CRY FOR HELP: como plantas em condição de estresse clamam por ajuda

Pagamos estes serviços e torcemos para não precisar utilizá-los. Porém, são uma forma de nos manter em "segurança" para aqueles momentos inesperados.

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Adailson Feitoza de J. Santos
Profº. Permanente dos Programas de Pós-Graduação em: Biodiversidade Vegetal – PPGBVeg; Agronomia: Horticultura Irrigada – PPGHI; UNEB – DEDC – Campus VIII – Paulo Afonso
Tel: 75-99982-6118

Foto Adailson Feitoza

Pagamos estes serviços e torcemos para não precisar utilizá-los.
Porém são uma forma de nos manter em “segurança” para aqueles momentos inesperados.

E o que isso tem a ver com produtos biológicos? Especialmente com os microbiológicos!

Com o avanço tecnológico, a literatura tem apresentado de forma robusta dados sobre a interação planta-microrganismo-solo-ambiente. Estas informações têm nos revelado como as plantas interagem com a microbiota da rizosfera, e como a partir da produção de diferentes metabólitos a planta consegue modular a presença de microrganismos com diferentes atividades funcionais.

Quando em condição de déficit hídrico, a planta tem as suas características fisiológicas e bioquímicas alteradas (a fotossíntese é fortemente afetada), o que invariavelmente modifica o tipo de metabólito que elas produzem e liberam no solo. Estas “novas” moléculas irão se tornar fonte de nutrição para diferentes grupos microbianos, microrganismos diferentes daqueles presentes quando a planta não estava submetida ao déficit hídrico.

Este é o princípio da teoria cry for help. Que aponta que as plantas, quando em condição de estresse (hídrico, por exemplo), clamam por ajuda, liberando moléculas no solo que são capazes de recrutar microrganismos benéficos que mitigam os efeitos negativos causados pelo estresse.

E é exatamente esta relação que quero trazer aqui. Um produto microbiológico, para tolerância à seca ou para controle de uma praga ou doença, pode ser utilizado como uma forma de seguro para a lavoura. Quero dizer que, ao utilizarmos os microrganismos benéficos, de acordo com o manejo adequado para cada cultura, estamos possibilitando que as plantas possam, quando necessário, “clamar por ajuda” e ter “quem” atenda ao seu clamor.

Não é preciso esperar uma condição de seca ou veranico para utilizar os microrganismos tolerantes a seca, o fundamental é que eles já estejam no solo quando a planta for submetida a esta condição.

É fundamental garantir biodiversidade funcional nos solos para que o sistema se mantenha saudável e seguro!

E você, já renovou a apólice de seguro da sua lavoura para a próxima safra?

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