26.6 C
Uberlândia
quarta-feira, maio 1, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiControle das doenças da videira na fase de pré-colheita

Controle das doenças da videira na fase de pré-colheita

Lucas da R. Garrido

lucas.garrido@embrapa.br

Engenheiro agrônomo, doutor e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho

 

Crédito Lucas da Ressurreição Garrido
Crédito Lucas da Ressurreição Garrido

A videira pode ser atacada por muitos patógenos e pragas que, na ausência de medidas adequadas de controle, acarretam perdas significativas na produção. O enfraquecimento da planta pela desfolha e depreciação da qualidade da uva produzida, principais danos do ataque de pragas e doenças, representam a abertura para a infecção da planta por outros patógenos e o comprometimento da safra futura.

O controle deve ser racional e o mais acurado e preciso possível, a fim de evitar tais problemas, com menor impacto negativo sobre o ambiente, menor exposição dos aplicadores de agrotóxicos e, consequentemente, menor resíduo possível no produto final. A qualidade não deve ser vista apenas como a aparência do vinhedo ou da uva produzida, mas como o somatório das variáveis mencionadas anteriormente.

Escoriose no ramo das uvas - Crédito Lucas da Ressurreição Garrido
Escoriose no ramo das uvas – Crédito Lucas da Ressurreição Garrido

Condições para as doenças

A presença de esporos e/ou outras estruturas reprodutivas de fungos fitopatogênicos sobre a videira não necessariamente resultará no desenvolvimento de doenças. Torna-se chave que a planta seja de uma cultivar suscetível, as condições meteorológicas estejam favoráveis ao patógeno e esse apresente formas virulentas e potencial de inóculo adequado para o início do processo infeccioso.

 

Sintomas-de-antracnose-Crédito-UFRGS
Sintomas-de-antracnose-Crédito-UFRGS

MIP

O manejo integrado de pragas foi um conceito desenvolvido pela entomologia e posteriormente adaptado para a área de doenças de plantas. Embora alguns patógenos possam, em certos casos, ser controlados por uma única medida de controle, como, por exemplo, a aplicação de fungicidas, a complexidade dos fatores envolvidos pode afetar a eficiência do tratamento, tornando-se necessária a utilização de outras medidas para a obtenção de um controle satisfatório.

É importante a utilização e combinação de diferentes métodos (evasão, exclusão, erradicação, proteção, regulação, imunização e terapia), para obter a otimização na redução da incidência e severidade das doenças na videira e, consequentemente, alcançar o máximo de produtividade sem reflexos negativos no ambiente, de maneira sustentável e economicamente viável.

Além dos métodos citados, a tecnologia de aplicação (conjunto de práticas antes e durante a pulverização)deve receber especial atenção pelo viticultor, por se tratar de uma ferramenta determinante no combate às doenças e pragas da videira.

Métodos de controle

O controle das doenças da videira não deve ser resumido apenas à aplicação de fungicidas, ignorando-se que outras medidas adotadas desde a implantação do vinhedo poderão minimizar os danos dos patógenos sobre a planta e tornar o controle mais fácil. Logo, sempre que possível, devem-se utilizar outras práticas, para um melhor resultado final.

 Cancro da videira - Crédito arquivo
Cancro da videira – Crédito arquivo

Evasão

As medidas de controle baseadas na evasão visam à prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno e/ou condições ambientais favoráveis, por exemplo, tomando cuidados na escolha da área onde o parreiral será implantado. Outras medidas:

  • Evitar áreas recém-desmatadas, pois são mais propícias à ocorrência de podridões radiculares;
  • Escolher áreas bem drenadas, de preferência as meias-encostas de pouca declividade;
  • Evitar terrenos expostos a ventos frios;
  • Escolher terrenos em que a exposição proporcione boa insolação;
  • Evitar as baixadas, pois nelas se concentram maior umidade e duração do molhamento foliar.

Exclusão

A prevenção da entrada e estabelecimento de um patógeno em uma área isenta é feita por meio de medidas quarentenárias, previstas em legislações fitossanitárias e promulgadas por órgãos governamentais, nacionais e internacionais. Porém, medidas de exclusão, em âmbito mais restrito,podem ser aplicadas pelo próprio agricultor. Entre essas medidas, destacam-se:

ð Utilizar apenas mudas com qualidade fitossanitária e genética garantidas, isentas de podridões internas, na base das mudas e na região da enxertia;

ð Efetuar a desinfestação periódica de ferramentas durante as operações de poda;

ð Efetuar a desinfestação de implementos e rodas de tratores após trabalho em áreas contaminadas com fungos de solo, a fim de evitar sua dispersão.

 

Detalhes do ataque de míldio à folha da videira - Crédito UFRGS
Detalhes do ataque de míldio à folha da videira – Crédito UFRGS

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Cultivo do endro

A espécie Anethum graveolens L., popularmente conhecida como aneto, endro ou dill, ...

A renovação de cafeeiros em áreas contaminadas

Autores Jade Cristynne Franco Bezerra Engenheira florestal e mestranda em Agronomia/Produção Vegetal – Universidade Federal do Paraná (UFPR) jadefranco9@gmail.com Claudia Maia Andrade  ...

Área de refúgio protege a tecnologia transgênica

  O plantio de refúgio tem por objetivo proteger a eficácia da tecnologia Bt no controle das pragas   Lavouras de culturas transgênicas Bt, como milho, soja...

Dia 14/10,  engenheiros agrônomos lançam livro sobre a evolução do agro nos últimos 50 anos

Obra mostra a evolução da agropecuária nacional e destaca a atuação dos 200 engenheiros agrônomos formados pela Esalq/USP em 1967 Muitas transformações ocorreram na agricultura...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!