27.5 C
Uberlândia
quarta-feira, novembro 8, 2023
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiTratamento inovador elimina uso de agroquímicos em frutas

Tratamento inovador elimina uso de agroquímicos em frutas

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Frutas frescas, livres de resíduos de contaminantes agroquímicos e com maior prazo de validade e comercialização. É o que promove uma nova tecnologia de tratamento pós-colheita desenvolvida pela Embrapa. Trata-se de uma combinação nos processos que permite o uso de água quente aspergida em temperaturas mais elevadas que as atuais, seguido do resfriamento em jatos de água fria ozonizada para interromper o processo térmico.

As frutas também passam por exposição ultravioleta (UV-C) em doses controladas para cada espécie, variedade frutícola, contaminação, e pelo uso de leveduras específicas e extratos vegetais naturais, com efeito residual, para proteção contra a podridão durante armazenagem prolongada. A combinação dos processos ocorre na esteira e garante o eficiente controle de fungos e patógenos que atacam frutas e causam seu apodrecimento.

O novo modelo é considerado opção viável economicamente e segura tecnologicamente para promover a transição de controle da podridão e de microrganismos nocivos à saúde humana, procedimento realizado atualmente à base de fungicidas e agroquímicos, para um sistema que não deixa resíduos nas frutas tratadas.

O pesquisador Daniel Terao, da Embrapa Meio Ambiente (SP), explica que, comparativamente ao processo de tratamento de frutas em curso, pautado principalmente no uso maciço de fungicidas, o novo sistema é biologicamente mais eficiente e seguro.

Verificam-se vantagens consideráveis também no plano qualitativo, por se obter frutas íntegras, sem resíduos químicos, mantendo as melhores características de cor, aroma e sabor.

Sanidade diferenciada

No processo atual, na maioria das vezes, a água quente de tratamento (por imersão) é usada para tratar toda a colheita do dia, acumula resíduos, esporos de fungos e sujidades. A imersão da fruta a 52ºC, usando a mesma água ao longo do dia, não tem resultado em controle eficiente das doenças pós-colheita de frutas.

No novo modelo, o sistema de imersão das frutas é substituído por jatos de água limpa, reciclada por filtragem. Outra vantagem da aspersão é a possibilidade de se tratar as frutas com temperaturas mais altas, entre 60°C e 70°C, por período curto de tempo, para cada espécie e variedade de fruta, de modo a não alterar suas características, eliminando esporos de fungos.

Os meios físicos, de temperatura e de radiação UV-C, com doses controladas, possuem capacidade de intervir decisivamente no desenvolvimento de fungos causadores de doenças de pós-colheita.

Capaz de atuação direta sobre fitopatógenos ou mesmo na forma de ação indireta, o novo modelo atua sobre a fisiologia da fruta, enquanto retarda os processos bioquímicos de amadurecimento, o que proporciona um aumento significativo na vida útil de comercialização.

A combinação do uso de leveduras biocontroladoras e de extratos vegetais demonstrou, em testes, controle fitossanitário amplamente satisfatório, o que confirma a tecnologia desenvolvida como alternativa viável aos fungicidas no controle de doenças de pós-colheita de frutas. A tecnologia gerada nas pesquisas traz benefícios diretos aos produtores, exportadores e para todas as atividades ligadas à cadeia de frutas e aos consumidores em geral.

“Obtivemos resultados bastante expressivos com o uso dessa tecnologia, no controle das podridões em diversas frutas, causada por diferentes fungos, nas diversas regiões produtoras, o que nos possibilita sugerir um novo modelo tecnologicamente limpo de tratamento pós-colheita de frutas, excluindo os resíduos tóxicos e os impactos negativos causados pelos fungicidas”, explica o pesquisador.

Essa matéria você encontra na edição de junho da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua.

 

ARTIGOS RELACIONADOS

Minas Gerais recebe técnicos do Rally da Safra 2018 para avaliação das lavouras de soja

Evento técnico em Uberlândia e visita ao Terminal Integrador de Uberaba, pertencente à VLI, reunirão produtores e profissionais do agronegócio A Equipe 6 do...

Manutenção em colheita florestal

Como principal vantagem, o cliente Full Service mantém o foco no seu negócio ...

Experiência sul-africana na produção de milho sob restrições climáticas

André Aguirre Ramos Engenheiro agrônomo e mestre em Agronomia andre.aguirreramos@gmail.com Desde 2012, o Brasil se tornou um país produtor de milho de segunda safra, também chamada safrinha....

Trichoderma no controle de fungos de solo na tomaticultura

Carlos Antonio dos Santos Engenheiro agrônomo e mestrando em Fitotecnia na UFRRJ carlosantoniods@ufrrj.br Margarida Goréte Ferreira do Carmo Engenheira Agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora na UFRRJ gorete@ufrrj.br   As doenças...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!