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sexta-feira, dezembro 13, 2024
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Técnicas de aplicação de herbicidas em lavouras de café

As técnicas de aplicação de herbicidas em lavouras de café desempenham um papel crucial no controle eficaz de plantas daninhas, garantindo um ambiente saudável e produtivo para o cultivo.

Samuel Henrique Braga da Cunha
Doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
samuelhbraga@gmail.com

Túlio de Paula Pires
tuliopiresagro@gmail.com

Marcos Paulo Pacheco
mpaulo_pacheco@hotmail.com
Graduandos em Agronomia – UFLA

A aplicação de herbicidas nas lavouras de café deve ser preparada com a adição de água e outros produtos, como óleo mineral, quando recomendado. Essa forma de aplicação pode ser mecanizada ou manual.

A definição da forma de aplicação depende de fatores como o nível tecnológico do produtor e a declividade do terreno, sendo que o manejo mecanizado é feito com pulverizadores (possuem barras de pulverização, seja para área total da entrelinha, ou direcionado para a linha do café) acoplados aos tratores; e o manual, por meio de bombas costais ou elétricas.

Crédito: Luize Hess

Ressalta-se que, em ambas as situações, existem cuidados importantes a serem tomados. Os cafeeiros devem ser protegidos da calda de herbicida aplicada, por isso deve-se, usar uma proteção de abas sobre as pontas de aplicação, principalmente quando se trata de herbicidas não seletivos e de aplicação na linha do café, e preferencialmente o uso de pontas “anti-deriva” ou com deriva mínima.

Ainda com relação à técnica de aplicação, é importante avaliar a época de aplicação do herbicida, se vai ser utilizado pré-emergente ou pós-emergentes, o que implicará em alguns cuidados a serem tomados, seja na aplicação mecânica ou manual.

Cuidados na aplicação

Os herbicidas pré-emergentes apresentam efeitos residuais e são aplicados no solo limpo, antes das plantas daninhas emergirem, enquanto os pós-emergente atuarão sobre plantas daninhas emergidas e/ou estabelecidas na área por meio do contato, levando-as à morte em poucas horas ou dias, dependendo do estado fisiológico e crescimento da planta daninha e do herbicida usado.

Em qualquer caso de aplicação de herbicidas, devem ser tomados alguns cuidados, seja antes, durante ou depois da aplicação. Antes da aplicação, os cuidados são: seguir as recomendações do receituário agronômico e bula do produto, verificar o estado de funcionamento dos equipamentos, principalmente dos bicos, para garantir uma boa eficiência da aplicação, limpeza e calibração dos equipamentos e preparar calda o suficiente para aplicação, sem que haja sobras.

Durante a aplicação, é necessário o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), evitar presença de pessoas na área, evitar comer, beber ou fumar no ambiente de aplicação; ao abastecer evitar respingos e perda de produto, respeitar as condições de vento, umidade e pluviosidade informadas na bula; evitar a deriva por meio de ações já citadas, e utilizar espalhante adesivo, quando recomendado, além do acompanhamento de um técnico.

Após a aplicação, os cuidados são: não movimentar na área aplicada, manter o pulverizador utilizado com a finalidade exclusiva de aplicação de herbicidas, lavar materiais e roupas com água e sabão; não fazer essa lavagem em rios, lagos ou nascentes, e realizar o descarte correto das embalagens.

Contaminação do solo e da água

A contaminação do solo e água é evitada quando se usa o manejo integrado de plantas daninhas, uma vez que o uso de outros métodos de controle, que não sejam o químico, pode ser eficiente, desde que realizado de forma e no momento correto.

O uso de plantas de cobertura, ou mesmo braquiária, na entrelinha, é um exemplo clássico de sucesso no manejo de plantas daninhas, uma vez que suprime a presença de plantas daninhas na entrelinha.

O material vegetal oriundo do seu corte serve como barreira física à germinação de sementes na linha do cafeeiro. No entanto, é claro que somente esse método de controle não é capaz de fazer o manejo sozinho das plantas daninhas, sendo necessário o uso de herbicidas, no entanto, em doses e frequências menores.

Ainda assim, algumas ações podem ser tomadas para evitar tais problemas de contaminação, quando se faz necessário o uso dos herbicidas, como o ajuste de dose em função do tipo de solo, da espécie e do tamanho da planta daninha; tudo isso associado ao levantamento da infestação e da catação de possíveis plantas escapes.

Métodos alternativos

O manejo de plantas daninhas na cultura do café pode ser entendido como o conjunto dos métodos de controle, manual, mecânico químico e biológico, aplicados de forma correta e no período adequado, que possibilitam com racionalidade a redução da população infestante, sem prejuízos econômicos e ambientais.

Além do método de controle químico, os controles alternativos e eficientes são: manual, mecânico, biológico e integrado. O manual, empregado na cafeicultura, está relacionado à capina com enxada e roçar com foice.

A capina com enxada nas linhas dos cafeeiros é complementada por outros métodos nas entrelinhas. Embora eficiente, a capina manual tem baixo rendimento e custo oneroso, cuja mão de obra nem sempre se encontra em quantidade e no momento desejado.

 O emprego da capina manual é o método adequado para áreas com declividade superior a 25%, lavouras com espaçamentos adensados e cafezais em formação. Roçar com foice de corte baixo ou rasteiro reduz o porte das plantas daninhas nas entrelinhas dos cafeeiros.

Outra alternativa é usar a roçadora costal motorizada, acionada por motor à gasolina de dois tempos ou à bateria, com opções de diversas marcas e especificações, com vários tipos de lâminas de corte.

A capina mecânica pode ser com microtratores, tratores de bitolas estreitas e do tipo cafeeiro, que fazem o arrasto de implementos como cultivadora, roçadora, roça carpa e trincha, visto que forma cobertura morta, aumenta a matéria orgânica e nutriente na superfície do solo, além de contribuir para o controle da erosão nas entrelinhas, principalmente em terrenos com maior declividade.

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