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Análise química do solo: como é feita e quais os cuidados?

Josias Reis Flausino Gaudencio
Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
josiasflausinogaudencio@gmail.com
Silvino Moreira
Doutor em Solos e Nutrição de Plantas e professor do Departamento de Agricultura – UFLA
silvinomoreira@ufla.br

No laboratório, após a triagem, inicia-se o preparo das amostras, sendo encaminhadas à secagem, que pode ocorrer tanto ao ar -Terra Fina Seca ao Ar (TFSA), quanto em estufa a 40° C – Terra Fina Seca em Estufa (TFSE).

Após a secagem, a amostra é passada em peneira de 2,0 mm, a fração retida é descartada e a quantidade passante segue para a análise (Figura 1). A partir desse ponto, as análises seguirão conforme solicitado pelo cliente.

Detalhes que fazem a diferença

Os principais parâmetros avaliados na análise química de rotina nos laboratórios de análise de solo no Brasil são os teores de macronutrientes (P, K, Ca, Mg e S); micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn), atributos de acidez solo (pH, Al e H+Al); matéria orgânica (MO) e fósforo remanescente (P-rem).

Os laboratórios geralmente fornecem também os valores calculados da capacidade de troca de cátions (CTC) efetiva, CTC potencial, saturação por bases (V%), saturação por Al (m%), % Ca, Mg e K na CTC.

Ainda, os laboratórios podem fazer análise da textura do solo (% de areia, silte, argila), de tecido vegetal e de corretivos e fertilizantes, conforme demanda do solicitante.

É importante mencionar que tanto as metodologias de análises quanto as classes de interpretação variam em cada região/estado do País, conforme apresentado na Tabela 1.

Confiabilidade dos laboratórios

Deve ser ressaltado que os laboratórios de cada região são avaliados por órgãos/entidades de cada uma das regiões, podendo ter um selo, se eles apresentarem o padrão de qualidade exigido pelos órgãos regionais.

Como exemplo, os laboratórios controlados pelo IAC de Campinas são avaliados pelo programa do IAC. Da mesma forma existem o Profert, responsável pelos laboratórios de Minas Gerais; o Rolas pelos laboratórios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; o Cela, pelos laboratórios do Paraná e o PAQLF – Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade da Embrapa.

Não se recomenda que o produtor utilize um laboratório que não tenha um selo de qualidade do respectivo órgão estadual.

O solicitante da análise de solo também deverá se atentar ao fato de que as metodologias de análise de alguns atributos químicos do solo podem ser diferentes, quando se compara dois ou mais laboratórios.

Além disso, as unidades de representação dos resultados podem variar com a metodologia e/ou regiões do país. Os teores dos nutrientes extraídos por diferentes métodos não possuem equivalência para interpretação. Por exemplo, os teores de P extraídos pelo método da Resina (laboratórios da rede IAC) não podem ser interpretados com os valores do P extraído pelo Melhich1, desenvolvido em Minas Gerais.

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