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MAPA registra duas novas estirpes de Azospirillum brasilense

Crédito: Embrapa

Lucas Alves de Oliveira
Engenheiro agrônomo – Unesp
lucasa.oliveira@outlook.com.br 

As novas estirpes de Azospirillum brasilense, a HM 053 e HM 210, receberam liberação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para o mercado brasileiro.

Essas estirpes foram identificadas e isoladas pelo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos principais centros mundiais de pesquisa relacionada a essa bactéria.

Quem ganha?

As estirpes de Azospirillum brasilense (HM 053 e HM 210) têm aplicações significativas na agricultura, contribuindo para a sustentabilidade, aumento da produtividade e redução do uso de fertilizantes químicos. Elas podem ser incorporadas em inoculantes biológicos, sendo aplicados diretamente nas sementes ou no solo antes do plantio em diversas culturas, como milho, trigo, soja, algodão, arroz e hortaliças, podendo ser ainda mais benéficas especialmente em culturas extensivas e sistemas de rotação de culturas.

Benefícios para o solo

A HM 053 demonstra um potencial significativo de liberação de nitrogênio no sistema solo-planta. Isso é crucial para a nutrição das plantas, uma vez que o nitrogênio é um nutriente essencial para o crescimento saudável. Além de fixar o nitrogênio, a HM 053 também produz hormônios de crescimento vegetal, especialmente nas raízes das plantas, e desempenha um papel relevante na solubilização do fósforo.

Já a HM 210 também apresenta um potencial de liberação de nitrogênio benéfico para o sistema solo-planta e é multifuncional, assim como a HM 053, contribuindo não apenas para a fixação de nitrogênio, mas também para a produção de hormônios de crescimento e a solubilização do fósforo.

A pesquisa

O Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR conduziu pesquisas intensivas para identificar e isolar essas novas estirpes. A expertise da UFPR nesse campo é reconhecida internacionalmente. A ANPII, em colaboração com as empresas associadas, desempenhou um papel fundamental na investigação de viabilidade dessas estirpes. Uma aliança tecnológica estratégica permitiu o desenvolvimento de uma formulação comum do bioinsumo, que foi testada em campo. A parceria com entidades oficiais contratadas para os ensaios de campo resultou em um único laudo, que serviu de base para o registro dessas estirpes por todas as empresas associadas.

Ampliação do leque

A liberação dessas estirpes pelo MAPA é positiva para a indústria de inoculantes, pois amplia o leque de opções disponíveis, assim como beneficia os produtores agrícolas com maior eficiência na fixação de nitrogênio e crescimento vegetal. A pesquisa é fundamental para a agricultura sustentável, pois promove a redução do uso de fertilizantes químicos e minimiza o impacto ambiental da produção agrícola.

Monitoramento contínuo

Para que se tenha o melhoramento contínuo, é imprescindível que seja feita a implementação de programas de monitoramento permanente para acompanhar o desempenho das estirpes em campo, assim como avaliar a persistência e a capacidade de adaptação desses microrganismos no ambiente, promover capacitação técnica para agrônomos, produtores e extensionistas sobre o uso correto dessas estirpes.

As estirpes de Azospirillum têm a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico e torná-lo disponível para as plantas, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados sintéticos, que consomem muita energia na produção. Isso resulta em economia de recursos e redução da contaminação do solo e da água.

A inovação contribui para a melhoria da estrutura do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água e nutrientes, tornando-se uma potencial ferramenta para a agricultura sustentável, promovendo a produtividade, a eficiência e a preservação do meio ambiente, uma ferramenta de suma importância para todo o país.

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