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Efeito das substâncias húmicas e aminoácidos para os cereais

Crédito Shutterstock
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As substâncias húmicas são importantes para os cereais devido a suas ações como estimulante.As substâncias húmicas são os maiores constituintes da matéria orgânica do solo (aproximadamente 60%). Essas substâncias não podem ser decompostas facilmente devido às estruturas minerais do solo, além de apresentarem uma estrutura química complexa, o que dificulta a ação de microrganismos. As substâncias húmicas utilizadas em maiores proporções em sistemas agrícolas são o ácido húmico e fúlvico.

O ácido húmico traz consigo, ainda, características importantes, como a presença de auxina, que Evandro Binotto Fagan, engenheiro agrônomo, pesquisador, consultor de pesquisas e professor da Unipam, explica se tratar de um hormônio promotor de crescimento que estimula o desenvolvimento de raízes laterais em plantas, permitindo a elas a capacidade de explorar todo o ambiente do solo. “E, se a raiz é a boca da planta, quanto mais radicelas, maior é o efeito“, diz.

Por ter tais características, o ácido húmico é normalmente aplicado no sulco de plantio, diretamente ao lado ou sobre a semente, sendo também um condicionador de solos (mobiliza e transportametaisorgânicosou acumula em horizontesdo solo, além de reduzir a toxidez de alumínio).

Em termos fisiológicos, o ácido húmico tem características importantes, como a capacidade de melhorar a absorção de nutrientes pelo sistema radicular, otimizar e potencializar o efeito da auxina existente dentro e fora da planta, além de atuar na respiração celular, síntese de proteínas e enzimas.

A ação do ácido húmico no aumento de absorção de nutrientes se dá graças ao estímulo das bombas de hidrogênio, que formam o chamado ‘gradiente eletroquímico’, as quais criam uma força de absorção de nutrientes, como nitrogênio, enxofre e fósforo, por exemplo.

Crédito Shutterstock
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Agregado aos aminoácidos

Além doácido húmico, existe também o ácido fúlvico, utilizado normalmente via foliar, principalmente pelo pequeno tamanho dessas partículas, que são complexantes naturais (grande quantidade de grupos carboxílicos e baixo peso molecular), melhorando a translocação interna de nutrientes na planta.

“Tanto o ácido húmico quanto o fúlvico têm a função de estimular, enquanto o aminoácido funciona como uma matéria-prima. Ou seja, ele faz parte da estrutura que vai originar os tecidos das plantas“, detalha Evandro Binotto.

Manejo

De acordo com o professor, para as substâncias húmicas o principal posicionamento é no sulco de plantio, enquanto os aminoácidos podem ser aplicados tanto no tratamento de sementes quanto via foliar.

“O aminoácido é o ‘filé mignon’ de todos os microrganismos de solo. Isso significa que ao ficar distante da semente ou das raízes ele sofre ação rápida de microrganismos, e por isso é importante que ele esteja próximo da semente. Lembrando que nas aplicações foliares os aminoácidos reagem muito bem em situações de estresse, ou quando a planta está em situação de redução da sua atividade fisiológica“, ensina Evandro Binotto.

Quanto ao ácido fúlvico, ele entra melhorando a provocação dos micronutrientes que serão aplicados, e em associação com os aminoácidos ajuda a recompor as estruturas degradadas pelo estresse ou na sinalização das reações de reativação fisiológica.

Culturas beneficiadas

Tem se observado os melhores resultados com a aplicação de substâncias húmicas e aminoácidos em soja, feijão e milho. “Hoje, considero os ácidos húmicos um dos principais sistemas de enraizamento de plantas, e apresenta realmente um resultado surpreendente. Dificilmente a aplicação desses produtos não surte efeito“, opina o especialista.

Evandro Binotto lembra que os resultados de tais produtos são muito mais expressivos em solos arenosos, que têm menor quantidade de matéria orgânica, sendo que nos argilosos eles funcionam, mas não com tanta veemência quanto nos primeiros.

Mais que benefícios

Entre a lista de vantagens da utilização de ácidos húmicos e fúlvicos, o professor destaca:

– Aumento do desenvolvimento e crescimento de raízes laterais;

– Aumento da área efetiva de absorção de água e nutrientes no solo;

– Otimização da capacidade de absorção de nutrientes pela planta, em especial o fósforo;

– Aumento da provocação interna de nutrientes pelo efeito de complexação;

– Melhora da eficiência da auxina;

– Atuação em conjunto com os aminoácidos em sistemas de desintoxicação pelo estresse.

Evandro Binotto volta a destacar a importância de se aplicar os ácidos fúlvicos via foliar (associado a aminoácidos e micronutrientes) e os ácidos húmicos via solo (no sulco de plantio via micron ou associado a fertilizantes, como os organominerais). “Utilizando esses elementos com micronutrientes a ação deles pode ser potencializada, o que é interessante para o produtor“, recomenda.

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