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Fertilizantes organominerais – Alternativa para a adubação em cobertura no milho

Renan Cesar Dias da Silva

Mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

renancesar.agro@outlook.com

Regina Maria Quintão Lana

Doutora em Ciências do Solo e professora titular da Universidade Federal de Uberlândia

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A evolução é constante na aplicação de fertilizantes com novas tecnologias na agricultura. Em meio às tecnologias atuais, os fertilizantes à base de organominerais são constituídos de uma combinação entre fertilizante mineral e orgânico, que aponta potencialidades para o uso na agricultura.

A matéria orgânica permite o uso com maior racionalidade do fertilizante mineral, promovendo aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), diminuindo perdas por lixiviação e facilitando a liberação de nutrientes para as plantas, assim podendo contribuir para acender a produtividade das culturas.

Adubos orgânicos demostram baixas quantidades de N, P e K, que complementados com os nutrientes minerais formam os organominerais, proporcionando às plantas o melhor aproveitamento dos nutrientes ao longo do ciclo.

Algumas empresas estão trabalhandohá vários anos no desenvolvimento de formas adequadas para a formulação dos nutrientes que compõem os organominerais, nas características de formação dos pellets de boa qualidade, com dureza para a aplicabilidade nas semeadoras com caixa para adubo, e que tenha liberação adequada dos nutrientes no solo para a nutrição das plantas.

O caso do milho

O milho é bastante exigente em nitrogênio, necessitando de grande quantidade deste macronutriente, sendo fornecida na adubação de semeadura e cobertura. Há várias fontes de fertilizantes que fornece nitrogênio para as plantas em adubação de cobertura, como ureia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, entre outros.

A quantidade de nitrogênio a ser aplicada na cultura do milho está diretamente relacionada à produtividade esperada. Para uma produção de 12 toneladas por hectare são necessários 240 kg de nitrogênio, independente da fonte.

A adubação com organomineral na cultura do milho vem a acrescentar principalmente com o nitrogênio, pois este nutriente sofre perdas quando aplicado em cobertura, pela volatilização e lixiviação que é ocasionada pelas condições climáticas.

A adubação com organomineral possivelmente reduzirá as perdas, pois o nitrogênio está protegido pela camada orgânica, diminuindo a volatilização e fazendo com que o nutriente seja mais bem aproveitado pelo sistema radicular das plantas.

A cultura do milho adapta-se bem à safra de verão e safrinha, necessitando de fertilizantes nitrogenados que permitam aos híbridos atuais expressarem todo o seu potencial produtivo.

Mais nitrogênio

Os fertilizantes organominerais possibilitam incremento na produção nas safras de verão e safrinha. O milho necessita de alta demanda por nitrogênio e a falta deste macronutriente acarreta em baixa produtividade, sendo este nutriente participante de vários processos bioquímicos e fisiológicos na planta, como formação de aminoácidos, nucleotídeos, clorofila e etc.

O nitrogênio é o nutriente que se acumula em maior quantidade na planta de milho e é o mais exportado pelos grãos. Realizar o manejo do nitrogênio no solo torna-se complexo, pela magnitude que este tem no solo, interferências pelos microrganismos e os fatores climáticos que não podem ser previstos, quando realizado o fornecimento em cobertura para a cultura. O fertilizante organomineral nitrogenado leva vantagem nestes aspectos em relação ao convencional.

O organomineral, na sua parte orgânica, disponibiliza de forma gradual o nutriente, deixando-o, desta forma, disponível para a planta. No milho, este mecanismo contribuirá para a macha de absorção, que é maior no pré-florescimento para alguns híbridos e outros são exigentes no enchimento de grãos.

A porcentagem do nutriente mineral fica disponibilizada de forma imediata, suprindo a demanda da planta nas fases iniciais, quando a cultura depende deste nutriente para o bom desenvolvimento inicial das plantas de milho.

Com organomineral reduz perdas de nitrogênio por volatilização e lixiviação - Crédito Renan Cesar Dias
Com organomineral reduz perdas de nitrogênio por volatilização e lixiviação – Crédito Renan Cesar Dias

Ainda em desenvolvimento

Vale ressaltar que os fertilizantes organominerais são de uma categoria que está em desenvolvimento constante, tanto na pesquisa, produção quanto mercado, porém, em algumas culturas estudadas eles mostram resultados promissores, como é o caso da batata, cana, milho, soja, café e etc.

Existem vários trabalhos na literatura relacionados à adubação orgânica na cultura do milho utilizando fontes orgânicas, como cama de aviário e esterco bovino misturado aos fertilizantes minerais, sem técnica de homogeneização da mistura.

Os fertilizantes organominerais feitos a partir da indústria são formados a partir de técnicas padronizadas, em equipamentos desenvolvidos para este fim, fazendo um produto com elevado padrão de uniformidade dos pellets, com grau de dureza de 08 kgf cm3 e respeitando a legislação vigente sobre organomineral.

Assim, pesquisas sobre a adubação com organomineral a partir de adubos com pellets se tornam pertinentes para demostrar a viabilidade desta tecnologia na cultura do milho.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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