresente um torrão com substrato bem agregado, com raízes ativas e emissão de raízes novas. Isso demonstra que a muda foi produzida em um sistema bem monitorado de fertilização, considerando cada uma das relevantes etapas de todo o seu processo de produção.

É importante ressaltar que as raízes das mudas devem apresentar firmeza e coloração geralmente amarelada, indicando que foram submetidas ao processo de rustificação adequado. Porém, mudas com torrão extremamente enegrecido, poucas raízes ativas e emissão de raízes novas revelam um processo de rustificação muito intenso por tempo excessivo.

Na maioria das vezes, isso resulta em atraso no pegamento e/ou redução da sobrevivência em campo, acarretando em acréscimos nos custos de plantio devido à necessidade de replantio.

Substrato x enraizamento

Um substrato ideal para o desenvolvimento inicial das raízes não pode oferecer barreiras físicas e químicas. Na fase de enraizamento das miniestacas em casa de vegetação, torna-se indispensável um rígido controle da Umidade Relativa do Ar (URA) e da temperatura do ambiente. Isso porque existe a preocupação de se manter o substrato úmido, mas sem excessos que possam reduzir sua capacidade de aeração e impossibilitar a respiração dos tecidos radiculares, além de favorecer a ocorrência de patógenos.

Já nas fases a pleno Sol (pátios de crescimento e rustificação), os volumes de água aplicados aumentam devido às perdas por evapotranspiração, dependendo, porquanto, do seu potencial retentivo.

Do ponto de vista prático, este é o grande desafio de um bom substrato: possuir características que atendam adequadamente a situações de alta disponibilidade hídrica (casa de vegetação) e de baixa disponibilidade hídrica (pátios a pleno Sol).

A escolha do substrato a ser utilizado deve ser feita de forma planejada e antecipada - Crédito Cláudio Ribeiro
A escolha do substrato a ser utilizado deve ser feita de forma planejada e antecipada – Crédito Cláudio Ribeiro

Opções

No mercado, existem algumas formulações de substratos comerciais para mudas florestais já pesquisados e aprovados para atender a produções em grande escala. Sua composição deve ser uniforme e estar isenta de pragas, organismos patogênicos e sementes de plantas daninhas.

Substrato de qualidade - Crédito Cláudio Ribeiro
Substrato de qualidade – Crédito Cláudio Ribeiro

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro/dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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