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Controle fitossanitário na produção de mudas de folhosas

Um controle fitossanitário eficaz resulta em mudas mais robustas e com maior potencial produtivo.

Foto: Micromix

Daniele Maria do Nascimento
daniele.nascimento@unesp.br
Marcos Roberto Ribeiro Junior
marcos.ribeiro@unesp.br
Engenheiros agrônomos e doutores em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP
Adriana Zanin Kronka
Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Fitopatologia e professora – UNESP
adriana.kronka@unesp.br

A produção de mudas de folhosas é uma etapa crítica para o sucesso de qualquer cultivo, pois é nesse estágio que se define o potencial de desenvolvimento e a resistência das plantas a adversidades.

A atenção minuciosa ao controle fitossanitário é, portanto, indispensável para garantir mudas saudáveis e vigorosas, capazes de suportar as condições de campo e entregar altos níveis de produtividade.

Nesse sentido, a saúde das plantas começa desde o início do ciclo de cultivo, com a escolha criteriosa de sementes, o manejo adequado do substrato e o estabelecimento de um ambiente de cultivo livre de patógenos.

Prevenir é sempre melhor

A prevenção de pragas e doenças durante a produção de mudas é essencial, uma vez que esses agentes fitopatogênicos, se não controlados, podem se instalar de forma silenciosa nas plantas jovens, comprometendo seu crescimento e reduzindo significativamente sua capacidade de desenvolvimento, quando transplantadas para o campo.

Além disso, plantas que sofrem ataques precoces tendem a ter uma recuperação mais lenta, ficando mais suscetíveis a novas infecções e diminuindo a uniformidade e a qualidade final da produção.

Por isso, o controle fitossanitário bem executado não apenas protege as mudas, mas também garante que elas expressem todo o seu potencial genético, resultando em culturas mais homogêneas e produtivas.

Investir na sanidade das mudas é, na verdade, investir no sucesso do cultivo como um todo, assegurando que os esforços feitos durante a fase de produção sejam recompensados com plantas vigorosas, menos dependentes de intervenções químicas no campo e mais resilientes a condições adversas.

Principais desafios no controle fitossanitário

Durante a produção de mudas de folhosas, diversos desafios fitossanitários podem surgir, como a presença de fungos, bactérias, vírus e insetos que atacam as plantas ainda jovens e frágeis.

Esses problemas podem ser agravados por condições ambientais desfavoráveis, como alta umidade e temperaturas extremas, que favorecem o desenvolvimento de patógenos.

O combate a esses desafios exige uma abordagem integrada, que combina boas práticas agrícolas com a utilização de produtos fitossanitários de forma criteriosa e responsável.

A seleção de sementes de alta qualidade

A base de um bom controle fitossanitário está na seleção de sementes de alta qualidade. Sementes bem selecionadas e certificadas têm menos probabilidade de transportar patógenos que podem infectar as mudas logo após a germinação.

Além disso, sementes de alta qualidade geralmente apresentam maior vigor, o que ajuda as plantas a resistirem melhor a ataques de pragas e doenças durante as fases iniciais de crescimento.

Importância do uso de substratos esterilizados

O substrato é o meio de crescimento para as mudas, e sua qualidade é crucial para evitar a introdução de patógenos. O uso de substratos esterilizados é uma prática recomendada para eliminar a presença de organismos nocivos que possam estar presentes na matéria orgânica, como fungos, nematoides e bactérias.

A esterilização pode ser feita por meio de calor, vapor ou produtos químicos, garantindo que as mudas cresçam em um ambiente livre de contaminações.

Controle fitossanitário com biológicos e químicos

Na produção de mudas, a escolha entre produtos biológicos e químicos deve ser feita com base na especificidade do problema fitossanitário e no estágio de desenvolvimento das plantas.

Produtos biológicos, como agentes de biocontrole (fungos e bactérias benéficas), são ideais para um manejo mais sustentável, enquanto produtos químicos podem ser necessários em situações em que há uma pressão maior de pragas ou doenças.

A seleção adequada do produto depende de uma análise criteriosa, que inclui a identificação correta do patógeno, a avaliação do ciclo de vida da praga ou doença e o entendimento das condições ambientais que possam favorecer o desenvolvimento do problema.

Monitoramento constante das condições ambientais

Um dos aspectos mais importantes do controle fitossanitário é o monitoramento constante das condições ambientais, como temperatura, umidade e ventilação. Esses fatores influenciam diretamente o desenvolvimento de pragas e doenças, e o seu controle adequado pode prevenir surtos fitossanitários.

Ferramentas tecnológicas, como sensores de ambiente, podem auxiliar no monitoramento e na tomada de decisões mais precisas.

Aplicação segura e eficaz de produtos fitossanitários

A aplicação de produtos fitossanitários deve ser feita seguindo as recomendações técnicas, respeitando as dosagens, os intervalos de aplicação e as condições de segurança. É essencial utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e garantir que a aplicação seja feita de maneira uniforme, evitando contaminações desnecessárias e garantindo a eficácia do tratamento.

Avaliação da eficácia das estratégias de controle

Para garantir a saúde e a produtividade das mudas de folhosas, é fundamental avaliar continuamente a eficácia das estratégias de controle fitossanitário adotadas. Isso inclui a observação direta das mudas, a realização de testes e, quando necessário, ajustes nas práticas de manejo.

Um controle fitossanitário eficaz resulta em mudas mais robustas, com maior potencial produtivo e menor necessidade de intervenções ao longo do ciclo de cultivo.

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