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quarta-feira, abril 24, 2024
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Tomate em cultivo protegido

Autores

Denilze Santos Soares
denilzesoares@gmail.com
Natalia Nayale Freitas Barroso
nataliaff.agro@gmail.com
Thaís Vitória dos Santos
thaisvitoria104@gmail.com
Luana Keslley Nascimento Casais
luana.casais@gmail.com
Graduandas em Agronomia – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Luciana da Silva Borges
Doutra e professora – UFRA e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Horticultura da Amazônia (Hortizon) e Núcleo de Pesquisa em Agroecologia (NEA)
luciana.borges@ufra.edu.br
Crédito: Ana Maria Diniz

Dentre as diversas formas de se cultivar produtos hortícolas, destaca-se o cultivo protegido, o qual possibilita que se tenha a obtenção de ciclos maiores, principalmente por haver a proteção da incidência direta da chuva em épocas de grande precipitação pluviométrica. O cultivo em ambiente protegido pode ser realizado no solo ou em sistemas hidropônicos, com ou sem a utilização de substratos.

O uso de materiais e subprodutos locais provenientes de agroindústrias e serrarias pode ser uma alternativa econômica e viável para o produtor preparar e até produzir seu próprio substrato, seja na forma simples ou composta. A fibra de coco tem sido utilizada em várias regiões como substratos em áreas com cultivo protegido e apresenta características físicas muito favoráveis.

O carvão é um material que tem sido estudado como condicionador do solo e, embora quase não apresente nutrientes para disponibilizar às plantas, tem o potencial de aumentar a capacidade de troca catiônica (CTC) do solo e de melhorar a retenção de água. O esterco bovino é outro material muito utilizado na agricultura brasileira e apresenta a vantagem de disponibilizar macro e micronutrientes às plantas, e ainda melhorar a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo (Junior, 2012).

O tomate

O tomateiro é uma cultura exigente com relação aos nutrientes. Para que se faça o manejo correto é necessário fazer uma coleta de solo, para que assim seja realizada uma análise de solo, e após isso fazer a recomendação necessária para o melhor desenvolvimento da planta, visto que o manejo incorreto é um dos principais motivos de baixa produtividade em cultivo protegido.

Deve ser realizado o preparo de área com o revolvimento da terra em camadas de 25 a 30 cm, de acordo com os resultados da análise de solo, para fazer as correções mediante a necessidade, como a calagem, adubação orgânica ou mineral, dentre outras.

Indicações para estufas

A adubação em cultivos protegidos deve ser recomendada conforme os resultados da análise de solo, tipo de solo, o sistema que será utilizado para condução, método de irrigação, variedade escolhida, dentre outros fatores.

Dentre os diversos fertilizantes existentes, os mais usados e necessários para o cultivo do tomateiro são nitrogênio, fósforo e potássio, pois irão atuar diretamente no crescimento da planta, sendo estes essenciais desde os primeiros estádios vegetativos do tomateiro, onde a falta de algum pode acarretar o retardamento do crescimento da planta, ocasionando lesões  nas folhas e diminuindo a taxa fotossintética da planta.

Outro nutriente essencial é o cálcio, que irá atuar diretamente nos frutos. A deficiência deste provoca flacidez nos tecidos do fruto, que podem evoluir até para um apodrecimento. Além deste, também pode se observar a grande necessidade da planta por magnésio, enxofre, boro, molibdênio e zinco, sendo que na falta de um destes, os principais sintomas irão ocorrer nas folhas, o que, consequentemente, prejudicará o desenvolvimento da planta, o que resulta em queda de produtividade, pois a planta estará em déficit nutricional e não se desenvolverá satisfatoriamente.

Doses recomendadas

A adubação deve ser realizada de forma parcelada, para que se melhore a absorção dos nutrientes. Sendo assim, é recomendado fazer a adubação mineral em pré-plantio, com as seguintes dosagens: nitrogênio 60 – 80 kg.ha-1, fósforo 300 – 900 kg.ha-1, potássio 100 – 300 kg.ha-1, enxofre 20 – 40 kg.ha-1, boro 1,5 – 2,5 kg.ha-1, manganês 1,0 – 2,0 kg.ha-1, cobre 2,0 – 4,0 kg.ha-1, zinco 3,0 – 5,0 kg.ha-1, em que as dosagens podem ser aplicadas de oito a 15 dias antes do transplantio das mudas.

A adubação de cobertura pode ser parcelada de acordo com o ciclo da cultura, realizando uma aplicação a cada 10 dias, com N-P-K, nas dosagens de nitrogênio 200 – 400 kg.ha-1, fósforo 100 – 200 kg.ha-1 e potássio 200 – 400 kg.ha-1.

As adubações de correções, no decorrer do plantio, devem ser realizadas conforme a análise foliar e visual. Assim que se observar a carência de algum nutriente deve se comprovar o déficit e fazer a adubação corretiva necessária imediatamente, para que não comprometa o desenvolvimento do plantio.

Fique atento

O tomateiro é uma planta de clima moderado – sua faixa de temperatura varia de 16 a 29°C, sendo recomendadas as noturnas em média de 18°C, e as diurnas ao redor de 25°C. A umidade deve ser mantida entre 50 a 70%. No cultivo protegido este é um fator que deve ser controlado, para que se mantenha a temperatura e a umidade próxima das condições ideais para um bom desenvolvimento da planta, visto que umidades muito elevadas podem favorecer o aparecimento de doenças.

O plantio deve ser realizado preferencialmente em épocas de pouca precipitação pluvial e baixa umidade relativa do ar. Outro fator que deve se considerar é a época de melhores preços da cultura, para que assim a colheita coincida com as cotações mais elevadas do produto e se tenha uma menor oferta, para que os lucros sejam maiores.

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