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Brasil se torna o maior exportador mundial de algodão

Fernando Henrique Iost Filho
fernando@smartmip.com.br
Ana Clara Ribeiro de Paiva Iost
anaclara@smartmip.com.br  
Engenheiros agrônomos e PhD. em Entomologia – ESALQ/USP
Gustavo R. Alves
Biólogo e PhD. em Entomologia – ESALQ/USP
gusta.ralves@gmail.com

O Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) nesta safra, e as exportações devem alcançar 2,6 milhões de toneladas. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), cerca de 60% da produção já foi comercializada.

Segundo dados divulgados pela Agroconsult, a área plantada apresenta crescimento de 12,5% (1,89 milhões de hectares) e, em termos de produtividade, a estimativa também é positiva, com cerca de 121 arrobas de pluma e 298 arrobas de caroço de algodão por hectare.

Aumento da área plantada

O estado do Mato Grosso é responsável por mais de 70% da área de cultivo de algodão no Brasil. Tradicionalmente, parte da semeadura é realizada em meados de dezembro como cultivo de verão, e outra parte no final de janeiro, como uma segunda safra, na sequência da primeira safra de soja.

No entanto, fatores climáticos, como um período seco mais longo na época de semeadura da soja, somados a fatores de mercado, trouxeram incertezas para o cultivo da mesma.

Esse cenário favoreceu a ampliação de áreas de algodão semeadas na época da soja. No estado da Bahia, segundo maior produtor, é esperado um aumento de 8,5% na área de cultivo de algodão, segundo dados da CONAB.

Além disso, alguns estados com pouca representatividade, comparada ao MT, tiveram avanço na área cultivada, como é o caso do Piauí, Tocantins e Minas Gerais.

Em destaque

A região do Brasil que mais se destaca na produção de algodão é a centro-oeste (76,2%), representada principalmente pelo estado do Mato Grosso. No entanto, deixando de lado a divisão geográfica das regiões do nosso país e trazendo para uma divisão setorial, destaca-se também a região conhecida como “Matopiba”, que compreende parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que é responsável, hoje, por aproximadamente 10% da produção brasileira de grãos e fibras, principalmente soja, milho e algodão.

Considerando apenas o algodão, o “Matopiba” representa 20% da área dedicada a essa cultura no país. Como fronteira agrícola nacional, essa região compreende o bioma Cerrado, apresentando em boa parte topografia plana, com baixa altitude e latitude, resultando em clima quente e de baixa umidade.

Práticas agrícolas x produtividade

Como mencionado, a produção de algodão no Brasil concentra-se em regiões de Cerrado, com clima quente e seco, e com solos leves e de baixa fertilidade natural. Desse modo, práticas conservacionistas são necessárias para a manutenção da produção.

As principais práticas agrícolas que permitiram o aumento da produtividade de algodão nessas áreas são a calagem e o uso de gesso agrícola, além do sistema de plantio direto na palha e a rotação de culturas, que resultam em melhores condições de solo.

Quanto à tecnologia, ressalta-se o contínuo avanço no desenvolvimento de melhoramento genético da cultura, da biotecnologia, que tem auxiliado no manejo de pragas e plantas invasoras no sistema, e de ferramentas digitais, que permitem o acompanhamento em tempo real da lavoura.

Dentre as principais tecnologia, podemos destacar a agricultura de precisão (tratores e colheitadeiras com GPS e piloto automático, sensores acoplados) e agricultura digital (gestão de dados em tempo real, tomada de decisão mais rápida e precisa).

No manejo fitossanitário, destaca-se o aumento expressivo no uso de bioinsumos, que promovem um melhor manejo e maior sustentabilidade ambiental na produção.

Avanços recentes

Dentre as principais tecnologias que estão sendo absorvidas pela cotonicultura, podemos destacar a agricultura de precisão (tratores e colheitadeiras com GPS e piloto automático, sensores acoplados) e agricultura digital (gestão de dados em tempo real, tomada de decisão mais rápida e precisa), técnicas conservacionistas de solo e bioinsumos.

Dentre essas áreas, temos no avanço da utilização dos bioinsumos um forte acelerador da sustentabilidade da cultura a longo prazo. A cotonicultura, sendo um segmento que atende majoritariamente o mercado externo, tem como marca forte a certificação e rastreabilidade da produção.

Preços de mercado

De acordo com o IMEA, o custo operacional efetivo (COE) para o ciclo 2023/24 do algodão em Mato Grosso, calculado no mês de março, foi em média R$ 14,785,66 por hectare. Levando em consideração esse custo de produção e os valores praticados para a venda da pluma no mesmo mês, em torno de R$ 9.200,00 por tonelada, segundo o CEPEA e da produtividade média do estado (1.810 kg/ha), de acordo com a CONAB, resultaria em uma rentabilidade próxima a 12%.

Esses resultados são fruto de cálculos baseados em média de custo de produção, de valor de venda e de produtividade. Assim, não representam os resultados que cada produtor poderá obter em função do nível de tecnologia empregado e da produção obtida, contudo, são um bom indicador do comportamento geral da rentabilidade da cultura do algodão, considerada a cultura com maior potencial econômico dentro dos principais grãos e fibras (algodão, soja e milho).

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