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A nova geração dos biológicos e os resultados no campo

Bernardo Albuquerque Regina de Mattos Vieira
Gerente de Produtos Biológicos – ICL

Existem diversas maneiras de inovar em inoculantes e ativadores. Atualmente, se falam em até seis gerações de produtos, que vão desde o uso de microrganismos isolados, considerados de 1ª geração, passam por misturas de organismos, metabólitos, proteínas, CRISPR até RNAi.

Dentro dessas novas gerações, a ICL já trabalha em diversas frentes em produtos de 2ª, 3ª até 6ª geração por meio de sua equipe de P&D, startups e parcerias estratégicas. Porém, mesmo na primeira geração de produtos, ainda há muito espaço para inovação, quando olhamos para microrganismos mais eficientes, melhores formulações, novas modalidades de aplicação, frentes que também estamos bastante avançados e com perspectivas de trazer novidades em breve.

Inovações

Recentemente, nossa equipe de inovação realizou estudo para determinar a marcha de absorção dos novos materiais genéticos de soja que possuem teto produtivo muito superior aos materiais de 10 anos atrás.

Observamos que a demanda por nutrientes, em especial o nitrogênio, é quase três vezes superior ao que se esperava. Contudo, mesmo com um aumento significativo na demanda deste nutriente, ainda assim não precisamos adicionar nem 1,0 kg de fertilizantes nitrogenados, pois é fornecido via FBN.

O que observamos é que os benefícios diretos desses produtos inoculantes e ativadores são muitas vezes subestimados por outros fatores, como ambientais, manejo inadequado, entre outros. De fato, ainda estamos aprendendo e nos surpreendendo com tudo que esses microrganismos podem nos trazer de benefícios.

Resultados em fitossanidade

Trabalhando com os bioinsumos, temos observado melhor performance das plantas, mesmo em condições de estresse biótico e abiótico. De maneira geral, os microrganismos precisam da planta para prosperar, pois irão se alimentar dos exudatos radiculares, ou mesmo realizar simbiose com esta.

Então, quanto mais saudável e vigorosa estiver a planta, melhor será para esses microrganismos. Por isso, eles são excelentes em promover crescimento de raiz, amenizar estresse oxidativo, aumentar a eficiência do uso de nutrientes e águas, entre diversos outros modos de ação que atuam direta ou indiretamente nos estresses bióticos e abióticos.

Pilares

Recentemente, a ICL apresentou sua nova proposta de valor para o mercado, se baseando em três pilares: Inovação, por meio da biomimética (aprender com a natureza); Cuidado, por meio da nutrologia vegetal (nutrição personalizada e assertiva para o máximo da performance vegetal); Liderança, evoluindo junto (com parceiros e clientes).

Dentro da proposta, o conceito de nutrologia vegetal está totalmente alinhado com a forma que esses produtos atuam sobre as plantas, pois há uma harmonia tão grande entre eles. Como a planta é a base para sustentar o crescimento e sucesso dos microrganismos, então nada mais sábio do que garantir que a planta estará o mais saudável e fisiologicamente ativa possível.

A melhor maneira de fazerem isso é atuando diretamente sobre o estresse oxidativo e promovendo crescimento radicular, que vai garantir maior absorção de águas e nutrientes.

Bernardo Albuquerque Regina de Mattos Vieira

Os microrganismos benéficos são verdadeiros nutrólogos de plantas, pois querem sempre que estas prosperem com a máxima performance.

Desafios

O produtor brasileiro é o que mais adota produtos biológicos no mundo! Hoje o Brasil é referência na adoção e uso desses produtos. Somente para inoculantes à base de Bradyrhizobium sp. mais de 85% de toda a área plantada com soja já usam esses produtos, porém ainda há muita margem para crescimento e aprimoramento.

Quando olhamos para a adoção da coinoculação entre Bradyrhizobium sp e Azospirillum brasilense não chega a 40% da área. Quando vemos coinoculação com outros microrganismos, como Pseudomonas sp., por exemplo, esses números são ainda menores.

O maior desafio para aumentarmos ainda a adoção e a percepção do agricultor dos benefícios dessas ferramentas é a comunicação. Mesmo para tecnologia já estabelecida como Bradyrhizobium, ainda há muito desconhecimento e desinformação que leva ao uso inadequado ou à impossibilidade de ver os benefícios por desconhecer como os microrganismos atuam.

Por isso o papel das indústrias é de capacitar seus funcionários e corpo técnico para que eles possam levar informações de qualidade e relevantes para os agricultores. Pensando nisso, a ICL firmou parceria com a Sollo Agro para capacitar todo seu time de campo. Foram 12 semanas de aulas com os principais pesquisadores do Brasil abordando temas ligados à microbiologia do solo, inoculantes e seus usos.

Impacto econômico

Quando pensamos no impacto econômico direto que o uso de inoculantes traz para a agricultura brasileira, entramos diretamente na economia que o uso de Bradyrhizobium sp. traz. Conforme falamos anteriormente, as cultivares mais modernas de soja demandam três vezes mais nitrogênio que as cultivares mais antigas.

Se fôssemos suprir essa demanda com fertilizante nitrogenado convencional, como ureia, teríamos que importar aproximadamente 860 navios deste fertilizante todo ano. O fato de não precisarmos desse volume representa uma economia que ultrapassa os R$ 100 bilhões/ano.

Levando em consideração somente essa conta simples, seria impossível o Brasil ser líder mundial em produção e exportação de soja que hoje somos.

Quando olhamos para o mercado dos solubilizadores ou mobilizadores de nutrientes, como a Pseudomonas fluorescens, por exemplo, seu potencial é ainda maior. Em levantamento realizado esse ano pela Associação Nacional das Empresas Produtoras e Importadoras de Inoculantes (ANPII), espera-se que este mercado supere o de inoculantes tradicionais (Bradyrhizobium sp. e Azospirillum brasilense) até 2028.

Como temos visto que esse tipo de produto traz um aumento significativo na eficiência do uso dos nutrientes, teremos impactos diretos também no melhor aproveitamento dos fertilizantes, trazendo maior rentabilidade para o agricultor.

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