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Vespa-da-madeira alastra sobre florestas de pinus

Vespa-da-madeira alastra sobre florestas de pinus

Susete do Rocio Chiarello Penteado

Bióloga, Entomologista e pesquisadora Embrapa Florestas

susete.penteado@embrapa.br

Edson Tadeu Iede

Biólogo, Entomologista e chefe geral da Embrapa Florestas

 

Fêmea (esquerda) e macho (direita) da vespa-da-madeira - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Fêmea (esquerda) e macho (direita) da vespa-da-madeira – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Fêmea (direita) e macho (esquerda) do parasitoide I. leucospoides - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Fêmea (direita) e macho (esquerda) do parasitoide I. leucospoides – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Larva da vespa-da-madeira - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Larva da vespa-da-madeira – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Árvore atacada com a copa amarelada - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Árvore atacada com a copa amarelada – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Dose do nematoide e preparo do inóculo com gelatina - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Dose do nematoide e preparo do inóculo com gelatina – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Orifícios de emergência de adultos da vespa-da-madeira - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Orifícios de emergência de adultos da vespa-da-madeira – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Respingos de resina no tronco - - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Respingos de resina no tronco – – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Martelo de inoculação do nematoide - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Martelo de inoculação do nematoide – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Aplicação do nematoide na árvore - Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado
Aplicação do nematoide na árvore – Crédito Susete do Rocio Chiarello Penteado

Uma das principais pragas presentes nos plantios florestais de pinus, atualmente, é a vespa-da-madeira. No Brasil a praga está presente em aproximadamente um milhão de hectares de pinus, em diferentes níveis de ataque.

Os danos provocados pela vespa-da-madeira em plantios de pinus, no Brasil, são severos, podendo provocar um prejuízo estimado em até U$ 53 milhões anuais, considerando também os custos da colheita e de U$ 25 milhões anuais, quando considerada a madeira em pé.

Entretanto, pela correta utilização das medidas de prevenção e controle existentes, é possível reduzir essas perdas em pelo menos 70% e manter a praga sob controle.

Regiões afetadas

O primeiro registro de vespa-da-galha, no Brasil, ocorreu em fevereiro de 1988, nos municípios de Gramado, Canela e São Francisco de Paula (RS). Posteriormente, ela foi registrada em Santa Catarina (1989), Paraná (1994), São Paulo (2004) e Minas Gerais (2005).

A vespa-da-madeira é atraída, preferencialmente, por árvores estressadas, ou seja, aquelas que apresentam menor diâmetro e encontram-se suprimidas por outras de maior tamanho, ou que tenham sofrido algum tipo de injúria, por fatores bióticos ou abióticos, embora árvores dominantes também possam ser atacadas.

Durante a postura, além dos ovos, a fêmea introduz na árvore os esporos de um fungo simbionte, Amylostereum areolatum (que servirá de alimento às larvas) e uma mucosecreção. O fungo e o muco, juntos, são tóxicos à planta, levando-a à morte. Muitas das árvores atacadas podem apresentar clorose das acículas em torno de 10 a 14 dias após o ataque, sendo que o progresso desta clorose depende da intensidade do ataque e da suscetibilidade da árvore hospedeira.

Como detectar sua presença

As árvores atacadas pela vespa-da-madeira apresentam, geralmente, os seguintes sintomas:

ü Respingos de resina no tronco: surgem das perfurações feitas pelas fêmeas para depositar seus ovos; em alguns casos, como em P. elliottii, pode ocorrer o escorrimento de resina;

ü Amarelecimento da copa: após o ataque, as árvores começam a apresentar uma modificação na coloração das acículas, variando desde um tom amarelado, em um estágio inicial, passando pelo marrom-avermelhado, seca, até a queda das acículas;

ü Orifícios de emergência: os adultos emergem da madeira através de orifícios circulares facilmente visíveis na casca da árvore;

ü Manchas azuladas: a madeira atacada é colonizada também por um fungo secundário do gênero Botryodiplodia, que causa o seu azulamento. Estas manchas são visíveis em forma radial, em um corte transversal do tronco;

ü Galerias no interior da madeira: as galerias são construídas pelas larvas durante a sua alimentação.

Manejo

A prevenção do ataque da vespa-da-madeira pode ser obtida pela vigilância florestal e pela adequação de tratos silviculturais, recomendando-se:

– Realizar os desbastes nas épocas adequadas para evitar o surgimento de plantas estressadas e também desbastes seletivos, retirando-se árvores mortas, dominadas, bifurcadas, doentes e danificadas, as quais são atrativas ao inseto;

– Intensificar o manejo em sítios ruins, com solos rasos e pedregosos;

– Retirar restos de poda e desbaste, principalmente aqueles com diâmetro superior a cinco centímetros, pois estes apresentam condições para o desenvolvimento da praga;

– Evitar realizar operações de poda e desbaste dois meses antes e durante o período de revoada dos adultos, o que ocorre, geralmente, da segunda quinzena de outubro à primeira quinzena de janeiro, ou então realizá-las em áreas com menor risco de ataque, pois estas atividades atrairão a praga para estas áreas;

– Utilizar medidas de prevenção, detecção e controle de incêndios florestais;

– Treinar empregados rurais, de serrarias e de transporte de madeira para identificação da praga;

– Instalar grupos de árvores-armadilha próximos às regiões com a presença da praga. Árvores-armadilha são plantas que são estressadas artificialmente pela utilização de um herbicida, o que as tornam atrativas à vespa-da-madeira.

São utilizados grupos de cinco árvores e essa técnica é eficiente para a detecção precoce da praga e para o monitoramento de sua dispersão. A detecção precoce da vespa-da-madeira permite a liberação de inimigos naturais antes que a população provoque um nível de mortalidade de árvores superior a 1%.

 

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