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Dessecação pré-plantio é eficaz para o controle das plantas daninhas?

Ricardo Victória Filho

Doutor, engenheiro agrônomo e professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz“ ” ESALQ/USP

rvictori@usp.br

Fabrícia Cristina dos Reis

Doutora, engenheira agrônoma e técnica da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada)

André Felipe Moreira Silva

Msc., engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia ” ESALQ/USP

Área com e sem dessecação – Fotos Ricardo Victória Filho
Área com e sem dessecação

A dessecação consiste no controle químico, por meio de herbicidas, da vegetação existente antes da semeadura das culturas, incluindo as plantas daninhas. Essa prática tem grande importância na viabilização da semeadura direta no cultivo de grãos. Também tem grande importância no manejo de plantas de difícil de controle, tais como buva (Conyzasp), capim-amargoso (Digitaria insularis) e capim-pé-galinha (Eleusine indica).

Assim, em áreas com presença destas plantas daninhas o manejo pré-semeadura é fundamental. Para se ter uma ideia, o capim-amargoso pode ocasionar perdas de até 40% à produtividade da soja se não controlado adequadamente, e a dessecação pode ser uma importante ferramenta de controle.

 

Opções

 

Para a dessecação, o paraquat é uma ótima opção, devido a sua rápida ação e também por controlar praticamente todas as plantas daninhas, por não ser seletivo. Contudo, este herbicida encontra-se em avaliação junto aos órgãos federais responsáveis, e no futuro pode deixar de ser uma opção.

Outra opção importante para o agricultor é a aplicação de glyphosate, contudo, vale lembrar que é necessário analisar outras opções de herbicidas, uma vez que as três plantas daninhas citadas anteriormente possuem casos relatados de resistência a este herbicida. Logo, outros herbicidas podem e devem ser utilizados como alternativa ou em associação com o glyphosate, como glufosinate ou 2,4-D.

Outra ferramenta importante é a associação de herbicidas pré-emergentes durante a prática de dessecação. Antes do plantio de soja podem ser utilizados diclosulam, chlorimuron, metribuzim, flumioxazin, s-metolachlor, imazethapyr, clomazone, entre outras opções.

Contudo, não existe receita pronta, e a escolha do herbicida pré-emergente vai variar com a planta daninha, condições edafoclimáticas e, claro, o custo.

 

Dessecação sequencial

Lavoura com um bom controle de ervas daninhas

Em outras situações, sobretudo naquelas em que há alta infestação de plantas daninhas, pode-se realizar a dessecação sequencial, com intervalo de cerca de 15 dias entre a primeira e a segunda aplicação de herbicidas.

Para a primeira aplicação recomendam-se herbicidas de amplo espectro (de preferência sistêmicos) – uma boa opção é o glyphosate + 2,4-D. Na segunda aplicação pode-se aplicar glufosinate em associação com algum dos herbicidas que tem ação em pré-emergência supracitados. Essa segunda aplicação deve acontecer em torno de três meses antes da semeadura.

Vemos a dessecação como mais uma alternativa no manejo de plantas daninhas de difícil controle, importante na prevenção da resistência de plantas daninhas. Pensando na prevenção da seleção de plantas daninhas resistentes, outras práticas também são necessárias, como a rotação de mecanismos de ação e a associação de herbicidas.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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