No dia 12 de outubro é celebrado o Dia do Engenheiro Agrônomo. A profissão, essencial para a agricultura e o cultivo de alimentos, tem passado por reinvenções para evitar os efeitos das mudanças climáticas e criar novas alternativas tecnológicas para aumentar a produtividade de modo sustentável. Esse é o caso de Thiago Rodrigues Silveira (26), que atua como agrônomo na Verdureira Agroindústria.
Quando entrou na empresa, em 2022, a ideia era contribuir no cultivo protegido hidropônico de hortaliças em uma das fazendas da Verdureira, localizada em São Roque (SP). Aos poucos, foi envolvido em um projeto irreverente e inovador: os sócios da marca queriam apostar em uma técnica, ainda não utilizada no Brasil, a DWC (Deep Water Culture), mais conhecida como “floating”, tipo de hidroponia onde as hortaliças são cultivadas em piscinas.
O profissional conta que viveu na prática como funciona a inovação, foram muitos testes, pesquisas e estudos em conjunto para que o desejo de utilizar o floating na Verdureira se tornasse realidade. “A implementação do floating foi um verdadeiro desafio. Desenvolver um sistema praticamente do zero, sem contar com referências que já atuassem com esse sistema não foi nada fácil, mas foi e ainda é muito engrandecedor. Olhar para trás e ver o tanto que evoluímos no manejo desse sistema, ter a certeza de que estamos no caminho certo e a clareza de onde devemos seguir, é a confirmação de que estamos fazendo um bom trabalho”, acrescenta Silveira.
E de fato valeu a pena, a Verdureira se tornou a primeira empresa no Brasil a utilizar a técnica em grande escala e hoje atua com 16 piscinas em plena capacidade para o cultivo de hortaliças. A técnica, além de produzir 12,5 vezes mais do que no solo, economiza mais de 90% de água, quando comparada ao cultivo tradicional, e permite que as folhosas fiquem maiores e mais resistentes, com 15% a mais de rendimento em peso. A expectativa inicial de produção mensal de 39 toneladas, em 16 piscinas, foi superada. Hoje a Verdureira produz 45,7 toneladas de hortaliças por mês por meio do método.
Curiosamente, trabalhar no campo, não estava nos planos de Thiago. Teve seu primeiro contato com o universo da agronomia ao visitar a Universidade Federal de São Carlos, no Campus de Ciências Agrárias. “Eu estava acompanhando minha prima que na época cursava agronomia. Assisti algumas aulas e me apaixonei pelo curso. No ano seguinte, iniciei minha graduação no curso de agronomia e nunca me arrependi dessa decisão”, relembra o profissional.
Ele compartilha que, no dia a dia da profissão, o que mais aprecia é acompanhar a produção, ver o reflexo do trabalho e de suas ações na produção. “Produzir alimentos não é fácil. Demanda muito esforço, dedicação, compromisso e constância. Mas colher, literalmente, o resultado de seu esforço é a maior recompensa”, completa.