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Vantagens do fertilizante de liberação lenta para a batata

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma, doutora e PhD em Agronomia – Universidade Federal de Sergipe (UFS)

robertacamargoss@gmail.com

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

ferbacilieri@zipmail.com.br

José Magno Queiroz Luz

Doutor e professor – UFU

jmagno@ufu.br

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

A batata (Solanum tuberosum) é uma das culturas alimentícias mais responsivas à adição de fertilizantes. O manejo racional da adubação considera a análise química e física do solo, as exigências das cultivares quanto aos nutrientes, às condições climáticas da região de cultivo e à época de plantio.

O momento adequado para realização das práticas culturais também é um fator a ser considerado, sendo fundamental para obtenção de produtividades satisfatórias, pois se os nutrientes não estão disponíveis às plantas a deficiência comprometerá a lavoura e a garantia de sustentabilidade da produção, uma vez que nutrientes não absorvidos pelas plantas apresentam risco de poluição ambiental.

Fases

Os fertilizantes de liberação lenta aumentam a eficiência no uso dos nutrientes
Os fertilizantes de liberação lenta aumentam a eficiência no uso dos nutrientes

No início do desenvolvimento, as plantas pequenas, com sistema radicular ainda em formação, requerem pouca quantidade de nutrientes, comparado às fases subsequentes de desenvolvimento pleno e formação dos tubérculos.

Dessa forma, o fornecimento de grande parte dos nutrientes no plantio pode favorecer as perdas de nitrogênio, especialmente por lixiviação, devido à elevada mobilidade deste nutriente e, no caso do potássio, o elevado efeito salino pode promover desidratação dos tubérculos (efeito osmótico), com redução de vigor até a morte das brotações e tubérculo-semente.Em última instância, pode promover falhas no plantio.

Para evitar tais problemas, recomenda-se o parcelamento da adubação em plantio e cobertura, realizada geralmente junto ao trato cultural da amontoa. A proporção de nutrientes entre as práticas varia conforme o manejo de cada produtor. No entanto, a maioria aplica todo o fósforo no plantio e cerca de 60 a 70% do nitrogênio e potássio em cobertura. Outros aplicam parte do nitrogênio via fertirrigação, via pivô.

Sistema integrado

Foto 03 -  Sem legenda

A batata é uma cultura que se destaca pela produção em sistema integrado de cultivo, o qual exige a adoção de boas práticas agrícolas. Nesse sentido, o uso eficiente de água e nutrientes, bem como alternativas que proporcionem uso racional de insumos renováveis e não renováveis, são fundamentais dentro da agricultura sustentável.

Para reduzir a utilização indiscriminada de fertilizantes em cultivos de batata, está disponível o uso de fertilizante com tecnologias de liberação lenta ou controlada. Essas alternativas são valiosas, pois a liberação dos nutrientes durante todo o ciclo da cultura possibilita aplicar toda a dose de fertilizantes em uma única atividade (plantio), eliminando a aplicação de fertilizantes em cobertura, o que traz substancial eficiência operacional.

Ademais, os potenciais da atividade expandem e englobam a eficiência agrícola econômica e ambiental.

Adubação inteligente

Os fertilizantes classificados como de liberação lenta são aqueles desenvolvidos para aumentar a eficiência no uso dos nutrientes. A liberação lenta dos fertilizantes é devido ao revestimento das partículas ou grânulos com polímeros, películas ou resinas que se desintegram com maior ou menor facilidade, de acordo com as propriedades dos constituintes do revestimento.

Os componentes que formam o polímero são os mais diversos, podendo ser compostos inorgânicos ou orgânicos. Alguns possuem em sua constituição elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas, como o enxofre (S), sendo preferível pela ação adicional. Isso é especialmente relevante em casos de fertilidade dos solos brasileiros, os quais pesquisas recentes vêm comprovando a deficiência de S no solo.

A deficiência do S nos solos relaciona-se ao uso de fertilizantes com formulações concentradas, em que o macroelemento secundário em questão não está presente. A alternativa do S em fertilizantes encapsulados é favorável ao se considerar a lei do mínimo de Liebig, onde o elemento ou fator que limita o potencial produtivo da atividade agrícola é o que está em menor quantidade. Em consequência, a planta, na sua escassez, não consegue se desenvolver, ainda que todos os outros nutrientes e fatores sejam fornecidos em teores ótimos.

Liberação

A ação de liberação dos nutrientes depende do grau de impermeabilização dos grânulos, sendo que aqueles com camadas frágeis, com ranhuras, rachaduras e poros mais largos liberam os nutrientes com uma maior velocidade.

Primeiramente, os revestimentos eram formados à base de petróleo. Porém, pesquisas avançadas e recentes têm demonstrado alternativas mais atrativas em termos econômicos e ambientais, inclusive utilizando subprodutos.

Tais revestimentos foram denominados de biopolímeros renováveis, e são formados a partir de lignina, celulose e amido. Os biopolímeros possuem hidrofobicidade controlável e são biodegradáveis no solo, o que os torna ecológicos e potenciais.

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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