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Três Lagoas é oficialmente a capital mundial da celulose

 

De capital brasileira do gado, a cidade de Três Lagoas (MS) se transformou, recentemente, na metrópole global da celulose. Com os novos projetos da Fibria, InternationalPaper, Eldorado Brasil, entre outras, o município vai produzir mais de 4,3 milhões de toneladas de celulose por ano, o que gerou investimentos na ordem de R$ 15 bilhões. É a maior produção individual de uma cidade no mundo

Três Lagoas é a capital da celulose - Crédito Shutterstock
Três Lagoas é a capital da celulose – Crédito Shutterstock

Três Lagoas, no interior do Mato Grosso do Sul, é o maior polo de desenvolvimento florestal do País, na atualidade, e se mostra muito maior que a crise. Atualmente, são 800 mil hectares de florestas plantadas em um ritmo de plantio anual que posiciona o Estado como líder na expansão florestal no Brasil. Três Lagoas lidera essa expansão na chamada Costa Leste, que reúne doze municípios ‘florestais’ da região.

Três Lagoas, também conhecida como “Cidade das Águas“, passa a ter oficialmente o cognome de “Capital Mundial da Celulose“, conforme consta em publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul. Essa nova denominação originou-se de Projeto de Lei, apresentado à Assembleia Legislativa daquele Estado e aprovado por unanimidade.

A denominação retrata a nova realidade econômica e social que a cidade e a população estão vivendo. A justificativa apresentada pelo deputado Eduardo Rocha, na propositura da Lei, é que a instalação da Fibria e da Eldorado Brasil trouxe a Três Lagoas a maior produção de celulose em um só município, o que, por si só, justifica o novo título de a Capital Mundial da Celulose.

Marco Garcia de Souza, zootecnista e atual presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas - Crédito Arquivo pessoal
Marco Garcia de Souza, zootecnista e atual presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas – Crédito Arquivo pessoal

Crescimento constante

Desde 2014, com a duplicação industrial da Fibria e com as metas anunciadas da Eldorado Brasil, passaram a ser produzidas anualmente em Três Lagoas mais de 4,3 milhões de toneladas de celulose.

Marco Garcia de Souza, zootecnista e atual presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, conta que a cidade passou por grandes e recentes transformações. “A cidade não tinha infraestrutura para receber tamanho investimento, o que gerou um grande crescimento populacional, e também desafios para a administração pública, bem como um universo de oportunidades de trabalho e para empreendedores“, ressalta.

Marco Garcia lembra que os plantios florestais se intensificaram a partir de 2005, quando foi batido o martelo da construção da fábrica da VCP (Votorantim Celulose e Papel), baseado em um projeto antigo da IP (InternationalPaper), que desde a década de 80 começou a desenvolver variedades de eucalipto clonais, adaptados à região e com alta produtividade.

A produção de florestas da região conta com alta tecnologia - Crédito Ana Maria Diniz
A produção de florestas da região conta com alta tecnologia – Crédito Ana Maria Diniz

Sendo um dos melhores locais estudados no Brasil, em disponibilidade de terras, condições climáticas e logística, Três Lagoas foi escolhida a sede deste projeto, que a VCP comprou da IP e juntas resolveram criar um polo industrial, em que a VCP iria produzir a celulose e a IP iria produzir papel com essa celulose. “Uma fábrica ao lado da outra. Assim foi feito, só que durante a construção houve a fusão da VCP com a Aracruz, que originou a Fibria, que começou a funcionar em 2009“, detalha o presidente do Sindicato Rural.

Vendo o sucesso deste empreendimento, um grande investidor de Andradina (cidade ao lado de Três Lagoas) foi atrás de parceiros para construir outra fábrica de celulose. E, juntamente com o Grupo JBS, FunPetros e Funcef, iniciaram a construção da Eldorado Brasil, que foi inaugurada em 2012.

A Fibria, que hoje produz 1,3 milhão de toneladas de celulose, e a Eldorado 1,7 milhão, têm projetos para ampliação pela frente. Mas, além desses projetos florestais, Três Lagoas está recebendo a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina.

“Temos uma Siderurgia também do Grupo Votorantim, com produção de vergalhões para construção civil. São mais de 30 indústrias no nosso distrito industrial, que vão desde produção de refrigeradores (Metalfrio), perfilados metálicos, cabos e filamentos, alimentação (Mabel), calçadista e um dos maiores polos têxteis do Brasil“, informa Marco Garcia.

Essa realidade econômica vem gerando aumento da diversidade de oportunidades empreendedoras, emprego e renda, que se revertem na visível melhoria da qualidade de vida das famílias que trabalham e residem em Três Lagoas.

“A Lei que deu a Três Lagoas o novo título de a Capital Mundial da Celulose é oportuna e enaltece acidade, porque junto com a produção de celulose e aumento do plantio de florestas renováveis, surgem também, ao lado das que já estão instaladas e produzindo, atrativos e oportunidades de novas indústrias e novos e diversificados empreendimentos que já estão tornando Três Lagoas o Município que mais oferece empregos e que mais cresce no estado de Mato Grosso do Sul“, destaca Eduardo Rocha.

A cidade tem atraído investimentos para o setor devido à  qualidade do solo e clima propício à atividade - Crédito Abraf
A cidade tem atraído investimentos para o setor devido à qualidade do solo e clima propício à atividade – Crédito Abraf

Projeção

O cognome, agora oficial, de “a Capital Mundial da Celulose“ vem juntar-se a Três Lagoas, também chamada de “Cidade das Águas“ para merecida e justificada projeção na região, no Estado de Mato Grosso do Sul, até em todo o Brasil e no mundo, já que a maioria do que é produzido lá, notadamente a celulose, é exportada para importantes países, em evidência e destaque internacionais.

Três Lagoas já possui o segundo maior PIB (Produto Interno Bruto) industrial do Estado. Em oito anos foram em torno de R$ 15 bilhões de investimentos. A chegada das indústrias proporcionou pelo menos 15 mil empregos diretos, sem contar os indiretos e o surgimento de novos empreendimentos paralelos às grandes e médias indústrias.

Essa é parte da matéria de capa da edição de abril/maio da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura completa.

 

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